quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Cena Muda

O Rio de janeiro sempre revela surpresas. Uma delas descobri hoje, que é a revistaria de época A Cena Muda (Visconde de Pirajá com Maria Quitéria, (21) 2287-8072, www.acenamuda.com.br).  Trata-se nada mais que um sebo de revistas na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.

Quando vi a banca de revistas e entrei, entrou comigo uma pessoa procurando "um exemplar da Revista Vogue que tinha o Tom Jobim na capa", perguntando desta forma, e a senhora atendente, muito simpática, disse que achava que tinha, procurou e encontrou, no meio das diversas revistas antigas. 


Muito divertida a banca de revistas, mesmo que seja somente para olhar as edições antigas ou procurar um exemplar que sempre se quis ter e nunca encontrou. 

Do Rio de Janeiro, RJ.

Quadrucci



Um dos restaurantes que chamo de "perfeito" que conheço é o Quadrucci (www.quadrucci.com.br, Rua Dias Ferreira, 233, Leblon, (21)  2512-4551, Rio de Janeiro, e Av. José Bento Ribeiro Dantas, 2.900, Manguinhos, (22) 2623-6303, Búzios). Chamo-o assim pois o ambiente é perfeito, o atendimento é perfeito, a carta de vinhos é perfeita e a comida, como não poderia deixar de ser, é perfeita.

A localização na Capital é ao lado do Zuka e próximo ao Sushi Leblon, no Baixo Leblon, local dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro. O estilo do Restaurante é de cozinha italiana contemporânea, talvez por este motivo não espere comer nhoque a bolonhesa. Os pratos são sofisticados, com criações próprias do restaurante, entre massas, risotos e outros inovadores, com mistura de produtos amazônicos, como o filhote, o açaí e a farinha de tapioca.

Hoje, pedi de entrada a Composição de Filé Mignon, que vem Steak tartar, mini medalhões em crosta de castanha do Pará e especiarias e hamburguinho com mostarda Dijon, acompanhados de chips de baroa ao sal grosso e ervas (R$ 35,00), que serve duas pessoas. Como prato principal, eu e a Preta fomos de massa, eu o Quadrucci Aberto recheado com paleta de cordeiro, batata doce e aspargos ao creme de manjericão (R$ 41,00), ela o Nhoque de Batata Baroa ao creme de cebola com carne-seca, queijo coalho e melaço (R$ 37,00), ambos excelentes. De sobremesa, acompanhando a tendência italiana, pedi Tiramisú (R$ 15,00).

No atendimento, jovens muito simpáticos, profissionais e muito bem preparados para servir.

Tudo muito bom e sem qualquer defeito, inclusive na enganadora aparência do restaurante, levemente despojado, escondendo a sofisticação do restaurante, que muitas vezes assusta quem está de férias no Rio de Janeiro.

Do Rio de Janeiro, RJ.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ali Babá, comida árabe

Opção boa, bonita e barata na terrinha é o Ali Babá, que fica na Bernal do Couto, nº 232, entre Doca de Souza Franco e Wandenkolk. Especializado em comida Árabe, possui pratos para agradar gregos e troianos, como refeições, sanduíches, salgados e, até mesmo, comida na chapa e yakisobas.

O ambiente é descontraído, meio restaurante, meio lanchonete, possuindo almoço executivo durante a semana e buffet nos finais de semana e feriados (R$ 32,00 por pessoa), na qual se pode saborear um dos carros chefes do restaurante, o carneiro inteiro assado à moda Árabe.

Sugiro, para os que vão pela primeira vez, pedir o Ali babá Especial 01 (R$ 29,00), em que se pode escolher entre três acompanhamentos de uma lista de comidas árabes, como kibe cru e de forno, homus, babaganoj, charutos variados, dentre outros, mais dois espetos também a ser escolhidos entre o Lahan Michui (de filé), Kafta (picadinho) ou Chick Tauk (frango), dois pães árabes e, claro, a sobremesa, sendo oferecidos vários doces, árabes ou não, como opção. Este prato é individual, mas serve duas pessoas, como indicam os simpáticos garçons, outro ponto a favor do restaurante.

O restaurante também entrega em casa, pelo telefone (91) 3242-5454, do horário das 11:30 às 23:00, mas talvez a sua principal vantagem seja funcionar segunda-feira, quando os principais restaurantes da cidade estão fechados.

domingo, 19 de setembro de 2010

O Segredo dos seus Olhos

Pensei que não conseguiria ver outro filme argentino sobra a ditadura daquele País, ante a repetição deste tema. Contudo, quando vi O Segredo dos seus Olhos (El secreto de sus Ojos, 2009), percebi que o Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano foi mais que merecido.

