quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Carta do Velho Jarbas

Recentemente houve uma feliz e inusitada descoberta pela minha irmã Karime: Achou uma Carta de meu avô Jarbas de Amorim Cavalcanti, enviada aos meus pais, naquela época em que as cartas eram mais usuais que os telefonemas.

Reclamando muito de meu pai, o Zezinho, pois não ligava, não escrevia e não dava satisfação das ações pendentes (parece-me que foi na época em que o meu avô e o meu pai possuíam um escritório de advocacia juntos), o Velho Jarbas, como se autodenomina, demonstra um humor inteligente e ácido, pedindo socorro à minha mãe, Marília, para controlar o meu pai, afirmando que parecia que este estava mais preocupado com a Escola de Samba macapaense, o Piratas da Batucada, do que entrar em contato com a família que morava aqui na Capital paraense.

Fala também da minha Avó, Olga Cavalcanti, do meu avô, Nadyr, e do meu primo, o Maurinho, que possuía, na época, três anos, enquanto eu, dois, e a Karime, um. A Karem, minha outra irmã, sequer tinha nascido.

Meu avô paterno faleceu jovem, na mesma data em que completei quatro anos, motivo este que quase não lembro dele. Das recordações, somente as que me contam, de ser uma pessoa muito culta, falava latim e francês fluentemente e com dois livros publicados, em uma época em que tudo era muito mais difícil, e ainda era apaixonado pela minha vó e pela minha mãe. Tudo isto acabei de confirmar nesta carta que li dele, mesmo que seja bastante informal.

Segue a carta, ainda na máquina de escrever:




Da base, Belém, PA.

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