terça-feira, 8 de maio de 2012

Piracatú e Point do Açaí


Este final de semana tive a oportunidade e o prazer de conhecer os dois novos restaurantes paraenses, que uso apenas uma postagem pelas suas similaridades.

O primeiro, tradicionalmente santareno, conheci naquela Cidade e por muito tempo frequentei. De passagem por Santarém, imperdível a fuga para o Piracatu. Infelizmente, em Santarém, o restaurante fechou, creio que ainda no ano de 2007 ou 2008 e, para a nossa sorte, abriu no ano passado aqui em Belém, na Rua Padre Eutíquio, nº 1172, tels. 3222-7509 e 91199515, ao lado do Shopping Pátio Belém ou, para os mais antigos, ao lado da Visão.

A base, claro, peixes do Rio Tapajós, tambaqui, pirarucú, além de pescada amarela e tucunaré, com toques regionais do baixo amazonas, dentre outros frutos do mar e mesmo carnes. Comi neste domingo o filhote a João Tonini (ou nome similar), que é um belo filé alto de filhote frito, daqueles alaranjados e crocantes por fora e branquinhos e macios por dentro, que só um especialista em peixe sabe fazer, acompanhado de farofa de tambaqui e banana e arroz com tucupi e jambú (por volta de R$ 60,00, servindo duas ou três pessoas). Delicioso.

O segundo, o Point do Açaí, localizado na Boulevard Castilhos França, entre o Banco Central e a Presidente Vargas (http://www.pointdoacai.net/restaurante.php), é uma proposta ousada, que está dando certo, em representar a comida paraense na sua forma mais popular. Explico: o restaurante serve peixes nobres, como o pirarucú, e os mais populares, como a Gó, passando por camarões, jabá, carne de sol, filhote, pescada amarela, tudo acompanhado do açaí nosso de cada dia. Aquele mesmo, da "morrinha" depois do almoço.

Pedi uma chapa que vem frango, pescada amarela, camarão, carne de sol e jabá, logo trouxeram acompanhando cerca de um litro de açaí, já estando na mesa os recipientes com o açúcar e a farinha de tapioca. Comeram três pessoas e ainda levamos para casa (cerca de R$ 60,00).

As similaridades entre os dois restaurantes: ambos regionais, com atendimento a desejar - e precisam melhorar muito, pois os garçons são extremamente amadores. Se o leitor for daqueles que se irritam com o garçom, como diz o meu amigo Gustavo, tome um rivotril antes -, com a comida deliciosa, cada qual na sua especialidade e, o melhor, ambos estão em prédios históricos.

O Piracatu está em um daqueles casarões tradicionais dos paraenses, onde muitas avós de leitores, inclusive da Preta, moravam e que, por algum tempo, ficaram esquecidos no centro da Cidade. Foi feita uma restauração despretensiosa, mas não menos cuidadosa, no casarão, conservando as suas faixas originais, que combina com a proposta do local.


O Point do Açaí, por sua vez, está em um casarão bem mais imponente, de três andares, cuidadosamente restaurado, um paredão de azulejos na frente, com suas longas escadas de madeira - se tiver alguma restrição com os seus joelhos, peça para ficar no térreo -, pé-direito alto nos três andares e amplos salões. Muito bonito, estando o proprietário de parabéns pela iniciativa culinária e, principalmente, de preservação do patrimônio histórico de Belém.

Aliás, parabéns aos dois empreendedores, pela proposta dos restaurantes, pela excelente comida e pela conservação do patrimônio histórico.

Da base.

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