sábado, 18 de dezembro de 2010

Guerra e Paz (War and Peace, 2007)

Do romance de Leon Tolstói, foi criada esta superprodução europeia, tendo por base a clássica obra homônima, que conta a saga da família Rustova, durante a invasão napoleônica à Rússia.

O filme, ou melhor, a minissérie, possui uma produção invejável, com destaque para a fotografia, principalmente das paisagens russas, e para a atuação da jovem Clemence Poesy, no papel de Natasha Rustova. A trama e o roteiro não poderiam ser diferentes, fantásticos, consagrados no grande romance que atravessou gerações e até hoje é um dos livros mais apreciados no mundo.

Veja quando tiver tempo ou em partes, pois é composto de quatro DVD's, cada um com pouco menos de duas horas, mas que em nenhum momento torna cansativa a minissérie, ao contrário, serve para permear todas as partes do livro.


Da base, Belém, Pará.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Vinho Los Cardos, Vinícola Doña Paula

Como se sabe, a representante Grand Cru teve um ótima inciativa quando levou um stand para o Supermercado Líder, filial Doca, aqui em Belém, pois tornou mais acessível vinhos selecionados. Com isso trouxe vinhos de excelente custo-benefício para a venda no Supermercado, como é o caso do Los Cardos, da vinícola mendoncina Doña Paula (R$35,90), que serve tanto para o dia-a-dia, mas que também não faz feio em uma ocasião especial. Provem o Malbec, que é o meu preferido.


Da base, Belém, PA.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Exquisito!

E por falar em Sampa, um dos meus lugares preferidos na Capital é um misto de bar e Restaurante, com tendências à badalação.

É o Exquisito! (assim mesmo, com x). É um bar com influências da América do Sul e Central, possuindo pratos e drinques de todas as regiões, desde o México, Colômbia, Peru, até Honduras e República Domincana, passando, claro, pelo bolinho de Piracuí vindo do Mercado Ver-o-Peso da terrinha.

Prove o ceviche (R$ 19,00), se gostar de peixe cozido somente no limão, que é imbatível. Se estiver com mais de uma pessoa, melhor, três ou mais pessoas, vá de Chili com Carne (R$ 42,00), que também é delicioso, colocado no cardápio como prato, mas é ótimo como petisco. Se quiser algo mais simples, vá de filé altiplano, que possui cebolas caramelizadas deliciosas, servindo duas pessoas (R$ 27,00). Além dos pratos, existem também petiscos, sanduíches e sobremesas.

Pode-se encontrar também cervejas de diversos lugares da América, como a Uruguaia Norteña e a Argentina Quilmes, além do chopp Brahma bem tirado (R$4,90).

A seleção musical dá um clima a parte, toda em ritmo latino. E, no ambiente, dê preferência para ficar nos fundos, ao ar livre.

O Exquisito! Fica na Rua Bela Cintra, 532, Consolação, São Paulo, SP, www.exquisito.com.br.





Da Base, Belém, PA.

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domingo, 28 de novembro de 2010

O Realejo

Eu, em uma escapada para um almoço rápido, me deparei no Bairro da Liberdade com um realejo, aquela caixa que, com seu operador girando uma manivela, toca uma musiquinha, que geralmente vem com um papagaio ou um periquito que tira um pequeno papel com a sorte do cliente.

Nunca tinha visto um realejo ao vivo, somente sabia que existia por livros ou desenhos animados. Fiquei encantado e, no princípio, um pouco envergonhado de pedir para tirar uma foto com o meu iphone. Comprei meu almoço em uma barraca na feira que estava, uma cerveja para criar coragem, e fiquei na ilharga do realejo observando os transeuntes "tirando" a sorte.

Quando não tinha mais ninguém, perguntei quanto era a sorte. Me respondeu, dois reais. Eu perguntei se podia tirar a foto. Me disse que sim e dei três reais. Muito pouco para a experiência. Se encontrá-lo vou dar mais.

O Senhor chamou: "Cristina, faz uma pose!", veio o periquito e entortou a cabecinha para o lado, parando para fazer a foto:


Depois, me perguntou: "solteiro ou casado". "Casado", respondi. "Cristina, tira a sorte do casado!". A periquita puxou um papel, que caiu na tábua e o Senhor me entregou:




Embasbacado saí do local, meio aéreo, nunca imaginava que o nível do realejo era tão alto, podendo fazer a diversão de qualquer criança, mesmo que esta criança tenha trinta e cinco anos, como aconteceu comigo.



Aliás, para quem quer saber, a minha sorte dada pela Cristina (foto abaixo) foi igualmente fantástica. Mas nem precisava, pois nenhuma sorte iria substituir a de conhecer um realejo.



De Sampa, SP.

La Tartine



Tenho que confessar, não me sinto confortável em São Paulo. Esse sentimento atribuo, primeiramente, ao meu desconhecimento de Sampa e, depois, que a Cidade me lembra doença, hospital, em virtude de por diversas vezes ter que me deslocar à Capital em busca de saúde. E, mais uma vez, estou aqui por este motivo. Espero e me esforço para que um dia esse sentimento, quanto à Capital dos negócios brasileiros, mude.

De volta ao que interessa, o fato é que um dos objetivos deste blog é a busca incessante pela comida que vale mais que o seu preço, se é que me faço entender. E um dos exemplos disso é o La Tartine (Rua Fernando Albuquerque, nº 267, Consolação, São Paulo, 32592090).

É um restaurante francês simples e com preço bastante acessível na capital paulistana. O cardápio possui somente comidas como saladas, quiches e entradas, além, é claro, das sobremesas. Todos os dias existe a sugestão de pratos mais elaborados, como no dia em que fui, cuja sugestão foi o steak au trois poivres, o filé a três pimentas (R$ 36,00), e o Salmão a L'oiselle, que vem com molho cítrico (R$ 34,00).

Com a simplicidade, o ambiente tornou-se despojado e agradabilíssimo, além da comida deliciosa e os preços acessíveis para um restaurante francês, e de São Paulo. A Carta de vinhos é pequena, mas com rótulos bastante variados e, principalmente, baratos. Pode-se comprar um francês de bom custo-benefício por quarenta reais.

Mas, se chegar no local e ver que o La Tartine não era o que queria na noite, existe a opção do restaurante ao lado, o Mestiço, restaurante contemporâneo de base tailandesa, refinado, que é impossível errar no gosto e no prato, mas que o comentário vai ficar para uma próxima postagem.


De Sampa, SP.

sábado, 27 de novembro de 2010

O Nobel de Literatura Brasileiro

Quando me perguntam qual é o meu escritor favorito, costumo dizer que não leio tanto a ponto de ter um escritor favorito e, mesmo que lesse, que o universo literário é tão vasto que seria no mínimo injusto eu ter um. Mas, digamos que tenho quatro escritores favoritos, que por acaso são, ou eram, amigos: o poeta chileno Pablo Neruda, o colombiano Gabriel Garcia Marquez, o peruano Mário Vargas Llosa e o brasileiro Jorge Amado.

