segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Ofício de Escrever, Anfiteatro, 2017


A primeira vez que ouvi falar de Frei Betto foi no ano de 1989, quando entreguei a lista de livros da escola para o meu pai, que leu a requisição de um livro da matéria Organização Social e Politica Brasileira – OSPB de autoria do Frei Betto. Meu pai, então morávamos no Rio de Janeiro, chamou a minha mãe, falou o nome do Autor e riu.

Óbvio que, com 15 ou 16 anos, não entendi o motivo do riso, de uma criança estudar, em uma pós-ditadura militar recente, uma matéria que, em que pese inventada por Jango, foi completamente reformulada no regime militar e um jovem professor carioca indicou logo o livro de um “terrorista”, inclusive preso e exilado durante a ditadura. E estudei OSPB no livro do Frei Betto.

A segunda vez, já sabendo quem era, vi Frei Betto no Aterro do Flamengo, no ano de 2012, quando foi ovacionado em uma apresentação na Conferência Rio+20, participando de uma palestra sobre Biodiversidade.

Pois bem, revisitei Frei Betto neste livro, que pretende expor como o Autor produz, a sua forma de criação literária e explicita formas de criar de alguns autores, brasileiros e mundiais. São dicas de como se escrever e os estilos literários mais variados.

Ainda que não exponha claramente, penso que são sugestões para escritores pois, pelo menos para mim, muito do que foi sugerido não funcionaria e nem teria como funcionar – como o caso de isolamento por quatro ou seis meses por ano – e os estilos literários não se aplicam.

Mas é um livro válido, demonstra estilos e dá algumas sugestões, que é bom conhecer.



Da base.

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