quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Yoani Sanchez e Cuba

Como podem constatar pela relação de blogs do lado esquerdo do monitor, há algum tempo venho seguindo o blog de Yoani Sanchez, a escritora e blogueira cubana, crítica do regime dos Castros.

Ser crítica tudo bem, afinal, em toda democracia existe oposição ao Governo. Mas daí a ser perseguida pela polícia e espancada, assim como ter negada a sua saída de Cuba, mesmo que temporariamente, é demais.

O Governo castrista chegou até mesmo a tirar o blog do ar, impedindo a blogueira de fazer suas postagens, o que a levou a mandar os textos por email's diversos para amigos na Espanha, burlando a inteligência cubana, que colocavam na internet os textos.

Foram 19 tentativas de saída (lícitas) de Cuba, todas negadas. O Brasil negou a entrada da blogueira neste País 5 vezes, em um ritual de beija-mão (literalmente, pois vi na imprensa) de Fidel Castro pelo ex-Presidente Lula.

Hoje assisto com satisfação a aprovação do visto pelo Governo brasileiro, autorizando a entrada da criadora do "Generation Y", em uma atitude de rebeldia da Presidente Dilma contra o seu mentor e criador Lula. Aliás, um ato de coragem na cúpula do Partido dos Trabalhadores. Me pergunto até mesmo se fez isto por saber que o mais difícil Está por vir: a Yoane conseguir o visto de saída de Cuba, dado pelo Governo cubano.

Na Universidade, durante os arroubos da juventude, como diz o meu amigo Mário Figueiredo, me auto-intitulava socialista, defendendo ferrenhamente o regime cubano e a oposição aos isteites.

Hoje, que meus cabelos brancos me deram alguma maturidade, vejo que essa versão socialista-classe-média-de-boteco era exagerada e que, dado o desconto da pouca idade, nao deveria ter defendido esse regime ditatorial e totalitário dos Castros. Aliás, minha mãe sempre esteve certa.

Estou orgulhoso de meu País pela emissão do visto, permitindo que seja homenageada em um documentário que será lançado na Bahia em fevereiro, de corpo presente, fato que tantas vezes não aconteceu por não ter sido permitida a saída de Cuba.

E que venha Yoane Sanchez! Se Fidel deixar...

Da base, Belém, Pará.


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A esperança

Estou saindo do Município de Primavera, onde acabo de participar de uma audiência pública que visa esclarecer a população daquele Município, assim como dos Municípios vizinhos de Quatipuru, Peixe-boi, Salinópolis, São João de Pirabas e outros, sobre os impactos ambientais da implantação de uma fábrica de cimento na localidade.

Não vou discutir aqui acerca do mérito de ser bom uma mina de calcário e uma fábrica de cimento na região, muito menos vejam, caros leitores, qualquer opinião acerca do dilema meio ambiente x industrialização, pois não há.

O que quero falar é de esperança.

Meu avô materno, o velho Nadyr, foi delegado dativo de Primavera na década de 60. Na verdade, ele era subtenente da PM, mas exerceu a função, ante a falta de bacharéis em direito na época. Conta a minha mãe, sempre que possui oportunidade, que a minha avó, fazia uma espécie de orientação acerca de higiene pessoal e de pré-natal à população, como forma de ajudar nestas, digamos, necessidades primárias dos habitantes. Esta história se faz necessária pois, sempre acoplada a ela, vem os dizeres da minha mãe me falando da situação de pobreza da localidade (não sei se já era Município naquela época).

Hoje, avanços tiveram, é certo, mas a aparência de pobreza e de abandono ainda se estampa no rosto de uma população que carrega as marcas de sofrimento e, muitas delas, de uma tristeza como modo de viver. Digo que carrega as marcas porque hoje vi um ar de realização.

Fui chamado para compor a mesa e, de frente para a platéia, pude fazer essa constatação olhando no rosto dessa população em um auditório lotado, mas passivo e quieto, sem qualquer palavra ou conversa paralela, ao longo de quatro horas ininterruptas de discursos e apresentações de critérios técnicos pela empresa e pelos membros da mesa, onde muito pouco, com benevolência na minha opinião, foi assimilado pelos que estavam presentes.

As únicas manifestações eram aplausos contidos, sempre que iniciados por alguém da mesa ou das cadeiras da frente.

Ouviram, sempre com uma alegria calada, afinal, autoridades estavam no local, para mostrar um empreendimento de R$ 400.000.000,00, que vai melhorar a vida de todos, trazer emprego e renda, almejados desde o comissário de polícia Nadyr. Vão trazer cursos, investir na cultura local, projetos sociais para crianças e adolescentes.

Mesmo que nada disso ocorra, pelo menos por um dia aquele povo distante foi lembrado, inclusive com o farto lanche, para muitos o almoço, oferecido depois do encerramento da audiência pública.

Naquele momento não adiantava nada alguém dizer que o empreendimento estava no local pela mina que existe lá e que a fábrica estava se fixando por, provavelmente, estudos locacionais, e que o Estado e o Município tiveram pouca participação na escolha do local de implantação da empresa que, neste tipo de empreendimento, é baseado no local do minério. Naquele dia os governantes que elegeram lembraram deles. O Brasil, pela empresa multinacional, lembrou deles.