A propósito, explico porque digo que eram amigos: Pablo neruda e Jorge amado já faleceram e o colombiano e o peruano estão brigados, por aparente diferenças ideológicas políticas. O segundo é assumidamente um liberal e o primeiro, comunista. Não apenas comunista, mas admirador de Fidel Castro e a favor da luta armada, se é que posso ser simplista para tratar desses escritores notadamente complexos.


Mas o fato é que, com o Nobel deste ano, a Mário Vargas Llosa, somente falta a Jorge Amado o título máximo da literatura, considerando que Garcia Marquez recebeu o seu em 1974 e Neruda em 1971, se não me falha a memória (memória no sentido de leitura destes fatos, pois não estava vivo durante estes acontecimentos).


Não sei se Jorge Amado não viveu o bastante ou se foi mesmo um injustiçado por ser o único dos notáveis da América do Sul que não recebeu o Nobel. Pablo Neruda conta, em seu Confesso que Vivi, que todo Nobel de literatura é envolto de extenso jogo de influências dentre os eventuais agraciados.


Lendo agora no Globo a crítica sobre o novo livro de Vargas Llosa, Sabres e Utopias - Visões da América Latina, dou-me conta que Jorge Amado não deve nada a nenhum destes escritores nobiliados, a despeito dos críticos que dizem que Amado é repetitivo e sempre trata do mesmo assunto. Aliás, o Autor de Gabriela e Tieta possui uma obra vasta e completa tanto quanto qualquer um desses. Ou mais.


Refletindo sobre os escritores, descubro que tenho sim um escritor favorito, Jorge Amado. Tenho até um livro favorito, que é O Sumiço da SantaNão sei se algum dia darão o Nobel a Amado. Não sei sequer se pode dar o título post mortem. Mas, se depender de mim, o Nobel é do Jorge.


De Sampa, SP.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ONG's

Na Peixaria Cacique, no Município de Itaituba, oeste do Pará, conheci uma família que me chamou atenção, mesmo sabendo que este tipo de família não é propriamente uma raridade na Amazônia. Ele, suíço e brasileiro, com todas as características da primeira nacionalidade, nascido em uma aldeia indígena há mais ou menos quarenta anos (se os meus olhos não me enganam), em virtude dos pais também serem suiços e indigenistas. Ela, brasileira, nascida em Jacareacanga, Pará, não sei se tem dupla nacionalidade, pedagoga. Se conheceram em uma aldeia.

Os filhos, um casal, lindos, a propósito. A mais velha, por volta de seis anos de idade, fala português, alemão e munduruku, e nos brindou, antes do almoço, com uma oração em alemão, em que agradecia pelos alimentos e pedia que todos que necessitem tenham alimentos tão bons quanto teríamos a poucos minutos. Aliás, me encantou muito mais a noção de solidariedade da criança do que propriamente saber falar alemão ou munduruku ou qualquer outra língua. O menor, com pouco menos de três anos, possuía características nórdicas, loiro e olhos azuis, mas com o toque regional da mãe.

A família divide o ano morando na aldeia dos Mundurukus, alguns meses no Município de Itaituba, dando assistência aos índios, e outros tantos meses na Suíça, onde capta recursos para a pequena Organização Não Governamental que presidem, que possui como objetivo a assistência aos índios daquela tribo.

A característica familiar é necessária para explicar que, em um dado momento da conversa, em volta do surubim que estávamos comendo, alguém questionou sobre os recursos que a ONG recebia, por quê eram somente estrangeiros. Ela, em um misto de tristeza e decepção, disse que os brasileiros ainda não estavam preparados para o trabalho que fazia, que não haviam a consciência de ajuda e proteção.

Falaram então de ajuda governamental. Ela, mais falante que Ele, ainda aparentando decepcionada, disse que ficou “arrasada”, palavras dela, quando montou um projeto para ajudar os índios Mundurukus a fazer em agricultura familiar, pois o extrativismo na floresta, seja de frutos, seja de peixe e caça, estava cada vez mais escasso e a saída seria o incentivo à pequena agricultura.

Não vou entrar na discussão de que as ONG's estrangeiras estão na Amazônia para pesquisar ou piratear as nossas reservas naturais. Nem sei se esta ONG é estrangeira ou tupiniquim. Mas o fato é que o Ministério das Cidades, para onde foi enviado o Projeto, negou a verba, sob o argumento de que não dão dinheiro para ONG's.

Ela, aparentemente com o sentimento de que o mais importante é a satisfação das necessidades dos Mundurukus, cedeu o projeto para ser viabilizado pela Prefeitura, não sei se de Jacareacanga ou de Itaituba,  não perguntei, e o tal projeto foi aprovado pelo Ministério das Cidades.

Foi liberado dinheiro e tratores, disse. O dinheiro, nunca chegou na aldeia. E os tratores, toda vez que procurava, estava fazendo trabalho na área de alguém.

Escrevo isso olhando do avião para a vastidão do oeste paraense, sobrevoando Alter-do-Chão, na Amazônia, e me perguntando quando será que nós, os Brasileiros, vamos ter a capacidade de cuidar de nós mesmo? Ou será que precisamos do estrangeiro para dizer-nos o que é importante?




Do vôo 5603, Itaituba – Altamira, PA.  

Peixaria Cacique

De passagem por Itaituba, oeste do Estado do Pará, conheci a Peixaria Cacique, sob comando da Dona Cacica (é isso mesmo!), uma cozinheira de mão cheia, atenciosa e divertida.



Possui os mais variados pratos de peixe, como o peixe na manteiga, a escabeche, caldeiradas baiana e paraense, tucunaré frito, peixe na chapa e alguns poucos pratos de filé bovino. O peixe, pode-se escolher entre diversos tipos, hoje, por exemplo, havia a disposição a dourada, o surubim e o tucunaré. Os pratos podem vir inteiro (de R$ 40,00 a R$ 45,00) e a sua metade (R$ 20,00 a R$ 25,00), sendo que a metade serve duas pessoas. Não deixe de pedir, se o seu prato não vier como acompanhamento, uma porção de pirão, que é delicioso e diferente de qualquer outro que comi.



Se gosta de bebida destilada ou vinho (que um rótulo pode ser garimpado nos supermercados de Itaituba), leve a sua, pois o estabelecimento somente serve cerveja, geladinha.



O endereço da Peixaria Cacique é típico do local, ou seja, fica na 7ª Rua da Liberdade, na Rodovia Transamazônica, entrando pela TMC (que significa Transamazônica Materiais de Construção), s/nº, Itaituba, Pará, tel (93) 91753824.


P.s.: Na foto acima o nome do estabelecimento está como Peixaria Altas Horas que, segundo a Dona Cacica, foi uma época que ela viajou e o seu filho colocou este nome, mas a própria diz que não gosta, então o nome é Peixaria Cacique. Neste caso, é a proprietária que tem razão, acho.

