segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Símbolo Perdido de Dan Brown

Confesso, adoro os mega-sellers de Dan Brown. E, mais, adoro o seu personagem principal, Robert Langdon.

Li quatro livros deste Autor, os famosos O Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Fortaleza Digital e, agora, O Símbolo Perdido. Somente (ainda) não li o Impacto Profundo.

O Símbolo Perdido é a continuação da saga de Robert Langdon, desta vez em Washington, depois de duas aventuras na Europa, em O Código Da Vinci e em Anjos e Demônios, o meu preferido, que viraram filmes, protagonizados pelo excelente Tom Hanks.

O novo best seller repete a fórmula de sucesso dos dois primeiros livros: muita ação, muito suspense, com uma trama inteligente que mistura símbolos, principalmente maçons, especialidade do professor de Harvard Langdon, cristianismo e outras religiosidades, com ciência, no caso deste livro, a nova ciência noética, que investiga o poder da mente.

Mas acho que o sucesso dos livros deste autor se deve mesmo à construção dos capítulos, em que no auge, Brown simplesmente o termina, prosseguindo com a mesma passagem algumas páginas depois, fazendo com que o leitor tenha uma curiosidade constante para descobrir o que vai acontecer.

Este livro ficará marcado pela passagem da morte de Robert, com a narrativa que prende o leitor, deixando intrigado com o acontecido, com o sentimento de tristeza e revolta.

É diversão garantida, mesmo para os que como eu são amante dos clássicos.

Da base, Belém, Pará.


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sábado, 8 de outubro de 2011

O lado profano do Círio de Nazaré


Somente tive a idéia desta postagem hoje de manhã, vindo tardiamente para se aproveitar neste Círio de Nazaré. Mas, as dicas servem para todos os Círios, pois são eventos já consolidados no calendário extra-oficial do Círio de Nazaré. Como diz o adágio popular, antes tarde do que nunca!

Poderia dizer que são eventos profanos, pois estão a margem dos principais eventos religiosos, como a transladação, o círio fluvial, a moto romaria e, é claro, a grande procissão do segundo domingo de outubro.

Mas, não se enganem, digo profano tão somente por não estar no calendário oficial do Círio de Nazaré, mas todos, indistintamente, servem tão somente a um objetivo: Louvar a Virgem de Nazaré, a Padroeira dos paraenses, ou, como é conhecida nestes eventos, a nossa querida Nazinha.

Quinta-feira a noite, véspera do segundo domingo de outubro:

O meu Círio de Nazaré começa na quinta-feira a noite, véspera do segundo domingo de outubro, quando os artesãos dos brinquedos de miriti chegam a Belém. Para os que não conhecem, os brinquedos de miriti são tradição no Pará. São brinquedos que são esculpidos por artesãos, geralmente de Abaetetuba, Município próximo à Capital, da árvore do buritizeiro, recebendo as mais variadas formas.


Os artesão chegavam na Praça em frente a Catedral da Sé, onde chega a transladação e sai o Círio no Domingo, em um festival de cores e formas que alegram qualquer criança, de 10, de 30, 50, 80, ou mais anos. Disse chegavam, pois, a partir deste ano eles passaram a se concentrar na Estação das Docas, perdendo um pouco a beleza e a originalidade, mas ganhando em conforto.

Mas, aos que prezam o tradicionalismo, ontem a noite, em uma conversa em um destes eventos, ouvi falar que existem alguns artesão dissidentes, que continuam com a tradição, se reunindo na Praça. Se não puder ir quinta a noite, outro dia bom é o sábado a tarde, durante ou depois do cortejo do arraial do pavulagem.

Depois da feira, é certo no meu calendário o Bar do Rubão, na Cidade Velha, bairro onde começou a Cidade de Belém. O Rubão, é uma figura conhecida nesta Cidade, o porta-estandarte da escola de samba Rancho Não Posso me Amofiná. Exímio cozinheiro, possui um barzinho pé-sujo na Travessa Gurupá, 312 (http://bardorubao.blogspot.com/), próximo ao Canto da Sereia (uma casa de esquina, que existe a escultura de uma sereia no alto), que nesta época de Círio prepara as mais diversas iguarias paraense, o pato no tucupi, a maniçoba e um pirarucu assado de forno, além dos tradicionais tira-gosto de charque, camarão e outros. Sente-se em uma mesa ou com a cadeira na rua (ontem, inclusive, a rua estava fechada pelos frequentadores), e coma o que quiser com uma cerveja bem gelada e, se possível, tente conversar com o Rubão, descobrindo algumas facetas de sua personalidade. O bar abre cedo, às 20h, e normalmente fecha cedo.

