sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Café da Manhã em Miami Beach

O café da manhã é a refeição mais importante do dia, ainda mais quando a farra do dia anterior foi boa!

Dois achados em Miami Beach, um por mim e outro pela Preta, que tenho que compartilhar, ambos na Collins Avenue.

O primeiro, Primo Cafe & Market, no número 3924, é uma loja de conveniências, que fecha a meia noite, é bem barato e o croissant delicioso e gigante, com queijo e presunto, bem amanteigado, ao estilo francês, servindo duas pessoas.





O segundo, chamado de La Provence, no número 1692, na interseção com a Lincoln Road, possui cozinha francesa. Peça o Croc Madame, que é o tradicional Croc Monsier com um ovo frito, com gema mole, delicioso, acompanhando a salada.







Seja qualquer um dos dois lugares o seu café da manhã vai ser recuperador.

De Miami Beach.


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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Villagio Restaurant, o Oceano em meio ao Deserto



Se estás em Miami acompanhado, seja com esposa, namorada, pretendentes, família ou mesmo amigos, certamente vai ter alguém que vai inventar em ir a Sawgrass Mills, um Outlet que não tem fim, muito distante de Miami Beach, programação de um dia inteiro.

Relute, mas, se não tiver jeito, como aconteceu comigo, a idade tem me ensinado a ser mais tolerante e achar proveito em tudo, aceite e vá! Este outlet realmente possui preços incríveis, tenho que dar o braço a torcer.

Trace um roteiro mental dos presentes que tem que comprar, compre-os o mais rápido possível, visite o paraíso das roupas masculina, a Armani (acabei de comprar uma carteira de US$ 9,00), e parta para o Villagio, torcendo para que a sua companhia demore bastante nas compras.

Bar ou restaurante? Se a dúvida for muito atroz, faça os dois. No almoço, pratos acessíveis, em regra de US$ 10,00 a 15,00, individuais, no jantar mais caros, mas bem mais servidos. Comi no almoço o swordfish (peixe espada), que estava delicioso, e a Preta e os meus compadres o tenderloin (corte de filé), ambos por volta de US$ 14,00.

No bar (balcão), barmen e uma bargirl muito atenciosos, drinks diversos e um pequeno menu de tira-gostos, todos por US$ 3,99. Não deixem de experimentar as meatballs.

A carta de vinhos não é nenhum primor, mas como enófilo se vira em qualquer lugar, pode se encontrar bons vinhos a preços não extorsivos, como é o caso do americano Chateau Ste Michele Indian Wells, Cabernet de US$ 35,00.

Repito: Uma vez no Villagio, torça para que as compras demorem.

De Miami, Flórida.


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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Yard House, um "local bar"

O que esperar de um bar que se autodenomina como o que possui a maior seleção de Draft Beer do mundo?


Ontem encontrei o Yard House (www.yardhouse.com), da Coral Gable, com a indicação do barmen do The Grill on The Alley, para ver o jogo dos heat contra os celtics. Como diria Anthony Bordain, um local bar. Descontraído, animado, com diversas televisões distribuídas em pontos estratégicos e o mais importante, um grande balcão no centro, rodeado de dezenas de torneiras de Chopp, cada um com uma cerveja diferente.


Acompanhe as cervejas com os mini-cheesebúgueres da carta de petiscos, um clássico norte-americano.

Segundo a Preta, o melhor bar que ela foi, somente perdendo para o lendário Bracarense. Mas, também, aí seria querer demais.

Em tempo: Não deixem de provar a cerveja Lost Coast Downtown Brown (acho que é este o nome que o barmem me falou, se o meu teor etílico não me enganou).

De Miami, Flórida.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

The Clarke's

Desculpem os leitores, que faz quase um mês que não posto.

Mas o retorno é em grande estilo, na companhia dos meu compadres, Marcos e Carina, anunciando o The Clarke's (clarkesmiamibeach.com).

Pub irlandês em Miami Beach, com cervejas diversas e as chamadas pint's, cervejas como os chopps brasileiros, mas em taças maiores e extremamente saborosas, como a indicação da lager Sierra Nevada, do meu compadre (US$ 6,50). Acompanhada do peixe frito com batata frita, fish & fries, ao estilo irlandês, delicioso, a propósito, como é a noite de Miami Beach.




De Miami, Florida.

