quinta-feira, 18 de abril de 2019

Os Loucos da Rua Mazur, 2017



Em uma das minhas ressacas em um sábado de verão do ano passado, subi o Bairro Alto e me deixei levar à livraria Bertrand, não sem antes olhar a feirinha de sebos que se monta ao lado desta. Me permiti sair dos meus autores favoritos, quase todos mortos e decidi comprar algo local, de escritor contemporâneo. 

O atendente, muito gentil, me indicou alguns exemplares, dentre estes "Os Loucos da Rua Mazur", de João Pinto Coelho, me dizendo que a embaixada polonesa tentou proibir, inclusive, a circulação da obra. Confesso que não me empolguei muito, mas comprei o livro pela recomendação do atendente. Até começar a ler.

O livro conta a estória de uma cidadela polonesa no início da segunda grande guerra, especificamente de três amigos, o católico Erik, o judeu cego Yankel e a muda Shionka, filha de uma bruxa e cobiçada pelos dois. Se passa em dois momentos, antes e durante os dois primeiros anos da guerra, com a chegada primeiro dos russos e depois dos alemães, e no início dos anos 2000. Confesso que tinha prometido a mim mesmo não ler mais nada sobre o holocausto, mas o livro é excelente. Forte, com uma construção surpreendente e com uma escrita peculiar e de estilo. Aliás surpreendente do início ao fim, com a "Nota do Autor", que revelou a sua inspiração, fazendo com que o romance tenha dois finais, pelo menos foi o que pareceu para mim. 

De Jurerê, Florianópolis, Santa Catarina.

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