quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Putz! Mais uma eleição!


Sempre fui daqueles eleitores aplicados: assisto o programa eleitoral gratuito toda a noite e sempre que posso, aumentando a televisão e fazendo, como dizem os hispânicos, mala cara quando a Preta vem querer conversar, ouço a propaganda no rádio, pesquiso propostas, planos de Governo e, principalmente, a lisura e a honestidade do candidato.

Mas este ano está difícil. Candidato mensaleiro, candidato que somente falta dizer que é filho de um Presidente que se autointitula o melhor que o País já teve, candidato que é reconhecidamente mal humorado e antipático, fazendo caras e bocas para parecer mais simpático, candidato que teve a sua candidatura cassada que insiste que está concorrendo e candidato concorrendo que deveria ter tido a sua candidatura cassada. Aliás, o penúltimo, é um capítulo a parte e digno de louvor, pois parte para o ataque, afirmando que os seus inimigos estão desesperados porque possui a maioria absoluta dos votos e que o Supremo Tribunal Federal é a sua redenção e garantidor de sua candidatura, em um jogo de palavras que deixaria até o próprio Ministro do STF em dúvida se a candidatura foi realmente cassada ou não.

Todos, absolutamente todos, com uma simpatia invejável e uma honestidade arrogante, garantindo saúde, educação e segurança, a tríade da candidatura vencedora. O problema é que esta tríade é lugar comum de todos os candidatos, que faz das propostas ainda mais iguais. O partido?! É um mero detalhe. Pouquíssimos, ou nenhum, estão em um partido por ideologia.

Muitos destes candidatos conheço e, em algum momento, convivi, o que torna a propaganda política hilária. Tem candidato que colocou uma pessoa para dar depoimento sobre a sua vida. Até aí tudo bem, se essa pessoa não tivesse a vida pública conhecidamente manchada. E, voltando aos arrogantes e ditadores, tentam se passar por cordeirinhos e simpáticos, fazendo tanto esforço, pois não estão acostumados com essa qualidade, que se tornam chatos e, ainda, sem qualquer credibilidade nessa simpatia.

Podem dizer que tudo que falei acima é clichê, que todo ano acontece e que eu era um idealista e somente agora eu esteja caindo na real. Pode ser e até concordo. Mas o fato é que estou cansado de escolher candidato por ser o menos pior. Não posso acreditar que a vida política brasileira e paraense seja desse nível.

Para se ter idéia do que passo, a poucos dias das eleições tenho apenas trinta por cento dos meus candidatos definidos e mesmo estes ainda tenho receio das alianças que farão quando estiverem governando, se se elegerem. O restante, não tenho qualquer opção, ainda que seja pelo critério do menos pior. Voto em amigo? Conhecido? Indicado? Parente? Não sei.

Hoje decidi que parei! Joguei a toalha! Não vou mais me irritar com o horário eleitoral! Com a cara de pau dos corruptos! Do jogo de palavras! Dos antipáticos! Dos arrogantes! Das propostas iguais! Dos donos do poder, eleitos ou não! Dos Oligarcas e coronéis! Dos aproveitadores da coisa pública! Dos manipuladores! Dos políticos!

Me revoltei! não vou ficar mais mal humorado e a não vou me preocupar mais em quem votar! Em quem vai conduzir o País! O Estado! Em quem vai fazer as leis! Não quero mais saber se o voto é importante! Não quero saber se o voto é a minha única arma para melhorar o País! O meu Estado! A minha condição de vida! E se o voto é... é...

Pois'é. Acho melhor eu voltar para o critério de escolher o menos pior...

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