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domingo, 4 de dezembro de 2011

Caldo de Camarão da AP

Depois da farra enogastronômica de ontem, precisava de um caldo e me surpreendi com o caldo de camarão do restaurante Toc-toc da Assembléia Paraense. Delicioso e generoso em camarões (R$ 15,00).




Da base, Belém, Pará.

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Dorminhoco, 1973.

Certo, certo... Sou fã de Vicky, Cristina, Barcelona. Mas se não fosse este o meu preferido de Woody Allen, certamente seria O Dorminhoco, o primeiro filme dele.

Vi hoje de novo, de um box com a coleção do cineasta que a Preta me deu. Acho que todo mundo deveria ver o filme, é de perder o fôlego de tanto rir.

É um sujeito que é congelado criogenicamente em 1973 e descongelado em 2173, passando a ser uma peça fundamental em uma conspiração contra o governo.

Este sujeito é Allen, engraçadíssimo, dividindo o filme com Diane Keaton, a propósito, linda na película.

Da base.


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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Smith & Wollensky e The Grill on the Alley, Miami, Flórida, Estados Unidos

Dois restaurantes de Miami que gosto muito são Smith & Wollensky (1 Washington Avenue At South Pointe Park, Miami Beach, FL 33139, (305) 673-2800, http://smithandwollensky.com/sw-miami-beach) e The Grill on the Alley (19501, Biscayne Blvd., Aventura, FL 33180, thegrill.com), ambos franquia e existem em várias cidades dos isteites. Vale a pena conhecer o site.

O primeiro trata-se de um restaurante de carnes, em Miami Beach, com um serviço impecável e uma bela vista para uma marina na qual, mesmo tendo ido pela noite, ainda pude reconhecer com a bela lua. Comida deliciosa, ao estilo argentino, onde se escolhe a carne e o acompanhamento, vindo, como diz a Preta, aquele "bifão".

O local é muito bem decorado, com uma excelente carta de vinhos, com preços para todos os gostos, e o valor que, penso, não condizente com o restaurante, tendo bom custo benefício.

O segundo, The Grill on the Alley, é um verdadeiro oásis no meio da loucura consumidora do shopping Aventura Mall, e feito na medida dos maridos que se cansam, em pouco ou muito tempo, e não conseguem acompanhar a esposa no delírio comprador de Miami.

Meu conselho aos homens: se o destino de compras não tem jeito, convença, como quem não quer nada, a esposa a ir no shopping Aventura Mall. Dê um balão, para não se dizer que está empatando o programa, diga que está cansado e já deu, e corra para as cervejas do The Grill on the Alley. 

Existem vários tipos de cervejas, tiradas como chopp, diferentes e deliciosas.No dia em que fui no local, criei coragem e pedi a "melhor que tinha", com medo do preço, claro. Mas veio uma de US$ 6,25. Cara? é! mas existem outras mais baratas e mesmo esta vale a pena beber uma ou duas, afinal, o uísque nos bares da base é mais caro. Se preferir, também possui uma diversificada adega.

Quanto ao prato, Shrimp ao Pomodoro, delicioso, fez o meu gosto inclusive por sua simplicidade, nada mais que espaguete com grandes camarões ao molho de tomate, custando, para duas pessoas, US$ 39,00, ou US$ 19,50 cada prato montado, comidos no meu local preferido, o balcão, onde pude, quando a Preta estava nas lojas gritando "é meu! é meu! é meu!", papear com os solícitos garçons.

E pensar que somente entrei neste restaurante porque a Cheesecake Factory (19501 Biscayne Blvd.
Aventura, FL 33180, (305) 792-9696, www.thecheesecakefactory.com/), que fica bem ao lado, estava lotada. Aliás, o cheesecake de tiramisú da doceria pode ser uma ótima opção para a sobremesa ou mesmo para beber mais algumas cervejas, aconselhando a esposa a comprar o doce, que possui, geralmente, uma longa fila.
Da base, Belém, Pará.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sobre a vastidão do Estado do Pará


Estou agora a caminho de Juruti, no oeste do Pará. Desde ontem, quando cheguei aqui em Santarém, não consigo parar de pensar na divisão paraense, cujo plebiscito está marcado para o próximo dia 11 de dezembro, até mesmo pelo apelo da população local para a criação do Estado do Tapajós.