De Itaituba, PA.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Casa D'Noca

Nova proposta de bar e restaurante em Belém é a Casa D'Noca, situada na 9 de Janeiro, nº 1677, entre a Avenida Magalhães Barata e a Gentil Bittencourt, bem em frente ao portão lateral do Museu Emilio Goeldi (Tels: 81625958 e 32291792).

Instalada em um casarão antigo, típico de Belém, muito bem reformado mas mantendo as suas linhas originais, é um bar no estilo carioca, com cardápio também para refeições, servindo petiscos, pratos para almoço e jantar, sanduíches e os caldinhos de feijão e tucupi, além da cerveja original, e outras, bem gelada.

No sábado, a pedida é a feijoada (R$ 35,00), muito bem servida, que comeu eu e a Preta e ainda sobrou, acompanhada do bom chorinho, com direito a flauta e banjo. Nos demais dias, música, incluindo samba e pagode, tudo ao vivo, bastando conferir a programação do dia.

Da base, Belém, PA.

Carta do Velho Jarbas

Recentemente houve uma feliz e inusitada descoberta pela minha irmã Karime: Achou uma Carta de meu avô Jarbas de Amorim Cavalcanti, enviada aos meus pais, naquela época em que as cartas eram mais usuais que os telefonemas.

Reclamando muito de meu pai, o Zezinho, pois não ligava, não escrevia e não dava satisfação das ações pendentes (parece-me que foi na época em que o meu avô e o meu pai possuíam um escritório de advocacia juntos), o Velho Jarbas, como se autodenomina, demonstra um humor inteligente e ácido, pedindo socorro à minha mãe, Marília, para controlar o meu pai, afirmando que parecia que este estava mais preocupado com a Escola de Samba macapaense, o Piratas da Batucada, do que entrar em contato com a família que morava aqui na Capital paraense.

Fala também da minha Avó, Olga Cavalcanti, do meu avô, Nadyr, e do meu primo, o Maurinho, que possuía, na época, três anos, enquanto eu, dois, e a Karime, um. A Karem, minha outra irmã, sequer tinha nascido.

Meu avô paterno faleceu jovem, na mesma data em que completei quatro anos, motivo este que quase não lembro dele. Das recordações, somente as que me contam, de ser uma pessoa muito culta, falava latim e francês fluentemente e com dois livros publicados, em uma época em que tudo era muito mais difícil, e ainda era apaixonado pela minha vó e pela minha mãe. Tudo isto acabei de confirmar nesta carta que li dele, mesmo que seja bastante informal.

Segue a carta, ainda na máquina de escrever:




Da base, Belém, PA.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os Piratas do Rock (the Boat That Rocked, 2009)

Baseado em fatos históricos, Os Piratas do Rock trata das rádios piratas da década de 60 na Inglaterra. É uma comédia inteligente, que mostra o mundo do rádio e da juventude daquela época, recheada com uma fantástica seleção musical. O filme é hilário, sem se tornar um humor pastelão.


 Como é costume deste blog, recomendo somente as películas que me agradam, e esta é uma das mais bem recomendadas por aqui.

Da base, belém, PA.

Les Moirets e pizza

Resolvi hoje, véspera do feriado, fazer uma pizza para comer em casa com a Preta. Feito o jantar, procurei na minha pequena adega um vinho compatível e encontrei o francês Les Moirets, Côtes du Rhone, que se revelou excelente para a ocasião. é um vinho tinto, elegante, ligeiramente encorpado e muito saboroso, feito para datas especiais.


Da base, Belém, PA.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bistrô 66

Para me despedir do Rio de Janeiro, decidi conhecer o famoso Bistrô 66, do Chef Francês Claude Troisgros. Restaurante fino, providenciei a reserva no dia anterior. Para ser sincero, não necessitava, mas estávamos garantidos na mesa.

Foi uma quarta-feira. No dia anterior, terça-feira, houve o menu degustação, que são servidas seis taças de vinho com os respectivos pratos, visando, como o nome diz, a harmonização, pelo preço de R$ 130,00, segundo a informação do garçom.

No início, confesso que achei certo esnobismo no atendimento, mas logo o meu pensamento se dissipou com a propriedade da argumentação da Preta, que me fez crer que era apenas o formalismo de um restaurante francês. O atendimento foi muito bom e o maitre, muito solícito, indicou o mais barato: O Menu do chefe (R$ 99,00 por pessoa, com cordeiro, acréscimo de R$15,00), que dá direito à entrada, prato principal e sobremesa.

Começamos com salada de palmito pupunha e queijo de cabra crocante, ou seja, queijo de cabra a milanesa. Como prato principal, a Preta foi de fetuccine ao molho de cogumelos e eu de Carneiro.

Pedi carneiro, pois me lembrei de um programa Que Marravilha! que vi do chef. Realmente, o Carneiro estava um show: costeleta, coberta com farofa crocante com tomates secos e alho, sem qualquer defeito. Vinha com a opção de se pedir arroz ou batata frita. Escolhi batata, que igualmente me surpreendeu, pois era finíssima, sequinha e com... manjericão!

Na sobremesa, cheesecake e torta de limão, também irreprocháveis. 

Para acompanhar, o francês Cazes Domaine Lê Cânon Du Marechal, syrah e merlot, indicado no menu, muito apropriado para o carneiro, com foto da Preta.


Do Rio de janeiro, RJ.

Shopping Leblon e Comer, Rezar e Amar

Os meus irmãos Alexandre e Léa que me desculpem, mas acho Shopping Centers todos iguais, ainda mais nestas épocas em que tudo é franquia. São as mesmas lojas, as mesmas lanchonetes e os mesmos produtos, inclusive quanto a diversão e na praça de alimentação.

Mas hoje, dia 05/10, um dia chuvoso, nublado e frio neste Rio de Janeiro, precisando comprar remédio e algo que cubra além do meu quadril e dorso, decidimos, eu e a Preta, que me olha sobre os ombros, ir no Shopping Leblon.

Vou me render! O Shopping Leblon é legal! As lojas, mesmo franquias, são as melhores. O espaço é bem distribuído e amplo e, o melhor, a praça de alimentação possui vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas.

No Rio, o botequim está presente em todo lugar e para qualquer família, inclusive em Shopping Centers. Também com vista para a Lagoa, o Botiquim Informal foi a minha opção para este dia chuvoso. Bom! Muito Bom! Comam a feijoada para duas pessoas e o chopp da Brahma, sempre bem tirado. O claro e o escuro.

Também tem a expand, para se degustar vinho e com o requinte próprio da franquia.

Aliás, também tem cinema, que esperei na concorrida fila e não me arrependi. Pode se comprar as entradas em uma máquina, o que reduz consideravelmente as filas. Quatro salas com cadeiras marcadas, com o braço que levanta, dando oportunidade do namoro mais gostoso. Um ótimo programa.
 
Pena que o filme que vi não contribuiu. Comer, rezar e amar, comédia romântica baseada no best seller homônimo, é enfadonha, mesmo tendo astros do nível de Javier Barden e Julia Roberts.
 
