domingo, 20 de fevereiro de 2011

Boteco das Onze

Um dos mais agradáveis locais de Belém é o Boteco das Onze, que tem o nome advindo da Casa das Onze Janelas, uma construção histórica às margens para a baia do guajará, de frente para a Catedral da Sé, no centro do bairro da Cidade Velha.

O local abre às 10 horas da manhã, todos os dias e somente fecha de madrugada, servindo almoço, petiscos no excelente pôr-do-sol e, pela noite, o restaurante se transforma em um bar badalado, além do excelente restaurante.

Por indicação do meu amigo Gustavo Salgado, vim comer o bacalhau a Moda do Paulo Chaves (R$ 98,00, para duas pessoas), que foi o idealizador do espaço. O Salgado diz que é o melhor bacalhau de Belém. Não sei se pode ser considerado o melhor, mas que disputa com grande vantagem com outros, disputa.




Como se vê acima, a vista é linda, mas, se preferir, tem a parte de dentro do bem decorado restaurante. Eu prefiro a de trás:




Hoje, me deparei com o cardápio novo, três, o de bebidas, o de refeições e o de petiscos, que melhorou ainda mais o Boteco, pois o antigo cardápio era confuso.

Se não quiser comer, vá simplesmente passear, pois o complexo é aberto ao público.

- Posted using BlogPress from my iPhone

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O loteamento de Belém

Como os leitores deste blog já devem ter percebido, o espaço público de Belém está sendo loteado. Aliás, para mim, o maior problema do trânsito não é a quantidade de carros na rua, a falta de educação dos motoristas ou a individualidade de cada carro que acha que pode fazer o que quiser. O problema maior é o loteamento do espaço público de Belém.

Sendo mais específico, toda Belém, inclusive em locais distantes dos bairros mais centrais, tem sempre um flanelinha que trata o espaço público como se fosse seu, mandando e permitindo o estacionamento de quem entender, inclusive com a utilização de cones de sinalização, pedaços de madeira ou o que for necessário para tomar conta do espaço público, sem que, obviamente, se recolha qualquer emolumento para algum órgão público, para ser utilizado em prol da sociedade. Pior, os órgãos públicos são coniventes com a situação.

Todos nós somos culpados, pois aceitamos a situação como se a apropriação do espaço público fosse normal, dentro da banalidade da falta de respeito que tratam os nossos direitos cotidianamente. Na nossa mentalidade pequeno-burguesa, devemos simplesmente dar o um real, ou até dois reais, ao flanelinha, para que não risquem o nosso carro ou mesmo porque vamos sempre ao local e, se não dermos, da próxima vez o automóvel pode ter o pneu furado ou a lataria amassada.

Quanto a essa conivência, mal notamos que cada vez mais somos vítimas de uma violência gratuita e que vem aumentando ao longo dos anos. Eu, mesmo com a minha cara carrancuda e meu sentimento mal-humorado quase constante e que piora quando vejo um flanelinha, fui vítima algumas vezes da violência do loteamento do espaço público da Capital por estes “guardiões” de automóvel, violência esta que vem crescendo em ritmo alarmante e que estamos aceitando tudo com um catatonismo preocupante.

A extorsão se apresenta tanto em problemas com menor teor de violência, como em casos preocupantes, mas que são apenas referências em mesas de bares e reuniões, sempre se concluindo que temos que andar com mais dinheiro no bolso para estar preparado para ser extorquidos, mas sem problemas.

Como menor teor de violência, lembro que, há poucos meses procurava um estacionamento na Avenida Benjamim Constant, próximo à Avenida Nazaré, local privilegiadíssimo, fui abordado por um flanelinha. Confirmei que queria estacionar, ele me perguntou quanto eu pagaria, eu respondi que era o normal, cinquenta centavos ou talvez um real. Perguntei o por quê e ele me disse que poderia tirar uma moto, que ocupava duas vagas, mas somente se eu desse para ele três reais. Isso me lembrou no Rio de Janeiro, que uma vez fui ao Maracanã ver o mengão e lá me cobraram, adiantado, trinta reais para estacionar na rua, sob pena de não deixarem eu estacionar. Se estão curiosos, não estacionei na Benjamim e vi o mengão ter uma bela vitória em um botequim em Copacabana.

Os leitores devem estar me criticando dizendo que em todos os casos era melhor não brigar ou então me elogiando pela atitude. Nem tanto ao céu e nem tanto à terra. Eu deveria ter feito mais, ter denunciado, ter descido do carro e pago para ver o que acontecia. Mas não fiz.