Logo chegando, no Hotel Barrudada, vi um mapa do que seria o pretenso Estado, mapa este já intitulado Estado do Tapajós. Uma curiosidade, no mapa estava excluído o Município de Altamira, que está na disputa com Santarém para ser a Capital do, talvez, futuro Estado. Pergunto, com ignorância, será que já estão pensando em separar Altamira, ante a vastidão de seu Estado, maior inclusive que a França, tornando-o independente?




A propósito, o que quero comentar é justamente sobre o vasto território deste Estado e o principal argumento dos separatistas: o Estado é muito grande e, nesta vastidão amazônica, o Estado seria ingovernável. Este é o argumento principal, existem outros.

Chego no terminal hidroviário com alguns companheiros de trabalho. Aparecem alguns madeireiros e logo surge uma discussão acirrada sobre o engessamento da produção madeireira do Estado do Pará, com citações filosóficas, superficiais e nada pragmáticas, como por exemplo a de que o mundo quer a Amazônia intacta e quem paga a conta é o Estado e, principalmente, os nativos que sofrem, pois perdem o seu sustento. Por óbvio, me mantenho afastado, não quero discutir, muito menos, este tema infindável.

Desde logo me impressiono com a lancha que vai para Juruti: toda fechada, com um potente ar condicionado, televisão de plasma e filme hollywoodiano, cadeiras acolchoadas e uma pequena lanchonete, bem equipada.

De fato, é impressionante o tamanho deste Estado. Logo saindo a moderna lancha, os contrastes com a floresta se apresentam no Rio Tapajós. Imensas balsas carregando de uma só vez dezenas de carretas ou mesmo grandes navios, ao mesmo tempo em que pescadores artesanais jogam a rede para conseguir seu sustento, com os seus casquinhos dançando nas ondas produzidas pela lancha.







Dentro da lancha, computadores, iPhones, iMacs, etc., e eu lendo sobre Almodóvar, Picasso e Modigliani, por vezes conectado no facebook, na mais pura tradução da globalização. Quem poderia, há poucos anos, imaginar ler email's olhando as falésias de Óbidos?

Tudo dentro de uma vastidão de, me avisaram agora, cinco ou seis horas de viagem dentro de um rio barrento, primeiramente Tapajós, depois Amazonas, ambos de proporções grandiosas, margeados por floresta por todos os lados, cuja paisagem é tão bela que não consegui me concentrar no livro que lia, voltando os meus olhos o tempo todo para o rio.







Mas, mesmo com toda esta grandiosidade, ainda assim não acho que a solução para o desenvolvimento de um território passe necessariamente pela sua divisão.

Aliás, passei muito tempo em uma capital de Estado bem menor que Santarém e até hoje é menor e não se desenvolveu como os separatistas e, depois, os que propugnavam pela a sua transformação em estado, queriam. Ao contrário, este estado é exemplo de má administração e corrupção na mídia nacional e, pelo que eu ouço e vejo, exemplo de esfacelamento moral e da prática do só-se-dar-bem-sempre. Existem pessoas dignas e honestas, é claro, mas não é isto que está diariamente nos jornais e televisões.

Pois bem, pelo que vi, de um lado temos a globalização, com a internet, equipamentos eletrônicos e acesso à informação com muito mais facilidade que eu tinha quando morava naquele estado, encurtando distâncias e promovendo a integração não apenas ao Estado, mas do mundo. De outro lado algumas experiências, digamos, não muito bem sucedidas, de separação de Estados, como o que eu citei acima e de outros.

Neste momento, converso com um taxista, inconformado com a Prefeitura de Santarém, seu Município, confirmando que o problema não é a distância.

Sigo aliviado, assistindo o mais belo pôr-do-sol que vi, na certeza de que não será a melhor solução tirar esse pôr-do-sol do meu Estado.




De Santarém para Juruti e um pouco na volta, Pará.


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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sushi Ruy Barbosa

Hoje não sei se eu vou falar de um restaurante ou de uma peripécia. Aliás esta, a peripécia, começou quando saímos de casa no dia de finados passado, embaixo de chuva, para comer sushi, a pedido da Preta, no sushi Ruy Barbosa. Segundo ela, o melhor sushi de Belém.

Entrando no carro, eu, Preta, Pedro e Conci, que protege o penúltimo, descobrimos logo que não tínhamos guarda-chuva. Nem no carro e nem em casa.

