terça-feira, 21 de agosto de 2012

Travessuras da Menina Má - Vargas Llosa

Um dos motivos que me levaram a passar este tempo sem postagens, deve-se certamente a um livro, indicado por uma amiga, do Nobel de literatura Mario Vargas Llosa, o Travessuras da Menina Má.

A novela trata de um peruano - terra natal do escritor -, apaixonado pela menina má e como evoluiu toda a sua vida e o seu amor por essa mulher. A narrativa é sensual sem ser vulgar, apaixonada, política e por diversas vezes trágica, permeando várias décadas, desde a de 50 do século passado até os dias atuais, com narrativas passadas no velho mundo, neste continente e mesmo na Ásia, sempre se posicionando nos costumes sociais e políticos das Cidades e dos Países e em sua época própria.

Se é para escolher apenas uma palavra para definir o romance, esta palavra seria hipnotizante.

Segue trecho que para mim é síntese do livro, às págs. 101/102 da edição do ano de 2006 da Editora Objetiva:

" - Espero que não tenha esquecido do que eu gosto, bom menino - sussurrou no meu ouvido, afinal.

E, sem esperar a minha resposta, deitou-se totalmente de costas, abrindo as pernas para dar lugar à minha cabeça, enquanto cobria os olhos com o braço direito. Senti que começava a se afastar cada vez mais e melhor de mim, do Russell Hotel, de Londres, e a concentrar-se totalmente, com uma intensidade que eu nunca tinha visto em mulher alguma, nesse prazer solitário, pessoal, egoísta, que meus lábios haviam aprendido a lhe dar. Lambendo, sorvendo, beijando, mordiscando seu sexo pequenino, senti-a ficar úmida e começar a vibrar. Demorou muito para gozar. Mas era delicioso e arrebatador senti-la ronronando, balançando, mergulhada na vertigem do desejo, até que, por fim, um longo gemido estremeceu seu corpinho da cabeça aos pés. "Vamos, agora", sussurrou, sufocada. Entrei nela com facilidade e a apertei com tanta força que saiu da inércia em que o orgasmo a deixara. Reclamou, contorcendo-se, tentando se livrar do meu corpo e gemendo: "você está me esmagando."

Com a boca colada na sua, pedi:

- Por uma vez na vida, diga que me ama, menina má. Mesmo que não seja verdade, diga que me ama. Quero saber como soa, pelo menos uma vez."

Da base, Belém, Pará.

Cotidiano Jurídico - O Pastor

Primeiramente, aos leitores, peço desculpas pelos mais de dois meses que passei sem escrever neste blog - cujos motivos são irrelevantes, mas consistentes - e prometo que nunca mais se passará tanto tempo sem que algumas mal traçadas linhas sejam expostas por este frustrado escritor.

Para tentar me redimir, quero inaugurar uma seção de contos jurídicos, chamada "Cotidiano Jurídico", com estórias verídicas - ou pelo menos a partir de relatos fidedignos - do mundo da advocacia. Dando o crédito, tive a idéia desta Seção a partir do telefonema do meu amigo Dr. Naná, grande fornecedor de contos advocatícios, que me forneceu esta estória diretamente do boteco que está, neste momento, junto ao causídico que admitiu a causa.

Pois bem, o referido causídico - que receberá o nome fictício de Dr. Naná, em homenagem ao meu amigo -, recebeu em seu escritório um Pastor de igreja, com a citação de uma ação de indenização na mão, ajuizada pela igreja na qual ministra o culto:

- O que se passou, Pastor?

- Doutor, esta ação é de um furto que ocorreu na igreja e estão dizendo que fui eu!

- E esta ação procede?

- Acho que sim.

- Quer dizer que foi o Senhor mesmo que furtou a igreja?

- Foi Doutor!

- Mas como Pastor?! - Disse Dr. Naná espantado e com a voz surpresa.

- É que na época, Doutor, acredite, eu era fraco na fé... 

Da base.