terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Casa do Bacalhau

A minha amiga Carla Melém, por estes dias, vem constantemente falando de bacalhau, principalmente de bolinho. Então, resolvi ir em uma casa que está aberta a alguns meses, com o nome apropriado: Casa do bacalhau. Aliás, estou aki agora.

Na Diogo Moia, 455, (91) 32236695, no bairro boêmio do Umarizal, o Restaurante serve qualquer tipo de bacalhau, desde as punhetas de entrada, bolinhos de bacalhau, pastel de forno, empadas, até os diversos tipos de pratos de bacalhau, como a bacalhoada e o bacalhau na brasa, com batas ao murro, acho que o meu preferido. Como entrada possui também o tradicional caldo verde. E para quem não gosta de bacalhau (será que existe?), alguns pratos de filé, filhote e camarão.

O preço dos pratos de bacalhau são similares: para duas pessoas, que servem três ou até quatro, R$ 75,00, o individual, que servem duas, R$45,00.

De sobremesa, pastéis de Belém (R$ 3,80) e outros.

Mas o melhor deixei para o final: não quer o restaurante, quer apenas a cerveja gelada e o bolinho de bacalhau, na frente do restaurante, na lanchonete, pare de carro no fácil estacionamento, sente em uma das mesas da calçada ou em pé no balcão, peça a sua cerpinha (R$ 3,90) e o seu bolinho de bacalhau (R$ 2,90), e o seu final de tarde será perfeito.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma tragédia anunciada 2

Na leitura da crônica "Uma tragédia anunciada", postada ontem, o Mário de Souza Figueiredo, mais conhecido como Dr. Figueiredo, admirado filósofo reconhecido em vida, poeta morador de Copacabana e, nas horas vagas, advogado, mandou três email's que reproduzo em sequência abaixo, com um olhar de perto da tragédia na Região Serrana carioca:

"Prezado Ary, Para ilustrar o seu bolg. Mário

16/01/2011 23:33

Sítio onde Tom Jobim criou 'Ãguas de março destruído pela chuva'

Amigos lembram paixão do compositor pelo lugar. Mulher que criou o maestro diz que despertou seu interesse pela natureza.
LINK DA NOTÍCIA
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/chuvas-no-rj/noticia/2011/01/sitio-onde-tom-jobim-criou-aguas-de-marco-e-destruido-pela-chuva.html?utm_source=g1&utm_medium=email&utm_campaign=sharethis"

"Prezado Dr. Ary,

A última mulher do Vinicius, Gilda Matoso, por volta do final dos anos oitenta, convidou a sua empregada, sambista do Estácio, para passar o Carnaval num sítio em São José do Rio Preto ( distrito de Petrópolis), prestando os serviços domésticos normais.
Depois de muita relutância, a doméstica concordou em ir, desde que fosse paga a maior pelo período. As partes concordaram e seguiram viagem.
O destino era o sítio do Maestro Tom Jobim, de quem a Gilda era empresária.
Um dia depois, a empregada foi à Dona Gilda e disse : " estou indo embora. Estou com saudades do carnaval. Estou chateada de estar aqui, porque , na madrugada, esse velho (referindo-se ao Tom) me pede café quete e fica tocando no piano uma música chata e sem ritmo".
Veja só. A empregada foi embora. A música chata, era "Águas de Março", que o "velho" Tom estava compondo.
Acho que esta história, complementa o que já lhe remetí relativo ao desabamento da casa do Tom Jobim, em SJR Preto, deve ser divulgado no seu blog.
Abraços. Mário Figueiredo."

"Prezado dr. ARY,
Encaminhei uma mensagem para você, como complemento de uma matéria sobre a casa do tom jobim, que foi destruída pelas chuvas. Nessa casa, tom compôs "águas de março", "dindin" e outras conções.
Localizei no google e remetí para você. Não sei se recebeu, pois eu sou semi analfabeto nesse negócio de computador.
Entretanto, vale à pena você procurar no google "sitio de tom jobim-são josé do rio preto", que vai aparecer a reportagem. Vale incluir no seu blog, com o complemento que lhe mandei. É a música ao vivo ! Aguardo contato. Mário Figuieredo."