Foto do Blog do Bar do Rubão, com os seus ajudantes.

Sexta-feira a noite, véspera do segundo domingo de outubro:

Na sexta-feira, por volta das 19 horas, a tradição é o Auto do Círio, que sai da Praça do Carmo. O evento é realizado por vários artistas que, no início dos anos noventa, se reuniram para fazer uma homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. São alguns carros alegóricos e muitas pessoas fantasiadas com temas dos mais diversos, fazendo performances de dança, canto, teatro, etc. O espetáculo é belíssimo, caminhando pelas ruas da Cidade Velha, saindo da Praça do Carmo, fazendo quatro paradas para as mais diversas encenações, passando pela frente da Catedral da Sé, onde tem o belo, e as vezes cômico, ritual do pedido de permissão para a Santinha para os participantes continuarem com o louvor, findando na frente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Hoje o espetáculo se tornou grandioso, majestoso e rico. Mas nem sempre foi assim, começando com um pequeno grupo, passando por fases difíceis, sem qualquer patrocínio e quase acabando. Mérito dos organizadores pelo lindo espetáculo.

Impossível não se emocionar por várias vezes no trajeto.

Antes e depois do Auto, tem o bar Nosso Recanto, único bar da Praça do Carmo, que também serve diversas iguarias próprias dessa época. Mas o imbatível é o camarão empanado com queijo catupiri, desses que a gente pede uma cerveja e para em qualquer lugar, até mesmo em pé, e começa a se deliciar com a fritura (essa palavra ainda não é pecado, mesmo que alguns não acreditem).

Sábado de manhã, véspera do segundo domingo de outubro:

A minha programação preferida, o grande Arraial do Pavulagem, um grupo de boi, com uma grande orquestra de ritmistas e batuqueiros, que está em vias de ser, ou já foi, tombado como patrimônio imaterial do Estado do Pará. Tudo bem artesanal e tradicional, sem os megas trios elétricos e os modernos carros de som dos grupos de Axé.

O Arrastão do Pavulagem, como é chamado, tem início por volta de meio dia. Varia o horário, pois ele começa quando a Santinha chega na famosa escadinha, em frente a estátua de Pedro Teixeira, no início da Av. Presidente Vargas.

Chega a Nazinha no Círio Fluvial, é colocada em um carro da Polícia Rodoviária Federal, dando início a motoromaria, o Arraial do Pavulagem já está com os seus tambores prontos, começando uma rápida homenagem, ao som de sua percussão, misturando a cadência dos instrumentos musicais ao som frenético das motos que partem com a Santa. É emocionante.

Saindo a Santa, parte o cortejo pelo Boulevard Castilho França, passando pela frente do Mercado do Ver-o-Peso, onde acontece um dos pontos altos do arrastão, o banho de cheiro feito pelas donas de barracas de cheiro do Ver-o-Peso.

Foto do site diarioonline

Subindo pela Praça do Relógio, ao som dos batuqueiros e das músicas cantadas pelos participantes, com enormes brinquedos de miriti passando de uma mão a outra, a apoteose acontece na Praça do Carmo, que já está lotada a espera do show dos integrantes do Arraial do Pavulagem, a banda menor. Aí a festa tem início, sem hora para acabar. Nos anos anteriores, valia dar uma volta pela Praça na frente da Catedral da Sé, pertinho do local, para ver os brinquedos de miriti. A partir deste ano, não sei como está. Ano que vem aviso a todos.

Sábado de noite, véspera do segundo domingo de outubro:

Meio de ressaca, ainda tento ir, como fui por muitos anos, na esquina da Praça dos Estivadores, no Boulevard Castilhos França, para ver a Santinha passar e assistir o grandioso espetáculo de fogos em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. O primeiro contato com a Santa e pausa para rezar e pedir proteção para mais um ano. Afinal, nem só de festa vive o Círio.

Após os fogos, Festa da Chiquita Bacana, no Bar do Parque, na Praça da República, em frente ao Teatro da Paz. Capitaneada pelo irreverente Cantor Eloi Iglesias, de Pecados de Adão, que embalou muitos namoros de adolescência de várias pessoas que estão lendo esta postagem, a festa não possui e nunca possuiu uma convivência pacífica com as autoridades locais e com a organização religiosa do Círio de Nazaré, o que levou, inclusive, em alguns anos da Administração do Prefeito Hélio Gueiros, o Papudinho, que faleceu este ano, a ser proibida.