A dupla Juan José Campanella (diretor e produtor) e Ricardo Darín (protagonista), repetiram a parceria que deu certo em O filho da noiva (El hijo de la novia, 2001), indicado ao Oscar de 2002, fazendo outro filme de sucesso.

Neste filme, Benjamin Espósito busca esclarecer um crime que ocorreu há 25 anos. É um policial recheado de suspense, com a qualidade dos filmes argentinos e a atuação de Ricardo Darín.

domingo, 12 de setembro de 2010

Bons Costumes (Easy Virtue, 2008)

Este filme conta a história de uma americana, campeã de automobilismo, que se casa com o filho playboy de uma família tradicional inglesa, que mora no campo. A película mostra a falência, moral e financeira, da tradicional família britânica.

O altivez e o sarcasmo britânico retratados no filme são imperdíveis.


O elenco é primoroso: Jessica Biel, Kristin Scott Thomas e o impagável Colin Firth.



sábado, 11 de setembro de 2010

Casa México

Instalada em um casarão típico de Belém, com decoração descolada em estilo mexicano, com réplicas de quadros do casal Diego Rivera e Frida Kahlo, a Casa México é um prazeroso restaurante mexicano, que daria uma ótima casa da moda, mas que me parece ainda não foi descoberta pelos notívagos paraenses.


De frente para a Praça Batista Campos, que dá um charme a mais ao restaurante, pode-se comer burritos, fajitas e quesadillas de excelente qualidade. Hoje, mais uma vez ao local, me deliciei com o prato de tacos de pato (R$ 36,00) e a Preta com o burrito com queso (R$ 32,00), sendo que somente um prato daria para nós dois satisfatoriamente. Paciência, recorremos à tradicional quentinha para o dia seguinte - ou mesmo dia, quem sabe?!. Por volta de um mês atrás, comemos com os amigos Marcus e Bárbara o taco a la parrilla (R$ 52,00), que deu para os quatro. Como acompanhamento, Tequilas, cervejas e, para os abstêmios, as jarras de suco, como o de abacaxi com hortelã (R$ 10,00).

A Casa México fica na rua dos Mundurucus, nº 1728, bairro Batista Campos, em frente a praça de mesmo nome, em um casarão preservado em que foram respeitadas as suas linhas originais, o que torna, por si só, válida a visita. Reservas: (91) 32128119.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Blog de Vinhos

Minha amiga Solange Affonso me mandou esta dica, que aprovei e ainda incluí como um dos meus blogs prediletos.

É um blog de vinhos, para iniciantes e iniciados: http://nossovinho.com/

Recomendo.

Putz! Mais uma eleição!


Sempre fui daqueles eleitores aplicados: assisto o programa eleitoral gratuito toda a noite e sempre que posso, aumentando a televisão e fazendo, como dizem os hispânicos, mala cara quando a Preta vem querer conversar, ouço a propaganda no rádio, pesquiso propostas, planos de Governo e, principalmente, a lisura e a honestidade do candidato.

Mas este ano está difícil. Candidato mensaleiro, candidato que somente falta dizer que é filho de um Presidente que se autointitula o melhor que o País já teve, candidato que é reconhecidamente mal humorado e antipático, fazendo caras e bocas para parecer mais simpático, candidato que teve a sua candidatura cassada que insiste que está concorrendo e candidato concorrendo que deveria ter tido a sua candidatura cassada. Aliás, o penúltimo, é um capítulo a parte e digno de louvor, pois parte para o ataque, afirmando que os seus inimigos estão desesperados porque possui a maioria absoluta dos votos e que o Supremo Tribunal Federal é a sua redenção e garantidor de sua candidatura, em um jogo de palavras que deixaria até o próprio Ministro do STF em dúvida se a candidatura foi realmente cassada ou não.

Todos, absolutamente todos, com uma simpatia invejável e uma honestidade arrogante, garantindo saúde, educação e segurança, a tríade da candidatura vencedora. O problema é que esta tríade é lugar comum de todos os candidatos, que faz das propostas ainda mais iguais. O partido?! É um mero detalhe. Pouquíssimos, ou nenhum, estão em um partido por ideologia.

Muitos destes candidatos conheço e, em algum momento, convivi, o que torna a propaganda política hilária. Tem candidato que colocou uma pessoa para dar depoimento sobre a sua vida. Até aí tudo bem, se essa pessoa não tivesse a vida pública conhecidamente manchada. E, voltando aos arrogantes e ditadores, tentam se passar por cordeirinhos e simpáticos, fazendo tanto esforço, pois não estão acostumados com essa qualidade, que se tornam chatos e, ainda, sem qualquer credibilidade nessa simpatia.

