domingo, 28 de novembro de 2010

O Realejo

Eu, em uma escapada para um almoço rápido, me deparei no Bairro da Liberdade com um realejo, aquela caixa que, com seu operador girando uma manivela, toca uma musiquinha, que geralmente vem com um papagaio ou um periquito que tira um pequeno papel com a sorte do cliente.

Nunca tinha visto um realejo ao vivo, somente sabia que existia por livros ou desenhos animados. Fiquei encantado e, no princípio, um pouco envergonhado de pedir para tirar uma foto com o meu iphone. Comprei meu almoço em uma barraca na feira que estava, uma cerveja para criar coragem, e fiquei na ilharga do realejo observando os transeuntes "tirando" a sorte.

Quando não tinha mais ninguém, perguntei quanto era a sorte. Me respondeu, dois reais. Eu perguntei se podia tirar a foto. Me disse que sim e dei três reais. Muito pouco para a experiência. Se encontrá-lo vou dar mais.

O Senhor chamou: "Cristina, faz uma pose!", veio o periquito e entortou a cabecinha para o lado, parando para fazer a foto:


Depois, me perguntou: "solteiro ou casado". "Casado", respondi. "Cristina, tira a sorte do casado!". A periquita puxou um papel, que caiu na tábua e o Senhor me entregou:




Embasbacado saí do local, meio aéreo, nunca imaginava que o nível do realejo era tão alto, podendo fazer a diversão de qualquer criança, mesmo que esta criança tenha trinta e cinco anos, como aconteceu comigo.



Aliás, para quem quer saber, a minha sorte dada pela Cristina (foto abaixo) foi igualmente fantástica. Mas nem precisava, pois nenhuma sorte iria substituir a de conhecer um realejo.



De Sampa, SP.

3 comentários:

Camila Cavalcanti disse...

Criança de 35 anos mais linda do mundo. Amei o post e mais ainda a pose da periquita. Agora, sua sorte eu mesma leio: "Você sempre será muito feliz e amado."

Anônimo disse...

Amigo Ary, você está se superando a cada dia nas postagens, sempre assuntos interessantes e curiosos. Adorei a do realejo, lembrei-me de Monte-Alegre e das pequenas coisas típicas que faziam nossa felicidade na infância.Fico feliz de te ver produzir tantos bons textos em meio à turbulência do momento. Abraços. Carla

Unknown disse...

Simplesmente lindo!!!Adorei!!! Ainda não tive a sorte de conhecer o Realejo..apenas imaginava como seria pelos livros...Parabéns pelo blog! E continue com a "pena" bonita fazendo a felicidade de quem lê essas preciosas linhas! Nesse momento tão delicado..um abraço fraterno e minhas orações. Abraços. Fernanda