sexta-feira, 4 de março de 2011

O Congelamento do Cordão Umbilical

A Preta veio com uma proposta no mínimo inusitada ontem a tarde: Congelar o cordão umbilical do Pedro, meu filho, que vai nascer no início de abril. Isso para um cara que passou metade da sua vida em Macapá, cresceu no Bairro do Guamá e morou a adolescência com o avô que era subtenente aposentado da Polícia Militar paraense, é algo impensável e soa como alguém querendo fazer piada comigo.

Mas, como mente aberta, decidi pesquisar na internet para saber exatamente para que isso poderia servir, sobre a empresa que pretendíamos contratar e se alguém estava falando mal ou criticando o procedimento e a referida empresa, com um ceticismo de um marxista conversando com um padre.

Me deparei com palavras e expressões como criogenia, congelamento de cordão umbilical, células tronco, e outras, que até agora apenas tinha visto em filmes e em livros de ficção. Me senti como na minha infância, quando, em Macapá, li um livro do Julio Verne sobra a viagem à lua, que por óbvio pouco me lembro do livro, mas recordo de algumas pessoas comentarem com ênfase que o livro era uma previsão do que aconteceria nos séculos seguintes, como se Julio Verne fosse um profeta. De outro lado, lembro também que alguns diziam que tudo não passava de mera obra de ficção científica, obra bem escrita, mas ainda assim somente um livro, pois tudo que aparecia na televisão nada mais era do que a chegada do homem à lua montada pelos Estados Unidos em um dos estúdios de Hollywood, como parte de um plano para impressionar a Rússia durante a Guerra Fria.

Estão rindo? Pois'é, estou me sentindo igualzinho a estas últimas pessoas, que não acreditavam que o homem chegou a lua, quanto ao congelamento do cordão umbilical do Pedrinho. Ainda estou achando que isso tudo não passa de uma promoção capitalista para a empresa ter lucro, pois além do valor do recolhimento das células tronco na hora do parto, ainda há uma manutenção anual, paga à empresa, para manter congeladas criogenicamente (aprendi hoje o que significa esta palavra) as células-tronco.

A minha tese se reforçou mais ainda quando, em pesquisa neste meio, via a Samara Felippo fazendo a propaganda da empresa, sites de fofoca informando que o Eriberto Leão tinha colhido a dos filhos dele e que a Juliana Paes escolheu a mesma empresa para fazer o do filho dela.

Está certo que a opinião da Juliana Paes não é de se desprezar, mas ainda assim acho que se trata de mero e puro capitalismo, ainda mais que verifiquei que a taxa anual é corrigida pelo IGPM, um dos índices mais valorizados da atualidade.

Contudo, em vários outros sites vi que a pesquisa de células troncos avançou muito e que estas são capazes de regenerar vários tecidos, servindo desde o tratamento para lábios leporinos até alguns tipos de câncer, passando por promessas de cura de deficiências físicas mais diversas. E isto tudo já comprovado e testado, sem se considerar as pesquisas que estão evoluindo e as futuras doenças que poderão ser curadas com as células-tronco do meu filho, em um futuro tratamento que não pretendo e nem quero utilizar, mas se precisar, o cordão umbilical vai estar esperando, congelado criogenicamente.

Se vou fazer?! Claro que vou! Pois, como dizem os mais antigos, canja de galinha não faz mal a ninguém, e, como os mais novos falam, o que não vem para atrapalhar, ajuda!

Da base, Belém, Pará.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ary, temos colegas na PGE que tambem fizeram e acharam os servicos satisfatorios, tenta conversar e obter algumas referencias mais proximas. abs. Carla

Ary Lima Cavalcanti disse...

Carlinha, vou fazer, pois, como falei na crônica, é uma opção que não pretendo usar nunca, mas, se precisar, vai estar lá. É uma precaução. Para mim, se não atrapalhar, ajuda. Beijões, Ary