terça-feira, 3 de abril de 2018

Utilidade

No banco de trás

borram as luzes dos carros

no molhado da chuva

Solitário


Penso nas pessoas que me cercam

Da mesma forma que o taxista me leva

o valor do taxímetro

é o preço do amigo


No valor da minha confiança

vale a utilidade, 

O preço que pago pela companhia

para manter a amizade


Poucas sinceras

Desinteressadas

Que somente com o aumento do preço

A tornam gratuitas e fiéis


Findo o meu poder de pagamento

Quando veem que chego ao meu destino

O taxímetro marca o preço final

E desembarcam da minha vida


Poema escrito em Belém, Dezembro de 2016.