Não fiz por uma atitude frustrante que passei e que me submeti à violência, desta vez enfrentando-a. Quando fazia estágio, estacionava sempre o carro na Rua Gaspar Viana, próximo à Presidente Vargas. Lá, a ocupação era organizada - e é, pois as mesmas pessoas continuam lá e já se passaram quase vinte anos. Pagava por semana. O valor, em 1994, era um real por dia e, se pagasse na sexta-feira pelos cinco dias, saía por cinco reais, mas ganhava uma lavagem externa meia boca. Existia - e existe -, o dono da rua, que é auxiliado por gêmeos, na época menores, que ajudavam a estacionar e lavavam os carros. Uma micro empresa.

Nesse sistema, frequentemente encontrava o meu carro aberto, com o som ligado, com parte da janela aberta, e até faltando uma fita cassete de música dançante, que possuía e produzia aos montes na época, mas deixava passar sem maiores indignações. Até que um dia notei que haviam roubado a chave de roda, estepe e o macaco do carro. Não vou ser injusto ou leviano de dizer que foram os flanelinhas, pois não tenho provas. Mas, no mínimo, foram responsáveis por negligência, afinal eles “guardavam” o meu carro. Falei com os protetores do meu patrimônio, disseram que não havia sido naquele local. Fui em uma delegacia ali próximo, chamei um guarda e o levei até o local. Este me disse que nada podia fazer, pois não haviam provas de quem tenha sido. Não sei se foram os flanelinhas, mas que é estranho, isso é!

Ainda nas estórias, com as mulheres se dá pior. A minha cunhada, “dando” a “gorjeta” pelo uso do espaço público em moedas, o flanelinha jogou todas no carro, pois não queria o dinheiro de cobre. A minha irmã, por não ter dinheiro, o guardião do veículo chutou a porta e deu um soco no capô do carro. Enfim, todos passaram algum tipo de violência com flanelinhas e mesmo assim o toleram.

Outra vez devo estar sofrendo críticas, pois muitos devem estar comentando sobre a minha canguice e dizendo para eu dar o valor e deixar de fazer uma tempestade em um copo d'água. Informo a estes que há cinco anos atrás os dois guardadores de carro que se apossaram da parte da Rua dos Tamoios que fica em frente do meu local de trabalho foram presos por venda de drogas. Aliás, é próximo deste local que vou morar e que pretendo criar o meu filho Pedro.

A propósito, a violência no Rio de Janeiro começou, como todos sabem, do consumo inofensivo de maconha nas festinhas dos intelectuais na Zona Sul da Cidade Maravilhosa.

E ninguém tira a ocupação do espaço público pelos flanelinhas, que entendem que inclusive isto é um direito. No episódio recente do sistema Zona Azul na Avenida Brás de Aguiar, em que se tentou cobrar, por meio de uma empresa contratada pela Prefeitura, o estacionamento no local, transpareceu a fúria e a agressividade no limite. O sistema da Zona Azul não era perfeito, concordo, mas pelo menos dava emprego aos funcionários da empresa que gerenciava o estacionamento e recolhia valores aos cofres públicos decorrente do uso do espaço público, o que obviamente não é o caso dos flanelinhas, que embolsam todo o montante extorquido (somente registro o que todos sabem, para no caso de outra pessoa do mundo ler este blog e não estar entendendo, pois este sistema de flanelinha, pelo que sei, é parece jabuticaba, só existe no Brasil!).

Pois bem, na remodelagem do sistema de Zona Azul, os flanelinhas ocuparam a Brás de Aguiar e rasgaram todos os bloquetos dos agentes contratados para ordenar o estacionamento e não se intimidaram nem com a polícia quando chegou ao local para conter os abusos. Ou seja, tomaram conta da avenida com violência, inibindo qualquer projeto piloto de cobrança pelo uso do espaço público pelo poder público, seja na Braz de Aguiar, seja em outro local.

E todos nós passivos. Da mesma forma o Poder Público.

A desculpa que tem sido perpetrada para justificar a atitude dos flanelinhas é uma falácia e beira as raias do absurdo: é um problema social e que precisam sustentar as famílias. Primeiro, nenhum ilícito pode ser tolerado sob a justificativa de ser um problema social, se não tornar-nos-íamos
uma terra sem lei. Ademais, não conheço e me consertem se alguém conhece em quantidade expressiva, se existem idosos “guardando carros”. Raramente se vê uma criança ou uma senhora, ou mesmo mulher, “reparando carros” nas ruas de Belém, ou deficiente. O que sempre se vê são homens em plena capacidade física e intelectual nesta atividade, o que presumo seja a lei do mais forte.