Obrigado Mário.

Belém, 19 de maio de 2.010.





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Uma tragédia anunciada

Quando Einstein usou a frase “Deus não joga dados com o universo”, estava dizendo que os desígnios divinos (expressão usada pelo filósofo contemporâneo Mário Figueiredo) não são aleatórios e que em todo acontecimento da natureza existe a lógica que o antecedeu.

Aliás, no caso da tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, que já conta com 622 mortos e, certamente, quando começar o noticiário da meia noite, já serão 700 ou mais mortos, o acontecimento era mais que anunciado. Todo ano, em janeiro, a Cidade Maravilhosa é vítima de alagamentos sem precedentes e de tragédias menores. Se é que podemos falar que uma tragédia pode ser menor.

No ano passado, por exemplo, no mesmo janeiro, as chuvas, além dos alagamentos na capital, fizeram dezenas de vítimas em Angra dos Reis, em decorrência de deslizamentos de terras ocasionados pela mesma combinação do ocorrido na região serrana: montanhas de pedras maciças, fina camada de terra, retirada de árvores, que tornam o solo poroso e sem fixação, e construções irregulares em locais instáveis.

Como se vê, voltando à citação einsteniana, a tragédia foi mais que anunciada. Tanto foi anunciada que o sistema meteorológico brasileiro avisou às Prefeituras da Região que ocorreriam chuvas fortes no período, aviso este que foi totalmente ignorado pelos municípios.

Quase todos. Justiça seja feita, houve um Município, se minha memória não me trai o de Areal, que, avisado pela meteorologia, o Prefeito colocou um simples carro de som nas ruas pedindo para a população que estava em áreas de risco abandonasse as suas casas. No Município não houve vítimas.

Aliás, no quesito de tragédias anunciadas, apareceu no noticiário de domingo passado as enchentes no Japão e na Austrália em decorrência das mesmas chuvas que assolam o Rio. Na Austrália, um brasileiro falava ao telefone com o repórter dizendo que recebeu uma carta do sistema de meteorologia solicitando que abandonasse a sua casa, pois estava próxima ao rio e que provavelmente a moradia seria alvo da enchente. Dois dias depois a casa havia sido levada pela força das águas e o brasileiro imigrante estava são e salvo graças à cartinha. No Japão então, o que falar? Na década de 50, o País foi atingido por um tufão que matou 3000 pessoas. Após isso, um tufão dessa magnitude não apareceu mais. Mas se aparecer, o País conta com grandes comportas para conter as águas dos rios e do oceano, gigantescas piscinas subterrâneas para armazenar as águas das chuvas e/ou dos transbordamentos dos recursos hídricos, planos de evacuação pregados nos postes e, uma vez por ano, é feito um treinamento de evacuação para a população, além de um sistema de monitoramento de catástrofes que mais parece a sala de comando da nave espacial do Capitão Kirk. Saldo de mortos: Na Austrália, 22, no Japão, não sei, mas não lembro de ter ouvido falar de algum...

Quando será que aprenderemos? Quantas tragédias anunciadas mais ocorrerão? Quanto mais será necessário dizer que a natureza se vinga pelo desmatamento, pela retirada de árvores, e pela construção em locais irregulares? Quanto mais será preciso avisar que em janeiro chove no Rio de mesmo mês e que deverá sempre se ter precaução com essas chuvas e estar preparado para elas?

Doutor Figueiredo, sei que saiste de Petrópolis dia 09, um fim de semana antes desta tragédia ocorrer. Peço: não apareça mais por lá em janeiro. Pelo menos até nós entendermos que o ocorreu não se deve aos desígnios divinos,  mas sim à imprevidência e teimosia dos homens.