Do Rio de Janeiro, RJ.

sábado, 2 de outubro de 2010

Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Quando Dom João VI, então Príncipe Regente, fugido de Napoleão Bonaparte, chegou nesta Colônia em 1808, com a intenção de criar um Jardim Botânico, os nativos e os habitantes cariocas não entenderam muito bem. Para quê criar um local que abrigue espécies de plantas no meio da mata atlântica, onde existe uma das maiores diversidades florestais do planeta?

Tenho certeza de que não foi a inteligência estratégica e o pensamento aguçado do regente que fez isso, mas o fato é que demos sorte, pois o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos locais mais bonitos do mundo e faz jus aos seus duzentos anos de existência.

Tão importante quanto o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, o Jardim Botânico é um programa bom, bonito e barato na Cidade Maravilhosa. No passeio, que custa apenas R$ 5,00 (cinco reais) o ingresso, com abatimento para meia entrada, deficientes e outros, pode-se conhecer, além das incontáveis espécies florestais, o orquidário, o bromeliário, a tenda das plantas insetívoras, os bonsais e os cafés, seja o de perto do parquinho para as crianças, com mais crianças, óbvio, seja o da loja de souveniers. Aliás, se tiver crianças, é um passeio imperdível. 

Não adianta, neste caso, descrever o que vi, pois somente indo no local é que se tem o verdadeiro Jardim Botânico. Deixo apenas algumas fotos:

As palmeiras imperiais da entrada do Jardim:


Orquidário:


Bromeliário:



Do Rio de Janeiro, RJ.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Cena Muda

O Rio de janeiro sempre revela surpresas. Uma delas descobri hoje, que é a revistaria de época A Cena Muda (Visconde de Pirajá com Maria Quitéria, (21) 2287-8072, www.acenamuda.com.br).  Trata-se nada mais que um sebo de revistas na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.

Quando vi a banca de revistas e entrei, entrou comigo uma pessoa procurando "um exemplar da Revista Vogue que tinha o Tom Jobim na capa", perguntando desta forma, e a senhora atendente, muito simpática, disse que achava que tinha, procurou e encontrou, no meio das diversas revistas antigas. 


Muito divertida a banca de revistas, mesmo que seja somente para olhar as edições antigas ou procurar um exemplar que sempre se quis ter e nunca encontrou. 

Do Rio de Janeiro, RJ.

Quadrucci



Um dos restaurantes que chamo de "perfeito" que conheço é o Quadrucci (www.quadrucci.com.br, Rua Dias Ferreira, 233, Leblon, (21)  2512-4551, Rio de Janeiro, e Av. José Bento Ribeiro Dantas, 2.900, Manguinhos, (22) 2623-6303, Búzios). Chamo-o assim pois o ambiente é perfeito, o atendimento é perfeito, a carta de vinhos é perfeita e a comida, como não poderia deixar de ser, é perfeita.

A localização na Capital é ao lado do Zuka e próximo ao Sushi Leblon, no Baixo Leblon, local dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro. O estilo do Restaurante é de cozinha italiana contemporânea, talvez por este motivo não espere comer nhoque a bolonhesa. Os pratos são sofisticados, com criações próprias do restaurante, entre massas, risotos e outros inovadores, com mistura de produtos amazônicos, como o filhote, o açaí e a farinha de tapioca.

Hoje, pedi de entrada a Composição de Filé Mignon, que vem Steak tartar, mini medalhões em crosta de castanha do Pará e especiarias e hamburguinho com mostarda Dijon, acompanhados de chips de baroa ao sal grosso e ervas (R$ 35,00), que serve duas pessoas. Como prato principal, eu e a Preta fomos de massa, eu o Quadrucci Aberto recheado com paleta de cordeiro, batata doce e aspargos ao creme de manjericão (R$ 41,00), ela o Nhoque de Batata Baroa ao creme de cebola com carne-seca, queijo coalho e melaço (R$ 37,00), ambos excelentes. De sobremesa, acompanhando a tendência italiana, pedi Tiramisú (R$ 15,00).

No atendimento, jovens muito simpáticos, profissionais e muito bem preparados para servir.

Tudo muito bom e sem qualquer defeito, inclusive na enganadora aparência do restaurante, levemente despojado, escondendo a sofisticação do restaurante, que muitas vezes assusta quem está de férias no Rio de Janeiro.

Do Rio de Janeiro, RJ.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ali Babá, comida árabe

Opção boa, bonita e barata na terrinha é o Ali Babá, que fica na Bernal do Couto, nº 232, entre Doca de Souza Franco e Wandenkolk. Especializado em comida Árabe, possui pratos para agradar gregos e troianos, como refeições, sanduíches, salgados e, até mesmo, comida na chapa e yakisobas.

O ambiente é descontraído, meio restaurante, meio lanchonete, possuindo almoço executivo durante a semana e buffet nos finais de semana e feriados (R$ 32,00 por pessoa), na qual se pode saborear um dos carros chefes do restaurante, o carneiro inteiro assado à moda Árabe.

Sugiro, para os que vão pela primeira vez, pedir o Ali babá Especial 01 (R$ 29,00), em que se pode escolher entre três acompanhamentos de uma lista de comidas árabes, como kibe cru e de forno, homus, babaganoj, charutos variados, dentre outros, mais dois espetos também a ser escolhidos entre o Lahan Michui (de filé), Kafta (picadinho) ou Chick Tauk (frango), dois pães árabes e, claro, a sobremesa, sendo oferecidos vários doces, árabes ou não, como opção. Este prato é individual, mas serve duas pessoas, como indicam os simpáticos garçons, outro ponto a favor do restaurante.

O restaurante também entrega em casa, pelo telefone (91) 3242-5454, do horário das 11:30 às 23:00, mas talvez a sua principal vantagem seja funcionar segunda-feira, quando os principais restaurantes da cidade estão fechados.

domingo, 19 de setembro de 2010

O Segredo dos seus Olhos

Pensei que não conseguiria ver outro filme argentino sobra a ditadura daquele País, ante a repetição deste tema. Contudo, quando vi O Segredo dos seus Olhos (El secreto de sus Ojos, 2009), percebi que o Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano foi mais que merecido.

A dupla Juan José Campanella (diretor e produtor) e Ricardo Darín (protagonista), repetiram a parceria que deu certo em O filho da noiva (El hijo de la novia, 2001), indicado ao Oscar de 2002, fazendo outro filme de sucesso.

Neste filme, Benjamin Espósito busca esclarecer um crime que ocorreu há 25 anos. É um policial recheado de suspense, com a qualidade dos filmes argentinos e a atuação de Ricardo Darín.

domingo, 12 de setembro de 2010

Bons Costumes (Easy Virtue, 2008)

Este filme conta a história de uma americana, campeã de automobilismo, que se casa com o filho playboy de uma família tradicional inglesa, que mora no campo. A película mostra a falência, moral e financeira, da tradicional família britânica.

O altivez e o sarcasmo britânico retratados no filme são imperdíveis.


