quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Poeta de Isla Negra

Terminei de ler ontem o livro de memórias de Pablo Neruda. "Confesso que vivi", que ganhei de presente de meu amigo Mário Figueiredo, é uma autobiografia densa, que conta as histórias amorosas, intelectuais e políticas do narrador.

O livro possui narrativa que mescla, como não poderia deixar de ser, a prosa com elementos de poesia, como a metáfora e as comparações, que torna a narrativa única e singular, que somente um poeta, escrevendo prosa, poderia fazer. Aliás, somente um poeta do quilate deste prêmio Nobel de 1971.


Tenho a satisfação de ter visitado a casa de Neruda de Isla Negra, local onde escreveu Confesso que Vivi e alguns de seus livros mais importantes. É a mais conhecida das casas do escritor, se considerarmos que a sua casa em Santiago e a de Valparaíso, que as chamava de La Chascona e La Sebastiana, respectivamente, foram saqueadas e parcialmente destruídas após a morte do poeta, em 1973.

Distante cerca de 140 Km de Santiago do Chile, a casa de Isla Negra não é mais uma casa isolada, sem água potável e luz elétrica, como na época em que Neruda a comprou. Hoje, está rodeada por uma cidade, com fácil acesso e transformada em museu.

Nas margens do Oceano Pacífico, Isla Negra é uma viagem imperdível para quem visita Santiago. Ali tudo está conservado como na época em que Pablo Neruda morava com sua esposa Matilde Urrutia, dando a impressão que a qualquer momento o poeta irá aparecer e perguntar sobre Jorge Amado, um de seus amigos do Brasil.

Suas coleções de caracóis e carrancas. O barco que fica no seco, onde costumava beber vinho e se chamar de capitão. O quarto, com as iniciais suas e de Matilde. E até mesmo o seu túmulo, ao lado do de sua esposa, a quem dedicou "Cien Sonetos de Amor", tornam a visita inesquecível.


Imperdível, também, é a leitura do livro autobiográfico, para quem quer conhecer um dos mais importantes poetas do mundo e a história recente do Chile.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Ary, eu e o Alex estivemos também em Isla Negra e foi realmente inesquecível, você sente a presença de Neruda em tudo e a contemplação do Pacífico a partir do local do local de seu túmulo é de emocionar. Abs