A esperança triunfou, pois aquele povo estava sendo visto e lembrado. Nem que seja somente por um dia.



De Primavera para Belém.








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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Meia Noite em Paris, 2010


Não poderia deixar de fazer referência neste blog sobre o recente filme do amado e odiado Diretor Woody Allen.

Neste filme, um roteirista de sucesso hollywoodiano, em viagem com sua noiva e seus sogros, passeia pelas ruas de Paris e retorna, em um passe de mágica, primeiramente aos anos 20 e depois a Belle Epoque parisiense, encontrando com os ídolos que fizeram história, como Hemingway, o casal Fitzgerald, Picasso, T. S. Eliot, Cole Porter, o trio Dalí, Garcia Lorca e Buñuel, dentre outros.

É um típico filme de Woody Allen, com diálogos longos e inusitados, passagens inexplicáveis e irreais e, até mesmo, Owen Wilson, interpretando o protagonista, algumas vezes parecendo o próprio Allen nos primórdios de sua carreira. Mais woodyano somente se o filme se passasse em Nova York.

O filme é incrível, principalmente para os amantes da leitura, com uma produção e roteiro primorosos, com linda fotografia da Capital francesa, tanto pela noite, como pelo dia, o que dá mais vontade de caminhar sem rumo pela ruas de Paris.

Da base, Belém, Pará.

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Poucas Cinzas - Salvador Dalí

O filme conta a história dos amigos gênios Federico Garcia Lorca, Salvador Dalí e Luis Buñuel, durante a efervescência cultural européia dos anos 20 e a ditadura espanhola.

Baseado nas memórias de Salvador Dalí, é um filme denso, algumas vezes desconfortável, mas é uma obra que deve ser vista, pela história, por seu roteiro e por sua fotografia. Adicione ainda como motivo para ver a película a atuação de Javier Beltrán no papel de Garcia Lorca.

Para melhorar ainda mais o filme, este poderia ser falado em espanhol, e não em inglês, pois assim se conferiria maior realidade à película.



Da base, Belém, Pará.

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sábado, 7 de janeiro de 2012

Assalto ao Banco Central

Acabei de assistir, em vídeo, o filme Assalto ao Banco Central, produção brasileira que, mesmo que seja uma obra de ficção, conta a história do maior assalto brasileiro, o que ocorreu na Capital Fortaleza, na qual foram subtraídos por volta de R$ 164.000.000,00 da instituição.

A película é muito boa, o roteiro, os diálogos, a imagem, enfim, a qualidade da produção. Mas o interessante mesmo é a história, inclusive a inteligência dos bandidos, que não vou me estender para não antecipar detalhes do final.

Vale também visitar o site oficial do filme (www.assaltoaobancocentral.com.br), inclusive porque tem notícias acerca das investigações e um link, para denúncias.

Merece destaque que é um filme baseado em fatos reais, mas que não é enfadonho, como a maioria dos filmes do gênero.



Ótimo policial e, o melhor, de produção brasileira.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Os Cavalcanti's e os Barbeiros

Barbeiro está em extinção, sendo cada vez mais raros nos grandes centros e, pelo que tenho visto, nas pequenas cidades. Contudo, ainda há uma população masculina que, como eu, precisa de um lugar com cortes precisos, rápidos, com barbas sendo feitas com navalhas e sem muita burocracia.

Em Sampa, há um movimento para recriar as barbearias das décadas de 40 e 50, com ambientes decorados e cadeiras cromadas, em que conheci na Rua Augusta a Barbearia IX de Julho (http://www.barbearia9.com.br/), com filiais no Itaim e no Centro.

Em Belém, conheço duas barbearias, ambas de barbeiros provenientes do saudoso Central Hotel, na Presidente Vargas, que possuía os melhores profissionais da Cidade, sendo local invejado por todos. Lembro do Hotel e da barbearia já decadentes, na minha época de pré-adolescência, quando uma vez fui passear de ônibus pela Avenida.

Mais simples, mas com qualidade até mesmo superior à paulista, temos o Barbeirinho e o Moacir Carioca, o Rei da Tesoura, ambos com seus estabelecimentos na Antônio Barreto, entre Dom Romualdo de Seixas e Wandenkolk. O primeiro, do lado direito e o segundo, do lado esquerdo, ao lado do Laboratório Amaral Costa.

O Barbeirinho, não conheço, mas alguns amigos meus cortam no local e dizem que é muito bom, sempre com a mais recente edição da conhecida revista masculina para o entretenimento dos clientes, além da boa conversa.

O Carioca, escrevi algo sobre ele há algum tempo neste blog, contudo, o que não falei é que ele cuida da cabeleira dos Cavalcanti's há 35 anos. O meu pai passou 34 destes cortando o cabelo lá e eu, pelo menos 15. Agora, a nova geração começou a cortar o cabelo no local, com apenas 9 meses, levado por mim.


São três gerações dos Cavalcanti's tendo a cabeleira cuidada pelo mesmo barbeiro, raro, por sinal.

Da base, Belém, Pará.