domingo, 16 de dezembro de 2012

Testamento sem rima


Não,
não estou deprimido,
sequer doente,
apenas precavido

Desde já peço,
a quem couber meu corpo,
que saiba que eu não estou mais lá,
e por isso pode me cremar,

No meu dia,
como diz o samba,
nada de choro nem vela,
quero a alegria ebriada,
e as lembranças de minhas estórias

Após o dia fatídico,
não quero visitas no domingo,
preces de obrigação
quero lembranças

Aos meu amigos
deixo a alegria melancólica
os vinhos e a boemia
E, sobretudo, a lealdade sem dúvidas

A alguns poucos,
a noite da Guanabara,
o vagar pela Zona Sul
e o fim de noite no Leblon

Às minhas irmãs,
Espero ter deixado algo,
Não sei,
que elas saibam que eu as ame,
que eu não existiria sem elas e que fiz tudo que pude

À minha mãe,
quero ir depois dela,
pois sei que não fui o filho perfeito,
mas dor maior deixarei se me ver morrendo

Para a Preta,
Deixo Morrissey e os Smith's
a paixão pelos livros
a paixão pelo vinho e pela noite
E meu amor infinito e quase suicida

Ao meu filho
Deixo o clichê,
não menos verdadeiro,
de amor incondicional e eterno
O conhecimento que ainda pretendo dar
e a honestidade,
mesmo sabendo que
honestidade em boca própria é impropério

Os meus bens materiais,
enfim,
Não me interessam,
minha mulher dá fim...

Da base.

Um comentário:

Camila ANC, vulgo Preta disse...

Meu amor, de fato vc me deu o q eu tenho de melhor. O gosto pela noite, pelos vinhos, pelo rock e pelos romances ... e o mais importante, vc me deu o nosso reizinho, q é a nossa vida. Eu te amo profundamente e eternamente, nunca duvide disso. Mesmo qdo eu faço bobagens ...