O elenco é primoroso: Jessica Biel, Kristin Scott Thomas e o impagável Colin Firth.



sábado, 11 de setembro de 2010

Casa México

Instalada em um casarão típico de Belém, com decoração descolada em estilo mexicano, com réplicas de quadros do casal Diego Rivera e Frida Kahlo, a Casa México é um prazeroso restaurante mexicano, que daria uma ótima casa da moda, mas que me parece ainda não foi descoberta pelos notívagos paraenses.


De frente para a Praça Batista Campos, que dá um charme a mais ao restaurante, pode-se comer burritos, fajitas e quesadillas de excelente qualidade. Hoje, mais uma vez ao local, me deliciei com o prato de tacos de pato (R$ 36,00) e a Preta com o burrito com queso (R$ 32,00), sendo que somente um prato daria para nós dois satisfatoriamente. Paciência, recorremos à tradicional quentinha para o dia seguinte - ou mesmo dia, quem sabe?!. Por volta de um mês atrás, comemos com os amigos Marcus e Bárbara o taco a la parrilla (R$ 52,00), que deu para os quatro. Como acompanhamento, Tequilas, cervejas e, para os abstêmios, as jarras de suco, como o de abacaxi com hortelã (R$ 10,00).

A Casa México fica na rua dos Mundurucus, nº 1728, bairro Batista Campos, em frente a praça de mesmo nome, em um casarão preservado em que foram respeitadas as suas linhas originais, o que torna, por si só, válida a visita. Reservas: (91) 32128119.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Blog de Vinhos

Minha amiga Solange Affonso me mandou esta dica, que aprovei e ainda incluí como um dos meus blogs prediletos.

É um blog de vinhos, para iniciantes e iniciados: http://nossovinho.com/

Recomendo.

Putz! Mais uma eleição!


Sempre fui daqueles eleitores aplicados: assisto o programa eleitoral gratuito toda a noite e sempre que posso, aumentando a televisão e fazendo, como dizem os hispânicos, mala cara quando a Preta vem querer conversar, ouço a propaganda no rádio, pesquiso propostas, planos de Governo e, principalmente, a lisura e a honestidade do candidato.

Mas este ano está difícil. Candidato mensaleiro, candidato que somente falta dizer que é filho de um Presidente que se autointitula o melhor que o País já teve, candidato que é reconhecidamente mal humorado e antipático, fazendo caras e bocas para parecer mais simpático, candidato que teve a sua candidatura cassada que insiste que está concorrendo e candidato concorrendo que deveria ter tido a sua candidatura cassada. Aliás, o penúltimo, é um capítulo a parte e digno de louvor, pois parte para o ataque, afirmando que os seus inimigos estão desesperados porque possui a maioria absoluta dos votos e que o Supremo Tribunal Federal é a sua redenção e garantidor de sua candidatura, em um jogo de palavras que deixaria até o próprio Ministro do STF em dúvida se a candidatura foi realmente cassada ou não.

Todos, absolutamente todos, com uma simpatia invejável e uma honestidade arrogante, garantindo saúde, educação e segurança, a tríade da candidatura vencedora. O problema é que esta tríade é lugar comum de todos os candidatos, que faz das propostas ainda mais iguais. O partido?! É um mero detalhe. Pouquíssimos, ou nenhum, estão em um partido por ideologia.

Muitos destes candidatos conheço e, em algum momento, convivi, o que torna a propaganda política hilária. Tem candidato que colocou uma pessoa para dar depoimento sobre a sua vida. Até aí tudo bem, se essa pessoa não tivesse a vida pública conhecidamente manchada. E, voltando aos arrogantes e ditadores, tentam se passar por cordeirinhos e simpáticos, fazendo tanto esforço, pois não estão acostumados com essa qualidade, que se tornam chatos e, ainda, sem qualquer credibilidade nessa simpatia.

Podem dizer que tudo que falei acima é clichê, que todo ano acontece e que eu era um idealista e somente agora eu esteja caindo na real. Pode ser e até concordo. Mas o fato é que estou cansado de escolher candidato por ser o menos pior. Não posso acreditar que a vida política brasileira e paraense seja desse nível.

Para se ter idéia do que passo, a poucos dias das eleições tenho apenas trinta por cento dos meus candidatos definidos e mesmo estes ainda tenho receio das alianças que farão quando estiverem governando, se se elegerem. O restante, não tenho qualquer opção, ainda que seja pelo critério do menos pior. Voto em amigo? Conhecido? Indicado? Parente? Não sei.

Hoje decidi que parei! Joguei a toalha! Não vou mais me irritar com o horário eleitoral! Com a cara de pau dos corruptos! Do jogo de palavras! Dos antipáticos! Dos arrogantes! Das propostas iguais! Dos donos do poder, eleitos ou não! Dos Oligarcas e coronéis! Dos aproveitadores da coisa pública! Dos manipuladores! Dos políticos!

Me revoltei! não vou ficar mais mal humorado e a não vou me preocupar mais em quem votar! Em quem vai conduzir o País! O Estado! Em quem vai fazer as leis! Não quero mais saber se o voto é importante! Não quero saber se o voto é a minha única arma para melhorar o País! O meu Estado! A minha condição de vida! E se o voto é... é...

Pois'é. Acho melhor eu voltar para o critério de escolher o menos pior...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Mercado de Santiago

Falando em Santiago do Chile, lugar imperdível para se visitar é o mercado local, com sua diversidade interminável de peixes e frutos do mar. Aliás, mais que visitar, sentar para comer, como diz a Preta, o "caranguejão". O caranguejão, cujo nome é centolla, possui a carne extremamente saborosa e pode ser degustado em um dos restaurantes que ficam no próprio mercado, além de diversos outros restaurantes na Capital.


Uma das comidas mais aprecidas do Chile, o centolla custa por volta cem dólares no mercado, dependendo do tamanho. Contudo, no que pese o preço alto, serve várias pessoas e vale pela iguaria típica chilena. Quando tive a oportunidade, comprei o abaixo, por volta de noventa dólares, sendo que serviu seis pessoas, que puderam comer satisfatoriamente, sem exageros.


Na hora de comer, o caranguejo vai acompanhado de um garçom, que corta as patas e tira toda a carne. Portanto, não se preocupem que não se trata de nenhum ritual interativo de quebra de caranguejo com um martelo, em que se espalha todo o caranguejo pela mesa e nos outros participantes, estilo toc-toc.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Poeta de Isla Negra

Terminei de ler ontem o livro de memórias de Pablo Neruda. "Confesso que vivi", que ganhei de presente de meu amigo Mário Figueiredo, é uma autobiografia densa, que conta as histórias amorosas, intelectuais e políticas do narrador.

O livro possui narrativa que mescla, como não poderia deixar de ser, a prosa com elementos de poesia, como a metáfora e as comparações, que torna a narrativa única e singular, que somente um poeta, escrevendo prosa, poderia fazer. Aliás, somente um poeta do quilate deste prêmio Nobel de 1971.