Mas a festa resistiu e continuava acontecendo quando, por volta do começo do ano 2000, o Prefeito Edmilson a reativou, o que lhe rendeu inclusive o troféu Viado de Ouro, a premiação máxima do evento, dado às autoridades e homenageados. Pois'é, o motivo da resistência com a festa é que ela é organizada e possui muitos participantes homossexuais. Hoje possui um palco, com apresentações de cantores e transformistas, premiações, concursos, etc, tudo de forma bem irreverente e divertida.

Conta a lenda que a festa começa quando passa a trasladação e somente termina quando a grande procissão retorna. Nunca fiquei para ver, pois tem o Círio no dia seguinte.

Domingo de manhã, o Dia:

Mesmo depois de todas estas festas, não se pode deixar de ver, pela última vez durante o Círio de Nazaré, a Nazinha. Quem não quer ou não pode acompanhar a Grande Procissão, pode ir para a frente do mais querido, o glorioso Clube do Remo, onde a Avenida Nazaré é mais larga, geralmente a Corda já se despreendeu da Berlinda e muitos romeiros já deixaram a procissão, fazendo com que seja mais tranquila a última oração para a Santinha.

Este é o meu Círio de Nazaré, que ficou suspenso o ano passado e o atual, pelo nascimento do filho, hoje com seis meses, mas ano que vem retomo as atividades, algumas delas com ele, que já conheceu e se encantou com a Feira de Miriti.

Encontre o seu Círio!

Steve Jobs

Este blog não pode deixar de registrar o falecimento de Steve Jobs, na última quarta-feira, aos 56 anos, de câncer.

O gênio da informática modificou uma geração e a evolução de todos os computadores quando tirou a Apple da falência, inventou o iPhone, o iPad e mesmo o mouse.

Descanse em Paz Steve Jobs.




Aliás, escrevo em um aplicativo de um iPhone.


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domingo, 2 de outubro de 2011

Casa D'Noca

Há alguns meses, fui atrás de uma nova proposta que estava surgindo em Belém, um misto de bar, restaurante e casa de show, tudo ligado ao samba. Fui em um sábado, quando a pedida era, e ainda é, feijoada ao som de chorinho. Havia um chorinho nada empolgante e uma feijoada boa, mas só boa, com diversos itens do cardápio faltando e com um serviço de garçom deixando muito a desejar.

Ontem voltei ao local para comemorar o aniversário de minha amiga Edilene, desta vez a noite. Parece-me que a Casa D'Noca (http://www.casadnoca.com.br/) se acertou e está cumprindo muito bem o papel a que se propôs: Uma casa de samba ao estilo da Lapa. Está excelente.

O local, uma das atrações, é um casarão típico de Belém, com pé direito alto e amplas salas e espaços, inclusive com um belo quintal, com uma mesa de "bilharito" ao fundo, tudo eficientemente decorado e planejado. Aliás, a decoração fez toda a diferença, que não existia na primeira vez que fui ao local. 

Na entrada, recebidos por dois seguranças gentis, somos logo adornados por uma eficiente pulseira de papel, que possui um número em que todos os pedidos são registrados neste número da pulseira que é vinculado ao seu nome logo na entrada. Aliás, esse sistema é mais eficiente e muito mais seguro do que as cartelas onde se anotam os pedidos, comum nos bares da Lapa, que gera incontáveis riscos, como a perda e a inutilização. A entrada custa R$ 10,00.

A cozinha está muito boa, tanto para petiscos, como o filé ao molho de gorgonzola, quanto para os pratos para jantar, como o picadinho, e os diversos tipos de sanduíches, com preços honestos e suficientes para uma boa qualidade da comida. O serviço também melhorou consideravelmente, com garçons jovens, mas muito atenciosos e fazendo o possível para o bom atendimento e a satisfação do cliente.

Nos dois salões da frente se instalaram as bandas de samba ou de chorinho, em um pequeno palco rodeado por mesas e um amplo espaço deixado para circulação e para os que querem ficar em pé e dançar. A noite de sábado estava animado, com a música impecável de, primeiramente, Flávia dos Anjos, ex-Batom Carmim, e depois de Olívia, cantora de primeira deste Estado, que não deixa nada a desejar se comparada com eventuais atrações do Rio de Janeiro que de vez em quando passam pelo local.

Mas se quiser algo mais calmo, o cliente tem a opção do quintal cuidadosamente decorado, em que o som das bandas é ouvido em tom ambiente por meio de alto-falantes, indicado para uma paquera ou um bom bate-papo.

Gostei muito e a Casa D'Noca é um raro exemplo em Belém de local que vai se aprimorando com o passar do tempo. Aliás, espero que a proposta dure bastante aqui nesta Capital.

Da Base, Belém, Pará.