Mas, "vamo que vamo", no início apenas com uma fralda na cabeça do bebê. Chegando no Sushi Ruy Barbosa, a Preta desceu e conseguiu logo que um gentil garçon viesse buscar o Pedro no carro.

Entramos e a chuva era contínua. Nem forte, nem fraca, apenas contínua. Pedimos uma entrada de tempurá de camarão (R$ 35,00), uma caipiroska, que nunca mais tinha tomado, e um cosmopolitan, ao estilo da Preta, quando quer ser chique e falar de sex and the city.

O ambiente é detalhista e minuciosamente decorado. Possui uma pequena aparelhagem para produzir música dançante ao som ambiente. A preta e o Pedro dançaram muito, se divertindo ao som disco.

Os pratos, filhote na crosta de castanha, com um arroz com tucupi, atum na crosta de wasabi com purê de mandioquinha e, acrescento outro, que comi outra vez, o atum semi-grelhado, na crosta de gergelim, tudo delicioso, por volta de R$ 40,00.

E eu, hipinotizado pela chuva, variava o olhar entre o Pedro e a àgua que escorria pelo vidro.

Mas todo este clima agradável foi ajudado sobremaneira pelos solícitos garçons, que não mediram esforços para nos ajudar, inclusive com as necessidades de um bebê de sete meses.

E mais, talvez o melhor, o local seja perfeito para ir em um dia de chuva. É um cubo de vidro, onde a chuva cai, com uma bela mangueira na frente e, no dia, ao som de uma música suave, o Pedro dormia ao embalo dos deuses.




De Santarém para Juruti.

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Símbolo Perdido de Dan Brown

Confesso, adoro os mega-sellers de Dan Brown. E, mais, adoro o seu personagem principal, Robert Langdon.

Li quatro livros deste Autor, os famosos O Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Fortaleza Digital e, agora, O Símbolo Perdido. Somente (ainda) não li o Impacto Profundo.

O Símbolo Perdido é a continuação da saga de Robert Langdon, desta vez em Washington, depois de duas aventuras na Europa, em O Código Da Vinci e em Anjos e Demônios, o meu preferido, que viraram filmes, protagonizados pelo excelente Tom Hanks.

O novo best seller repete a fórmula de sucesso dos dois primeiros livros: muita ação, muito suspense, com uma trama inteligente que mistura símbolos, principalmente maçons, especialidade do professor de Harvard Langdon, cristianismo e outras religiosidades, com ciência, no caso deste livro, a nova ciência noética, que investiga o poder da mente.

Mas acho que o sucesso dos livros deste autor se deve mesmo à construção dos capítulos, em que no auge, Brown simplesmente o termina, prosseguindo com a mesma passagem algumas páginas depois, fazendo com que o leitor tenha uma curiosidade constante para descobrir o que vai acontecer.

Este livro ficará marcado pela passagem da morte de Robert, com a narrativa que prende o leitor, deixando intrigado com o acontecido, com o sentimento de tristeza e revolta.

É diversão garantida, mesmo para os que como eu são amante dos clássicos.

Da base, Belém, Pará.


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sábado, 8 de outubro de 2011

O lado profano do Círio de Nazaré


Somente tive a idéia desta postagem hoje de manhã, vindo tardiamente para se aproveitar neste Círio de Nazaré. Mas, as dicas servem para todos os Círios, pois são eventos já consolidados no calendário extra-oficial do Círio de Nazaré. Como diz o adágio popular, antes tarde do que nunca!

Poderia dizer que são eventos profanos, pois estão a margem dos principais eventos religiosos, como a transladação, o círio fluvial, a moto romaria e, é claro, a grande procissão do segundo domingo de outubro.

Mas, não se enganem, digo profano tão somente por não estar no calendário oficial do Círio de Nazaré, mas todos, indistintamente, servem tão somente a um objetivo: Louvar a Virgem de Nazaré, a Padroeira dos paraenses, ou, como é conhecida nestes eventos, a nossa querida Nazinha.

Quinta-feira a noite, véspera do segundo domingo de outubro:

O meu Círio de Nazaré começa na quinta-feira a noite, véspera do segundo domingo de outubro, quando os artesãos dos brinquedos de miriti chegam a Belém. Para os que não conhecem, os brinquedos de miriti são tradição no Pará. São brinquedos que são esculpidos por artesãos, geralmente de Abaetetuba, Município próximo à Capital, da árvore do buritizeiro, recebendo as mais variadas formas.


