sábado, 27 de novembro de 2010

O Nobel de Literatura Brasileiro

Quando me perguntam qual é o meu escritor favorito, costumo dizer que não leio tanto a ponto de ter um escritor favorito e, mesmo que lesse, que o universo literário é tão vasto que seria no mínimo injusto eu ter um. Mas, digamos que tenho quatro escritores favoritos, que por acaso são, ou eram, amigos: o poeta chileno Pablo Neruda, o colombiano Gabriel Garcia Marquez, o peruano Mário Vargas Llosa e o brasileiro Jorge Amado.

A propósito, explico porque digo que eram amigos: Pablo neruda e Jorge amado já faleceram e o colombiano e o peruano estão brigados, por aparente diferenças ideológicas políticas. O segundo é assumidamente um liberal e o primeiro, comunista. Não apenas comunista, mas admirador de Fidel Castro e a favor da luta armada, se é que posso ser simplista para tratar desses escritores notadamente complexos.


Mas o fato é que, com o Nobel deste ano, a Mário Vargas Llosa, somente falta a Jorge Amado o título máximo da literatura, considerando que Garcia Marquez recebeu o seu em 1974 e Neruda em 1971, se não me falha a memória (memória no sentido de leitura destes fatos, pois não estava vivo durante estes acontecimentos).


Não sei se Jorge Amado não viveu o bastante ou se foi mesmo um injustiçado por ser o único dos notáveis da América do Sul que não recebeu o Nobel. Pablo Neruda conta, em seu Confesso que Vivi, que todo Nobel de literatura é envolto de extenso jogo de influências dentre os eventuais agraciados.


Lendo agora no Globo a crítica sobre o novo livro de Vargas Llosa, Sabres e Utopias - Visões da América Latina, dou-me conta que Jorge Amado não deve nada a nenhum destes escritores nobiliados, a despeito dos críticos que dizem que Amado é repetitivo e sempre trata do mesmo assunto. Aliás, o Autor de Gabriela e Tieta possui uma obra vasta e completa tanto quanto qualquer um desses. Ou mais.


Refletindo sobre os escritores, descubro que tenho sim um escritor favorito, Jorge Amado. Tenho até um livro favorito, que é O Sumiço da SantaNão sei se algum dia darão o Nobel a Amado. Não sei sequer se pode dar o título post mortem. Mas, se depender de mim, o Nobel é do Jorge.


De Sampa, SP.

Um comentário:

Judô e Poesia disse...

queria ter um campo para aderir como seguidor deste belo blog.