sábado, 7 de junho de 2014

O Padrinho

A minha associação de classe, estadual e naciona,l está fazendo um movimento associativo de contactar parlamentares para aprovação do projeto de lei do novo Código de Processo Civil, especificamente para algumas questões que irão manter algumas conquistas já alcançadas por nós.

Na visita ao principal parlamentar, o mais importante, certamente o mais influente (inclusive no Brasil) e que possui a sua conduta ligada a uma atuação moral não aceitável (por favor leitores, não estou fazendo qualquer juízo ou julgamento), principalmente pelo Jornal concorrente ao da família do parlamentar, fui convidado a participar, mesmo não sendo da diretoria.

Os três diretores da Associação e eu esperamos cerca de 45 minutos no belo escritório da família o qual ele atende em Belém, muito bem decorado e arrumado, com a vista para o Bosque Rodrigues Alves, tendo vindo, durante este intervalo, duas pessoas informando que o Senador estava em uma consulta médica e justificando, gentilmente, a demora.

Chegou o Senador, logo também gentilmente se desculpando, como se fôssemos a principal Associação do Brasil e nos tratando como os principais dirigentes associativos deste país, mesmo que nós representássemos cerca de cem pessoas, somente.

O assunto tratado, resolvemos em cerca de 15 minutos! As outras uma hora e quinze minutos que passamos conversando com o parlamentar foram encantadoras, envolventes, inteligentes, cheias de literatura, história, citações de grandes pensadores e nomes da história, como o de seu grande ídolo (pelo menos assim me pareceu), Churchill.

Uma pessoa envolvente, usando de novo a palavra que podia resumir o momento, bem diferente do que falam na rede de jornal e televisão que fazem oposição ao parlamentar.

No fim da conversa, um dos diretores pergunta ao Senador se pode registrar o momento com uma foto, sacando o celular. De pronto, por simplesmente não ser da diretoria e pela minha timidez de primeiro momento, me ofereci para fazê-la, em nenhum momento pensando na conduta que o Brasil impõe ao Senador.

O Senador olhou para mim e em um gesto repentino perguntou:

- E você? Não vai sair na foto? Se comprometa, meu jovem, se comprometa...

Houve um pequeno mal estar e depois um sorriso contido de todos os presentes, que virou piada até hoje pelas pessoas da Associação e da classe que trabalho.

Enfim, a foto (comigo, é claro) foi publicada duas vezes no periódico mantido pela família do parlamentar, foi duramente criticada no jornal mantido pelo grupo de mídia rival e, já soube, que alguns secretários de Estado, em reuniões no órgão que trabalho, fazem chacotas, quando podem, do ato.

De fato, como não poderia deixar de ser - em um político que desde o ensino secundarista estudantil é eleito e que possui projeção nacional, tendo desafiado, inclusive, um grande político baiano, e feito o próprio Lula, literalmente, beijar a sua mão em um comício em Ananindeua -, foi uma atitude inteligente, comparável com a atitude de Don Corleone, quando no casamento da filha, disse que um dos convidados que vinha ao casamento, que comia e bebia o seu vinho, tinha que beijar a sua mão.

Inteligente e engraçada, que rende muitas piadas até hoje, que cada vez contada é feita uma nova interpretação.

Da base.

Um comentário:

Unknown disse...

Ahah... a raposa é um animal muito interessante. Adorei a história!