Tenho a satisfação de ter visitado a casa de Neruda de Isla Negra, local onde escreveu Confesso que Vivi e alguns de seus livros mais importantes. É a mais conhecida das casas do escritor, se considerarmos que a sua casa em Santiago e a de Valparaíso, que as chamava de La Chascona e La Sebastiana, respectivamente, foram saqueadas e parcialmente destruídas após a morte do poeta, em 1973.

Distante cerca de 140 Km de Santiago do Chile, a casa de Isla Negra não é mais uma casa isolada, sem água potável e luz elétrica, como na época em que Neruda a comprou. Hoje, está rodeada por uma cidade, com fácil acesso e transformada em museu.

Nas margens do Oceano Pacífico, Isla Negra é uma viagem imperdível para quem visita Santiago. Ali tudo está conservado como na época em que Pablo Neruda morava com sua esposa Matilde Urrutia, dando a impressão que a qualquer momento o poeta irá aparecer e perguntar sobre Jorge Amado, um de seus amigos do Brasil.

Suas coleções de caracóis e carrancas. O barco que fica no seco, onde costumava beber vinho e se chamar de capitão. O quarto, com as iniciais suas e de Matilde. E até mesmo o seu túmulo, ao lado do de sua esposa, a quem dedicou "Cien Sonetos de Amor", tornam a visita inesquecível.


Imperdível, também, é a leitura do livro autobiográfico, para quem quer conhecer um dos mais importantes poetas do mundo e a história recente do Chile.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Neymar, Ganso, Pato e um animal.

Costumo dizer que o maior problema, talvez trauma incurável, do futebol brasileiro foi a derrota da copa de 1982. O time dos sonhos, com Zico, Júnior, Falcão, Sócrates & Cia, para mim a melhor seleção de todos os tempos (ou pelo menos a melhor que vi), derrotada, jogando o futebol arte.

Após a eliminação, com o nosso carrasco Paolo Rossi, criou-se o conceito de “seleção eficiente”. Neste conceito, a seleção brasileira, desde aquela época, tem jogado na retranca, sempre visando a vitória, geralmente sem brilho, somente em busca do caneco, seja lá de que campeonato participe.

Uma das exceções, claro, foi a copa de 1994, em que o Brasil jogou com brilho, com arte, em muito dependente do Romário, sem desconsiderar o Bebeto e mesmo o próprio Dunga, este com seus lançamentos e sua marcação incessante e cerrada, que me lembro como se estivesse assistindo a copa hoje, em Mosqueiro, onde estava na época. Infelizmente, salvo raros jogos, foram poucos momentos do futebol arte brasileiro que me lembro. Mesmo na Copa de 2002, em que fomos pentacampeões.

Hoje, no amistoso contra os americanos, relembrei da arte de jogar futebol. Do futebol brasileiro. Do futebol com alegria, descontração e, na parte boa e despretensiosa, moleque.

Mesmo que não tenha vivência para falar do futebol brasileiro, pois não vi Pelé, Garrincha e Nilton Santos jogando, dentre outros e sem desmerecer ninguém, talvez, com apenas um jogo, é a melhor seleção brasileira que vi desde 1982, quando chorei escondido do meu pai em decorrência da eliminação no jogo contra a Itália.

Sei que o Mano Menezes não foi bobo quando convocou um ataque já constituído e firmado do melhor time brasileiro de 2.010, o Santos. Robinho, Neymar e Ganso já estavam entrosados e estes, principalmente o primeiro, já são atletas experientes, no que pese a pouca idade dos dois últimos. Óbvio que o técnico queria segurança para estrear em grande estilo. Melhor, queria estrear com outro estilo da seleção passada.

Penso que saímos da era Dunga e de outros técnicos pós-82 do futebol eficiente para a era Mano, do futebol arte, do futebol toque de bola. Sei que ainda é cedo para fazer qualquer análise, ainda mais se considerarmos que o jogo foi contra um time ainda em consolidação, o dos isteites, e que foi apenas o primeiro jogo desta Seleção brasileira. Mas temos que considerar, também, que os Estados Unidos estão treinando há pelo menos quatro anos, pois foi o mesmo time que jogou a Copa do mundo, e que a Seleção Canarinho apenas treinou um dia e meio, tendo a sua formação completamente modificada, inclusive graças à lucidez da não convocação do animal Felipe Melo, jogador símbolo da era Dunga.

Neymar e Ganso, capítulos a parte e que ficarão para uma próxima crônica, foram brilhantes e geniais, um deles inclusive fazendo gol e o outro imprescindível para a vitória. Como falei para a Preta, que inclusive twittoou, o Ganso parecia que nasceu na seleção, tamanha a tranquilidade e familiaridade que tinha, atuando como verdadeiro capitão, mesmo sem estar com a braçadeira. Não posso deixar de falar no Pato, que fez dois gols, um anulado, atuando como matador, ao estilo Romário, no que pese o estilo dos dois não ser muito parecidos.

Vi, agora, na tv, imagens do Ganso jogando na Tuna Luso, o time que a torcida cabe em uma Kombi, em que sua mãe fazia churrasquinho na frente do estádio para ajudar o time. Não vou entrar no mérito, como fez o comentarista Caio Ribeiro, de que espera que os jogadores não se deslumbrem com o sucesso, pois acho que a cabeça destes novos jogadores são de atletas, ainda mais quando vejo a segurança do Ganso em campo.

O fato é que espero que o Mano Menezes cumpra a sua promessa de retorno do futebol arte à seleção brasileira, ou pelo menos dê chances para que apareça, deixando a era do futebol “eficiente”, que nunca deu certo para o Brasil, a exceção da copa de 2002 com o Felipão.

Contudo, vendo o jogo de hoje, há pouco tempo da eliminação do Brasil da Copa, não deixo de pensar como seria se o técnico Dunga tivesse convocado Neymar, Ganso e Pato. Sem convocar o Felipe Melo, é claro.
 
Belém, 11 de agosto de 2010.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Simplesmente Complicado

Divorciados, após dez anos de separação, se encontram e voltam a ter relacionamento, escondidos da nova esposa e dos filhos.

O enredo poderia fazer parte de mais um dramalhão voltado a ganhar estatuetas. Mas, ao contrário, é a substância de uma comédia muito divertida, que nada possui de vazia.

O filme nem precisava, mas é abrilhantado pelo elenco principal formado por Maryl Streep, Steve Martin e Alec Baldwin, este último no papel impagável do ex-marido canastrão, que por si só já vale a película.

Parabéns à escritora e diretora Nancy Meyers.



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terça-feira, 20 de julho de 2010

A Idade ou, como segundo título, O Bode

Nos corredores do Forum trabalhista, com pressa para ver os autos antes da audiência, me deparei com uma pessoa que não via há exatos dezesseis anos. Parece que ficou mais surpreso que eu, pois me disse, de pronto, "tu estás muito envelhecido". Não tive outra reação, a não ser dizer que fazia muito tempo que não nos víamos.