Aliás, acima citei que os gêmeos que eram menores de idade continuam no local como flanelinhas. Na época já não eram crianças, mas vinte anos depois continuam na esquina da Gaspar Viana com a Assis de Vasconcelos. Não creio que nesses vinte anos tenha havido falta de oportunidade. O que mais me parece é que a situação é lucrativa e cômoda e, pior, o ilícito é tolerado pelo Poder Público e pela população, como no caso do Rio de Janeiro, que pela mesma desculpa, os tais problemas sociais, o saudoso gaúcho Leonel Brizola proibiu a Polícia de subir os morros.

Devem ter notado que ao longo de todo o escrito venho me referindo à atividade dos flanelinhas como crime, algumas vezes me referindo inclusive à extorsão. Não sou criminalista, mas não vejo outra forma de me referir à atividade levando em consideração a desculpa de todos que, se não der o dinheiro, o automóvel será sacrificado. Comparo esta atividade com o artigo 158 do Código Penal, que diz “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa”. Não é o extorsão o que praticam os flanelinhas?

Mas, o que fazer? Somente se faz criticar? Não, claro que não.

Recentemente estive em Miami e para encontrar vagas nas ruas é tão ruim, ou pior, que em Belém. Com uma diferença, não existem flanelinhas, mas máquinas que, quando se estaciona, têm que ser alimentadas previamente pelo valor correspondente ao tempo que irá se passar no local. Certas máquinas aceitam, inclusive, cartão de crédito. É claro que não pretendo ter o nível de sofisticação tecnológica estadunidense. Sequer creio que seja o ideal para nós, pois o desemprego aqui é muito maior.

O que proponho é um sistema aperfeiçoado do Zona Azul em que, por meio de licitação (atente-se!), se contrate uma empresa, podendo esta ser formada pelos próprios flanelinhas, em forma de cooperativa ou não, já que supostamente estes detêm o know-how para a atividade, gerando empregos e recolhendo parte dos valores ao Poder Público, para ser empregado na melhoria da qualidade das ruas de Belém. E nós, caso gostemos da ajuda dos trabalhadores da empresa, damos, agora sim, a merecida gorjeta, como damos a um garçom ou a um frentista. O Poder Público, neste caso, deve ser enérgico para permitir a implantação do serviço e, mais, para regulá-lo e corrigir os ilícitos e os problemas que advirão.

Mas nada será feito se todos não se conscientizarem que a atividade é crime, seja pela prática de extorsão, seja pela privatização de um espaço público sem a anuência do Poder Público. Cabe a nós essa conscientização.

Da base, Belém, Pará.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Armazém Belém

Comida de Shopping? Quem disse que não se pode encontrar uma que fuja do padrão? Aqui em Belém pode, no Shopping Boulevard, na Doca de Souza Franco.

É um mix de lanchonete, restaurante, bar, cafeteria e o que mais se imaginar de uma casa que vende gêneros alimentícios prontos para o consumo.

Pode-se comer desde pizzas (R$ de 12,00 a 16,00), antepastos (por volta de R$ 6,00, 100 gramas), salgados, tranças, até pratos para almoço ou jantar.

Comi hoje bacalhau, com risoto de parmesão e batatas ao murro (R$ 48,00) e a Preta, penne com camarão, que estavam deliciosos. A sobremesa de torta alemã de morango também.







Vale a pena passar e comer algo, Mesmo que seja
Comida de shopping.

Da base, 16 de julho de 2.011.

- Posted using BlogPress from my iPhone

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aaahhhh, O Lamiak...


Ainda na ressaca do chá de bebê do Pedro, a Preta me acordou me perguntando do Lamiak. Aaahhh, o Lamiak...

Explico: Acho que já falei neste blog que a minha obsessão é a busca pelo que é bom, independente do preço, e o Lamiak foi um dos mais agradáveis bares que eu fui, que não sei se ainda existe. Se alguém souber, me avise.

Há cinco anos, em minha lua de mel, fiquei na Plaza Mayor, em Madri. Bem próximo, podendo ir a pé, no Bairro La Latina, Calle Cava Baja, 4234/913-655-212, está o Lamiak, um bar de Pintxos, que são aqueles tira-gostos bascos, que servem como tapas espanhóis. Geralmente são servidos sobre uma fatia de pão ou torrada e no Lamiak custavam apenas 1,60 euros. Para evitar maiores explicações, segue o cardápio:


Comam quantos puderem, que são deliciosos, principalmente o de queijo de cabra com cebola caramelizada (o que está na foto, à esquerda), sempre acompanhado de cerveja, vinho ou mesmo um drink do bar.


Era um local simples, um botequim espanhol, mas muitíssimo agradável e, quando forem a Plaza Mayor, que é passeio obrigatório para os visitantes de Madri, não deixem de comer um pintxo no Lamiak. Aaahhh, o Lamiak...