quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Moacir Carioca o rei da tesoura... e da navalha também!

Lembro como se fosse hoje, por volta de dez anos atrás, insatisfeito de andar por cabeleireiros, buscava um barbeiro, na sua forma mais tradicional, para que pudesse cortar o cabelo e fazer a barba. Foi aí que me indicaram o Moacir Carioca.

Na entrada da barbearia, senti logo a simpatia do barbeiro, que de logo tentou puxar qualquer assunto para que seu novo cliente pudesse se sentir a vontade.

Pouco tempo depois, descobri que o meu Pai, que mora em outra Capital, somente cortava o cabelo com o Carioca e que esta prática vinha desde a época em que a barbearia era no Salão Central, há mais de trinta anos.

O Moacir começou nas funções de barbeiro aos treze anos, na sua Cidade natal de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, tendo aprendido o ofício com o Pai. Em uma das vezes me contou que descobriu que seria barbeiro quando havia muitos cabelos a serem cortados e o Pai o chamou para que lhe ajudasse. Em pouco tempo o Carioca angariou mais clientes que o seu ascendente.

Chegou a Belém em fevereiro de 1978, trabalhando um ano no Salão Presidente, dezenove anos no Salão Central e, hoje, está a onze na Antônio Barreto, no bairro do Umarizal, onde faz carreira solo em sua barbearia. Ao todo, possui 52 anos somente de profissão e mais de 1.300 clientes fixos.

O apelido de “Moacir Carioca, o rei da tesoura”, foi dado pelo jornalista Luis Paulo Freitas, o saudoso Paulo Zing, em 1978, que passou a assim nominá-lo em suas colunas semanais em jornais desta Capital. Mas, para os amigos, conta o Carioca, que Paulo Zing se referia ao Moacir como “o rei da tesoura... e da navalha também”, fazendo referência ao impecável corte de barba que o Carioca faz, que posso dar meu testemunho.

O objetivo deste relato não é outro se não a satisfação de proliferar a notícia que tive hoje pelo próprio Moacir de que o barbeiro vai ser agraciado, no próximo aniversário da Cidade de Belém, com o título Cidadão Belenense, título este mais que merecido.

Aliás, hoje também me disse que vai alugar o Mangueirão para as comemorações, pois somente assim caberão todos os seus amigos.

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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Segurança Pública em Belém

Costumo comentar que tenho coragem de andar pela Zona Sul do Rio de Janeiro, Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon, de madrugada, mas não tenho coragem de atravessar a Praça Batista Campos às onze horas da noite.


No que pese ser verdade e não mera retórica o que digo, cada dia que passa tenho mais convicção da minha afirmação.

Semana passada estive na Capital Federal e decidi ficar também no sábado e, em algumas conversas que tive com alguns taxistas, estes me disseram que no plano piloto e mesmo em algumas cidades satélites, se podia andar tranquilo à noite sem medo de assalto.

Comecei a prestar atenção e verifiquei que, mesmo à noite, os carros andavam de janelas abertas, parando nos poucos sinais que existem na Capital Federal, sem aparente preocupação.

Neste ímpeto, ousei até mesmo ficar em um bar de beira de calçada, que possui uma rua (ou seja lá qual é a espécie da via) pouco movimentada, na esquina do que os brasilienses chamam de uma comercial, até tarde da noite, sem preocupação em me deparar com uma corja me assaltando, o que não faço, infelizmente, em Belém.

Moro em uma área nobre do bairro do Umarizal, em que na esquina do apartamento onde moro, mais ou menos a uns cem metros, existe um posto de gasolina com uma locadora e a minha coragem se esvai quando tenho que devolver um filme no meio da noite. Para não parecer muita covardia para a Preta, deixo celular, carteira, cordão e coloco apenas o dinheiro da locação - que o meu sogro chama dinheiro "do ladrão" - no bolso e parto para a minha perigosa aventura: devolver um filme em uma locadora de Belém.

Pode parecer que estou exagerando e que o que falo somente é uma "sensação de insegurança", expressão muito usada na última disputa para o Governo do Estado, mas não estou. Na madrugada em que fui para Brasília, o taxista que me levou ao aeroporto, tentando se espertar do sono da madrugada, de pronto me perguntou se eu sabia o que tinha acontecido no final de semana, me relatando que, no mesmo posto de gasolina em que está a locadora, havia acontecido um assalto.

Informou-me que três assaltantes abordaram uma senhora para tentar roubar a sua bolsa. O segurança do posto de gasolina, prontamente, deu tiros em direção aos assaltantes, que saíram correndo em para frente do meu prédio trocando tiros com o cavaleiro solitário que estava em defesa da Senhora (ou do posto, mais provavelmente), entrando, os assaltantes, incólumes e com a bolsa, em um táxi pouco mais a frente do edifício onde moro, que os estavam esperando para a fuga.

Ainda um fato não confirmado por mim, que o taxista me relatou, um dos tiros teria acertado a perna de um pizzaiolo que trabalha em uma pizzaria que tem em frente ao posto.

Isto mesmo: Posto de gasolina, Pizzaria, locadora, tudo na mesma encruzilhada, ainda existindo um bar que não citei, muito diferente da ponta erma e sombria da comercial que estava o bar que frequentei na Capital Federal.

Fico pensando se no momento deste assalto eu estivesse na minha aventura belenense de entregar um filme na locadora e me recolho ao meu pensamento pequeno-burguês de que a violência não chega a mim, tentando pensar que Belém ainda é uma cidade boa para morar e criar os filhos que ainda não tenho.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Apresentação

Há tempos venho anotando no meu palm top os passeios, restaurantes e bares dos lugares por onde passo, como uma forma de indicar a meus amigos e, principalmente, quando retornar ao mesmo lugar, não confiar apenas em minha memória.
Um dia, quando fazia mais uma dessas anotações, creio que em um restaurante em Buenos Aires, a minha companheira (Preta, companheira não só para viagens, mas para a vida) me disse que achava que eu deveria tornar publico, de alguma forma, as minhas experiências.
Foi aí que surgiu a idéia deste blog.
Portanto, este blog é destinado a mostrar as minhas experiências de viagem, para que outros viajantes (não gosto do termo turista), encontrem de forma rápida e sistematizada, sugestões para as suas viagens e, mais, que outras pessoas também possam fazer sugestões, por meio dos comentários, tornando o blog mais funcional possível.
Também não me furtarei a comentar sobre eventos, política, meio ambiente e os mais variados temas, também aceitando as sugestões e comentários.
Registro que o que está escrito no blog parte unicamente de experiências de viagem feitas as minhas expensas e de forma anônima, não havendo qualquer tipo de patrocínio ou facilitação de qualquer pessoa ou empresa.
E, o principal, tudo sendo feito de forma despretenciosa.