Podem dizer que tudo que falei acima é clichê, que todo ano acontece e que eu era um idealista e somente agora eu esteja caindo na real. Pode ser e até concordo. Mas o fato é que estou cansado de escolher candidato por ser o menos pior. Não posso acreditar que a vida política brasileira e paraense seja desse nível.

Para se ter idéia do que passo, a poucos dias das eleições tenho apenas trinta por cento dos meus candidatos definidos e mesmo estes ainda tenho receio das alianças que farão quando estiverem governando, se se elegerem. O restante, não tenho qualquer opção, ainda que seja pelo critério do menos pior. Voto em amigo? Conhecido? Indicado? Parente? Não sei.

Hoje decidi que parei! Joguei a toalha! Não vou mais me irritar com o horário eleitoral! Com a cara de pau dos corruptos! Do jogo de palavras! Dos antipáticos! Dos arrogantes! Das propostas iguais! Dos donos do poder, eleitos ou não! Dos Oligarcas e coronéis! Dos aproveitadores da coisa pública! Dos manipuladores! Dos políticos!

Me revoltei! não vou ficar mais mal humorado e a não vou me preocupar mais em quem votar! Em quem vai conduzir o País! O Estado! Em quem vai fazer as leis! Não quero mais saber se o voto é importante! Não quero saber se o voto é a minha única arma para melhorar o País! O meu Estado! A minha condição de vida! E se o voto é... é...

Pois'é. Acho melhor eu voltar para o critério de escolher o menos pior...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Mercado de Santiago

Falando em Santiago do Chile, lugar imperdível para se visitar é o mercado local, com sua diversidade interminável de peixes e frutos do mar. Aliás, mais que visitar, sentar para comer, como diz a Preta, o "caranguejão". O caranguejão, cujo nome é centolla, possui a carne extremamente saborosa e pode ser degustado em um dos restaurantes que ficam no próprio mercado, além de diversos outros restaurantes na Capital.


Uma das comidas mais aprecidas do Chile, o centolla custa por volta cem dólares no mercado, dependendo do tamanho. Contudo, no que pese o preço alto, serve várias pessoas e vale pela iguaria típica chilena. Quando tive a oportunidade, comprei o abaixo, por volta de noventa dólares, sendo que serviu seis pessoas, que puderam comer satisfatoriamente, sem exageros.


Na hora de comer, o caranguejo vai acompanhado de um garçom, que corta as patas e tira toda a carne. Portanto, não se preocupem que não se trata de nenhum ritual interativo de quebra de caranguejo com um martelo, em que se espalha todo o caranguejo pela mesa e nos outros participantes, estilo toc-toc.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Poeta de Isla Negra

Terminei de ler ontem o livro de memórias de Pablo Neruda. "Confesso que vivi", que ganhei de presente de meu amigo Mário Figueiredo, é uma autobiografia densa, que conta as histórias amorosas, intelectuais e políticas do narrador.

O livro possui narrativa que mescla, como não poderia deixar de ser, a prosa com elementos de poesia, como a metáfora e as comparações, que torna a narrativa única e singular, que somente um poeta, escrevendo prosa, poderia fazer. Aliás, somente um poeta do quilate deste prêmio Nobel de 1971.


Tenho a satisfação de ter visitado a casa de Neruda de Isla Negra, local onde escreveu Confesso que Vivi e alguns de seus livros mais importantes. É a mais conhecida das casas do escritor, se considerarmos que a sua casa em Santiago e a de Valparaíso, que as chamava de La Chascona e La Sebastiana, respectivamente, foram saqueadas e parcialmente destruídas após a morte do poeta, em 1973.

Distante cerca de 140 Km de Santiago do Chile, a casa de Isla Negra não é mais uma casa isolada, sem água potável e luz elétrica, como na época em que Neruda a comprou. Hoje, está rodeada por uma cidade, com fácil acesso e transformada em museu.

Nas margens do Oceano Pacífico, Isla Negra é uma viagem imperdível para quem visita Santiago. Ali tudo está conservado como na época em que Pablo Neruda morava com sua esposa Matilde Urrutia, dando a impressão que a qualquer momento o poeta irá aparecer e perguntar sobre Jorge Amado, um de seus amigos do Brasil.

Suas coleções de caracóis e carrancas. O barco que fica no seco, onde costumava beber vinho e se chamar de capitão. O quarto, com as iniciais suas e de Matilde. E até mesmo o seu túmulo, ao lado do de sua esposa, a quem dedicou "Cien Sonetos de Amor", tornam a visita inesquecível.


Imperdível, também, é a leitura do livro autobiográfico, para quem quer conhecer um dos mais importantes poetas do mundo e a história recente do Chile.