Chegando em casa, contando o episódio, a Preta me retrucou, com a genialidade simplista que lhe é peculiar, que eu deveria ter perguntado se ele não se olha no espelho, mesmo que sequer o tenha visto antes ou saiba quem é.

O fato é que faz mais de quinze anos que não o via e somente não quis conversar com ele pelo fato de que não me lembrava de seu nome, mas tão somente de seu apelido, Bode, que não é uma denominação educada para ser dada em uma sala de audiências. Contive-me.

Me lembro do Bode quando jogava bola no meio da rua, em um conjunto no subúrbio paraense. Na época, ambos éramos magros, atléticos e ágeis. Nunca foi meu amigo. Aliás, conhecíamos de longe e sem nenhuma intimidade.

Depois da citação do Bode acerca de minha aparente idade, tão de surpresa que me deixou quase mudo, passei na audiência a observar o conhecido de outrora, tentando arranjar uma justificativa para o comentário dele. Não precisou muito:

Os seus cabelos, já não cobriam toda a cabeça. Aliás, a cobriam muito pouco. Ostentava um calo abaixo do peito, de tal tamanho que o cinto não se fixava na cintura, mas bem abaixo dela. Aliás, o cinto era um atrativo a parte. A fivela se voltava para o chão, mais parecendo que estava sustentando a protuberante barriga do que efetivamente segurando as calças ou sendo um acessório que fazia parte da vestimenta.

O seu traje, uma camisa azul marinho com blazer e calça pretas que, no conjunto com a pele morena e o semblante carrancudo, o faziam uma figura sombria. E, mais, foi o primeiro advogado que vi, em meus anos de advocacia, que não usou a gravata na audiência.

O Bode há muito não era aquela figura atlética de exatos dezesseteis anos atrás.

Neste momento, havia até perdido a concentração e o pensamento na audiência difícil e complicada que iria enfrentar e estava me lembrando de uma crônica do Denis Cavalcante, em que ele se encontrava com uma pessoa da sua juventude na Braz de Aguiar e que a primeira reação desta foi dizer a ele como ele estava velho, e o Denis, comedido, preferiu não comentar que a então mulher há muito não era a garota bonita que visitava seus sonhos na juventude.

Pois'é. Me pareceu que o Bode não imaginou que o tempo passou para nós dois.

Pelo menos para mim, com meus precoces e hereditários cabelos brancos e meus quilos excedentes depois que apaguei a idéia do cigarro, tenho certeza de que o tempo passou comigo, não para mim, passando acordado, usufruindo de cada momento, e não passou enquanto eu dormia, como diz a música dos Titãs.

Para o Bode, a julgar pela indelicadeza e futilidade, o tempo passou enquanto ele dormia, como a mesma música.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

No DETRAN da Capital paraense...

Fato verídico, hoje, no balcão de informações do Departamento de Trânsito do Estado do Pará, da Rodovia Augusto Montenegro:

Usuário do sistema de trânsito: - Bom dia, como faço para obter a habilitação para dirigir motos?

Servidor Público Atendente1: - Tem que trazer cópia e original da carteira de habilitação e de um comprovante de residência, tirar a senha e abrir um processo.

Usuário: - Não entendi, você falou muito rápido, o que preciso?

Atendente1: - Traga cópia da habilitação, do comprovante de residência, para poder abrir um processo...

Usuário sai e volta depois de dez minutos e fala com o Servidor Público Atendente2, pois o Atendente1 estava conversando com outros dois servidores do Órgão: - Estou com os documentos, o que faço para tirar Carteira de Habilitação para motos?

Servidor Público Atendente2: - Já fez o curso de direção defensiva? Precisa fazer antes.

Usuário: - Não fiz. Mas o Atendente1 me informou que tinha que trazer primeiro esses documentos.

Atendente1, falando com o Atendente2: - Não é preciso fazer o curso agora, tem que primeiro abrir o processo e pagar a taxa. Ele tem que pegar a senha.

Usuário: E onde pego a senha?

Atendente 1: Comigo mesmo.

Usuário, com a senha número 424, olha no painel de chamadas, que consta o número 253, fala para o atendente1: - O DETRAN vai funcionar sexta-feira, após o feriado?

Atendente1, com um sorriso de canto de boca, parando de olhar umas fotos juntamente com outros dois servidores públicos do Órgão de Trânsito: - Vaaaaai... vaaai, sim! Só não sei se os funcionários vêm trabalhar....

Usuário, indignado: - Pois'é! Já não trabalham normalmente, ainda mais depois de feriado!

Atendente1, voltando a olhar as fotos, com naturalidade: - É verdade...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Chiwake

Li em algum lugar que Recife não é uma Capital para iniciantes, mas para iniciados. Cada vez mais vejo que a afirmativa é verdadeira, pois a diversão de Recife somente aparece para as pessoas que pesquisam e correm atrás do que a Cidade tem de bom a oferecer.

É o caso do Chiwake (http://www.chiwake.com.br/, Rua da Hora, 820), um restaurante peruano que mescla o tradicional com influências japonesas, o que denominam de cozinha Nikkei. A mistura é simplesmente fantástica. Aliás, é fantástica, pois o restaurante não tem nada de simples. Ao contrário.

De entrada fui, obviamente, de ceviche, o Ceviche de Nazca (R$ 31,90), que possui peixe, camarão e lula, acompanhados de pepino, tomate-cereja, batata-doce, gergelim, tudo regado com limão e um molho japonês agridoce. Imperdível.


Como prato principal, pedi uma espécie de risoto, que levava vieira, camarão e aspargos, acompanhado de lagosta na manteiga. Madre de Dios é o nome do prato (R$ 64,90). A preta pediu o Arroz Nikkei, que é o arroz frito com camarões, regado com um molho japonês (R$ 47,00). Ambos imperdíveis.


Todos os pratos vêm com uma arrumação e uma plástica perfeita, como se fossem obras de arte, incluindo conchas do mar na decoração, além de peças comestíveis, como no meu prato, que havia alho-poró frito, aliás, igualmente delicioso.

Na sobremesa, por indicação do garçon, cujo serviço é impecável, fomos de Suspiro Limeño, uma mistura de creme de leite e leite condensado, tudo tipicamente peruano.


Há muito não víamos em um restaurante tão bom, que alia a técnica culinária com surpresas e inovações do Chef. Saímos do restaurante com gosto de quero mais e considerando a idéia, mais do que nunca, de conhecer o Peru e Machu Picchu.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

E a nossa Belém?

E por falar em Recife, que estou agora, fico me perguntando "e a nossa Belém?"

Por quê que Belém continua tão suja e violenta? Por quê não podemos andar nas ruas? Por quê as pessoas são tão grosseiras umas com as outras? Por quê o trânsito continua com tanta falta de educação dos motoristas?

Parecem questionamentos piegas, mas quando saímos de Belém, em Capitais que estão se desenvolvendo e com as mesmas condições sociais da Capital da Amazônia, vemos que o desenvolvimento e a qualidade de vida passam pelas respostas das perguntas acima.