Os artesão chegavam na Praça em frente a Catedral da Sé, onde chega a transladação e sai o Círio no Domingo, em um festival de cores e formas que alegram qualquer criança, de 10, de 30, 50, 80, ou mais anos. Disse chegavam, pois, a partir deste ano eles passaram a se concentrar na Estação das Docas, perdendo um pouco a beleza e a originalidade, mas ganhando em conforto.

Mas, aos que prezam o tradicionalismo, ontem a noite, em uma conversa em um destes eventos, ouvi falar que existem alguns artesão dissidentes, que continuam com a tradição, se reunindo na Praça. Se não puder ir quinta a noite, outro dia bom é o sábado a tarde, durante ou depois do cortejo do arraial do pavulagem.

Depois da feira, é certo no meu calendário o Bar do Rubão, na Cidade Velha, bairro onde começou a Cidade de Belém. O Rubão, é uma figura conhecida nesta Cidade, o porta-estandarte da escola de samba Rancho Não Posso me Amofiná. Exímio cozinheiro, possui um barzinho pé-sujo na Travessa Gurupá, 312 (http://bardorubao.blogspot.com/), próximo ao Canto da Sereia (uma casa de esquina, que existe a escultura de uma sereia no alto), que nesta época de Círio prepara as mais diversas iguarias paraense, o pato no tucupi, a maniçoba e um pirarucu assado de forno, além dos tradicionais tira-gosto de charque, camarão e outros. Sente-se em uma mesa ou com a cadeira na rua (ontem, inclusive, a rua estava fechada pelos frequentadores), e coma o que quiser com uma cerveja bem gelada e, se possível, tente conversar com o Rubão, descobrindo algumas facetas de sua personalidade. O bar abre cedo, às 20h, e normalmente fecha cedo.

Foto do Blog do Bar do Rubão, com os seus ajudantes.

Sexta-feira a noite, véspera do segundo domingo de outubro:

Na sexta-feira, por volta das 19 horas, a tradição é o Auto do Círio, que sai da Praça do Carmo. O evento é realizado por vários artistas que, no início dos anos noventa, se reuniram para fazer uma homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. São alguns carros alegóricos e muitas pessoas fantasiadas com temas dos mais diversos, fazendo performances de dança, canto, teatro, etc. O espetáculo é belíssimo, caminhando pelas ruas da Cidade Velha, saindo da Praça do Carmo, fazendo quatro paradas para as mais diversas encenações, passando pela frente da Catedral da Sé, onde tem o belo, e as vezes cômico, ritual do pedido de permissão para a Santinha para os participantes continuarem com o louvor, findando na frente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Hoje o espetáculo se tornou grandioso, majestoso e rico. Mas nem sempre foi assim, começando com um pequeno grupo, passando por fases difíceis, sem qualquer patrocínio e quase acabando. Mérito dos organizadores pelo lindo espetáculo.

Impossível não se emocionar por várias vezes no trajeto.

Antes e depois do Auto, tem o bar Nosso Recanto, único bar da Praça do Carmo, que também serve diversas iguarias próprias dessa época. Mas o imbatível é o camarão empanado com queijo catupiri, desses que a gente pede uma cerveja e para em qualquer lugar, até mesmo em pé, e começa a se deliciar com a fritura (essa palavra ainda não é pecado, mesmo que alguns não acreditem).

Sábado de manhã, véspera do segundo domingo de outubro:

A minha programação preferida, o grande Arraial do Pavulagem, um grupo de boi, com uma grande orquestra de ritmistas e batuqueiros, que está em vias de ser, ou já foi, tombado como patrimônio imaterial do Estado do Pará. Tudo bem artesanal e tradicional, sem os megas trios elétricos e os modernos carros de som dos grupos de Axé.

O Arrastão do Pavulagem, como é chamado, tem início por volta de meio dia. Varia o horário, pois ele começa quando a Santinha chega na famosa escadinha, em frente a estátua de Pedro Teixeira, no início da Av. Presidente Vargas.

Chega a Nazinha no Círio Fluvial, é colocada em um carro da Polícia Rodoviária Federal, dando início a motoromaria, o Arraial do Pavulagem já está com os seus tambores prontos, começando uma rápida homenagem, ao som de sua percussão, misturando a cadência dos instrumentos musicais ao som frenético das motos que partem com a Santa. É emocionante.

Saindo a Santa, parte o cortejo pelo Boulevard Castilho França, passando pela frente do Mercado do Ver-o-Peso, onde acontece um dos pontos altos do arrastão, o banho de cheiro feito pelas donas de barracas de cheiro do Ver-o-Peso.

Foto do site diarioonline

Subindo pela Praça do Relógio, ao som dos batuqueiros e das músicas cantadas pelos participantes, com enormes brinquedos de miriti passando de uma mão a outra, a apoteose acontece na Praça do Carmo, que já está lotada a espera do show dos integrantes do Arraial do Pavulagem, a banda menor. Aí a festa tem início, sem hora para acabar. Nos anos anteriores, valia dar uma volta pela Praça na frente da Catedral da Sé, pertinho do local, para ver os brinquedos de miriti. A partir deste ano, não sei como está. Ano que vem aviso a todos.

Sábado de noite, véspera do segundo domingo de outubro:

Meio de ressaca, ainda tento ir, como fui por muitos anos, na esquina da Praça dos Estivadores, no Boulevard Castilhos França, para ver a Santinha passar e assistir o grandioso espetáculo de fogos em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. O primeiro contato com a Santa e pausa para rezar e pedir proteção para mais um ano. Afinal, nem só de festa vive o Círio.

Após os fogos, Festa da Chiquita Bacana, no Bar do Parque, na Praça da República, em frente ao Teatro da Paz. Capitaneada pelo irreverente Cantor Eloi Iglesias, de Pecados de Adão, que embalou muitos namoros de adolescência de várias pessoas que estão lendo esta postagem, a festa não possui e nunca possuiu uma convivência pacífica com as autoridades locais e com a organização religiosa do Círio de Nazaré, o que levou, inclusive, em alguns anos da Administração do Prefeito Hélio Gueiros, o Papudinho, que faleceu este ano, a ser proibida.

Mas a festa resistiu e continuava acontecendo quando, por volta do começo do ano 2000, o Prefeito Edmilson a reativou, o que lhe rendeu inclusive o troféu Viado de Ouro, a premiação máxima do evento, dado às autoridades e homenageados. Pois'é, o motivo da resistência com a festa é que ela é organizada e possui muitos participantes homossexuais. Hoje possui um palco, com apresentações de cantores e transformistas, premiações, concursos, etc, tudo de forma bem irreverente e divertida.

Conta a lenda que a festa começa quando passa a trasladação e somente termina quando a grande procissão retorna. Nunca fiquei para ver, pois tem o Círio no dia seguinte.

Domingo de manhã, o Dia:

Mesmo depois de todas estas festas, não se pode deixar de ver, pela última vez durante o Círio de Nazaré, a Nazinha. Quem não quer ou não pode acompanhar a Grande Procissão, pode ir para a frente do mais querido, o glorioso Clube do Remo, onde a Avenida Nazaré é mais larga, geralmente a Corda já se despreendeu da Berlinda e muitos romeiros já deixaram a procissão, fazendo com que seja mais tranquila a última oração para a Santinha.

Este é o meu Círio de Nazaré, que ficou suspenso o ano passado e o atual, pelo nascimento do filho, hoje com seis meses, mas ano que vem retomo as atividades, algumas delas com ele, que já conheceu e se encantou com a Feira de Miriti.

Encontre o seu Círio!

Steve Jobs

Este blog não pode deixar de registrar o falecimento de Steve Jobs, na última quarta-feira, aos 56 anos, de câncer.

O gênio da informática modificou uma geração e a evolução de todos os computadores quando tirou a Apple da falência, inventou o iPhone, o iPad e mesmo o mouse.

Descanse em Paz Steve Jobs.




Aliás, escrevo em um aplicativo de um iPhone.


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domingo, 2 de outubro de 2011

Casa D'Noca

Há alguns meses, fui atrás de uma nova proposta que estava surgindo em Belém, um misto de bar, restaurante e casa de show, tudo ligado ao samba. Fui em um sábado, quando a pedida era, e ainda é, feijoada ao som de chorinho. Havia um chorinho nada empolgante e uma feijoada boa, mas só boa, com diversos itens do cardápio faltando e com um serviço de garçom deixando muito a desejar.

Ontem voltei ao local para comemorar o aniversário de minha amiga Edilene, desta vez a noite. Parece-me que a Casa D'Noca (http://www.casadnoca.com.br/) se acertou e está cumprindo muito bem o papel a que se propôs: Uma casa de samba ao estilo da Lapa. Está excelente.