Entre Amigos - O Bode

Na entrada, a Preta logo solta: "pensei que era brincadeira um restaurante sofisticado especializado em bode!". Pois'é! e, preconceitos à parte, bode com vinho é muito bom.

Com o ambiente agradável e climatizado, que ameniza o calor nordestino, na entrada, a boa pedida é o tradicional espetinho de camarão com queijo coalho, que por si só já paga a ida ao local.

Como prato principal, existem variados tipos de pratos com bode: pernil de bode, picanha de bode, costela de bode, bode ao molho de vinho tinto, ao molho de hortelã e muitos outros. Os pratos são para duas pessoas, por volta de R$ 50,00, e o pernil de bode, prato que fica durante horas marinando até chegar na mesa, alimenta bem quatro pessoas ao custo de R$ 99,00.

Como não havia na minha mesa boca suficiente para o pernil, pedi o superbode assado (R$ 47,00), pois achei o melhor pedido para os iniciantes na arte culinária deste caprino, considerando que o prato vem sem molho, com a carne macia e, principalmente, sem gordura (ou com muito pouca). Aliás, o bodinho, como carinhosamente chamam os garçons do local, vem sobre uma chapa, com chama embaixo, que não deixa a iguaria esfriar. Como acompanhamentos, não menos deliciosos, estão o feijão verde, o pirão de leite e a paçoca, também de bode, que é um atrativo a parte. Perfeito!


Usei para acompanhar os argentinos Luigi Bosca e o Norton, ambos malbec.

De sobremesa, fomos de cartola, uma mistura de banana, queijo, açúcar e canela.

Quem ainda assim não conseguir deixar o preconceito de lado e encarar o bode, a ida vale pelos petiscos ou mesmo para comer outros pratos, que vão do filé ao bacalhau, ou mesmo para o chopp da Brahma, pois o estabelecimento também funciona como bar.

O atendimento é tipicamente nordestino: garçons alegres e falantes, que fazem de tudo para fazer o cliente se sentir bem.

Saímos satisfeitos e maravilhados por saber que o bode pode ser tão gostoso e servido em uma casa da qualidade da Entre Amigos - O Bode (http://www.entreamigosobode.com.br/), tanto que o restaurante é considerado pela Veja Recife 2.010 como o melhor regional da Cidade.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Novo Estado, a Guerrilha do Araguaia e o Restaurante.

O título é complexo e aparentemente não possui ligação. Mas há e, mais, há uma ligação político-gastronômica difícil de entender com esta pouco explicada oração.

Fui hoje a São Geraldo do Araguaia, tratar sobre um problema social-ambiental (segunda expressão, somente em dois parágrafos, que fiz ser composta para evitar delongas. Paciência). No caminho, em um carro a partir de Marabá, estava eu, papa-chibé da Capital, um marabaense e um maranhense, e ambos me comentavam como seria bom (e acham que inevitável) que fosse criado o Estado de Carajás, que teve o plebiscito aprovado em regime de urgência pelo Congresso Nacional, e que, provavelmente (existem divergências), Marabá irá se tornar a Capital do novo Estado.

Após o evento, me levaram para almoçar na beira do Rio Araguaia, na casa de uma senhora, que no pátio, ao lado da balsa, serviu a mim e aos meus anfitriões um peixe, o pintado (ou surubim, como queiram), em uma humilde panela de barro e com talheres compostos de garfos poidos e maltratados, mas que, despretensiosamente, se mostrou um saboroso peixe.

Passei o tempo, ao meio das reclamações da Senhora de que o rio não dava mais peixe como antes, tentando imaginar aquela fronteira, em que bastava atravessar o rio para se chegar a Xambioá, na época da guerrilha do Araguaia e dos osvaldões mortos na ocasião.

Mas não é este o assunto. O assunto é que, voltando a Marabá, após duas horas de volta em uma estrada com altos e baixos, por dentro de terras indígenas e com vista para a Serra das Andorinhas, decidi ir jantar no restaurante Bambu (Travessa Pedro Carneiro, nº 433, Cidade Nova, Marabá (94) 33241290). Não sei se o melhor de Marabá, mas o mais tradicional, e o que todos indicam.

Já tinha vindo antes aqui (escrevo do restaurante), mas no dia estava com trabalho para fazer, naquele sistema de tensão em que não me preocupei com o restaurante, comida e/ou com o atendimento.

Hoje, na entrada do restô, logo vi o escrito "vende-se jogos de mesa (Madeira)" grafado em papel A4. Sentei na mesa, a garçonete foi logo me avisando que estava me dando o cardápio reduzido, pois estava sozinho e o cardápio “grande” era para duas pessoas, pois nestes os pratos eram servidos para esta quantidade. O problema é que, descobri depois, a variedade de pratos no "cardápio grande" é muito maior e, mais, as entradas e o tira-gosto só estavam neste.

Pedi meia porção de isca de peixe de entrada (a inteira é para duas pessoas) e um filé de filhote ao escabeche, como prato principal. Comi.
A comida é boa. Só. Com pimenta melhora um pouco.

Não sei se Marabá vai ser capital do novo Estado. Sinceramente, ainda estou avaliando se vai ser viável se criar “O Estado do Carajás”. Mas uma coisa estou certo: Marabá, no nível de evolução que está, precisa de um bom restaurante... ou pelo menos o que exista se apresente despretensioso e saboroso como o restaurante improvisado no pátio onde outrora morreram os guerrilheiros.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Domenico

O Baixo Leblon não deixa de me surpreender e de ser uma opção certa no Rio de Janeiro.

Em meio ao burburinho da Dias Ferreira, encontrei um restaurante que para mim ainda era uma novidade, apesar de existir por volta de um ano e oito meses, tempo este mais do que suficiente para um restaurante se firmar em frente aos seus pares desta rua, como é o caso do Zuca e do Quadrucci.

O Domenico (Rua Dias Ferreira, nº 147 ab, Leblon, Rio de Janeiro, CEP 22431-050, (21) 2239 6614, contato@domenicorestaurante.com.br) é um restaurante, como a própria atendente indica na entrada, com viés italiano. Mas não é somente mais um restaurante italiano e sim um local em que o chefe mescla a origem italiana do restaurante com tendências contemporâneas de vários países, como pude constatar no meu pedido, a entrada de seleção do mediterrâneo, que é fantástica, e, como prato principal, o lombo de cordeiro com cuzcuz marroquino.

Outra atração é a carta de vinhos que, para os estudiosos, possui uma vasta seleção, e para os simples enófilos como eu, inclui as sugestões do sommelier logo na primeira página, o que torna mais fácil acertar no pedido. Na dúvida, é só consultar os garçons, sempre solícítos e muito bem treinados, que torna o restaurante muito mais agradável.

Somente não confie no anúncio de que o estabelecimento é "restaurante e bar", pois no local não há espaço para o bar, a não ser que se improvise com bebidas e as entradas.