O local, uma das atrações, é um casarão típico de Belém, com pé direito alto e amplas salas e espaços, inclusive com um belo quintal, com uma mesa de "bilharito" ao fundo, tudo eficientemente decorado e planejado. Aliás, a decoração fez toda a diferença, que não existia na primeira vez que fui ao local. 

Na entrada, recebidos por dois seguranças gentis, somos logo adornados por uma eficiente pulseira de papel, que possui um número em que todos os pedidos são registrados neste número da pulseira que é vinculado ao seu nome logo na entrada. Aliás, esse sistema é mais eficiente e muito mais seguro do que as cartelas onde se anotam os pedidos, comum nos bares da Lapa, que gera incontáveis riscos, como a perda e a inutilização. A entrada custa R$ 10,00.

A cozinha está muito boa, tanto para petiscos, como o filé ao molho de gorgonzola, quanto para os pratos para jantar, como o picadinho, e os diversos tipos de sanduíches, com preços honestos e suficientes para uma boa qualidade da comida. O serviço também melhorou consideravelmente, com garçons jovens, mas muito atenciosos e fazendo o possível para o bom atendimento e a satisfação do cliente.

Nos dois salões da frente se instalaram as bandas de samba ou de chorinho, em um pequeno palco rodeado por mesas e um amplo espaço deixado para circulação e para os que querem ficar em pé e dançar. A noite de sábado estava animado, com a música impecável de, primeiramente, Flávia dos Anjos, ex-Batom Carmim, e depois de Olívia, cantora de primeira deste Estado, que não deixa nada a desejar se comparada com eventuais atrações do Rio de Janeiro que de vez em quando passam pelo local.

Mas se quiser algo mais calmo, o cliente tem a opção do quintal cuidadosamente decorado, em que o som das bandas é ouvido em tom ambiente por meio de alto-falantes, indicado para uma paquera ou um bom bate-papo.

Gostei muito e a Casa D'Noca é um raro exemplo em Belém de local que vai se aprimorando com o passar do tempo. Aliás, espero que a proposta dure bastante aqui nesta Capital.

Da Base, Belém, Pará.

domingo, 25 de setembro de 2011

Fortaleza, sempre um agradável passeio

Eu e a Preta queríamos que o Pedro tivesse uma experiência de andar de avião. Algo próximo de Belém e agradável, para ver como se comportava. Decidimos vir para Fortaleza, Capital cearense, já que os avós iriam chegar da Europa por esta (escrevo de Fortaleza) rota, confraternizando a família. E, junta-se a este fato, que torna a Cidade mais agradável ainda, a lembrança de que eu e a Preta nos conhecemos aqui. Mas esta estória fica para uma nova postagem.

Pesquisamos na net o melhor programa para um bebê que completa hoje seis meses e descobrimos a famosa barraca de praia Crocobeach, na Praia do Futuro. A barraca tem uma infraestrutura gigantesca, com piscina, fraldário, comida self service, uma parte no calçadão, lojas, brincadeiras com animadores, palhaços, uma parte da barraca na areia e preços animadores. Realmente, algo que agrada gregos e troianos.

Para os pais, dois grandes restaurantes:

O primeiro, o Coco Bambu, na Av. Beira Mar nº 3698, considerado por uma famosa revista o melhor restaurante de frutos do mar de Fortaleza. E é mesmo, nos poucos que conheço. Comi um grande e generoso pastel de lagosta (R$ 11,90) e um Camarão Iracema (R$ 68,90), a Preta e a minha mãe comeram Camarão a Delícia (R$ 68,90). Caro? Trouxemos mais da metade da comida. O prato do restaurante é, indicado pelos garçons, para duas pessoas, mas o meu, delicioso, dava para três, tranquilo, talvez para quatro. E o da Preta e da minha mãe também sobrou.

Como já se conhece o Camarão a Delícia, que é o mesmo preparo do peixe, vou resumir somente o meu prato: arroz de leite, com leite de coco, muitos camarões rosas médios e grandes, pedaços de queijo coalho e uma fina fatia de queijo encima de tudo, antes de levar para gratinar. Espetacular. Acompanhei com o australiano branco Heartland (mais ou menos R$ 72,00), que já havia bebido, mas hoje teve um sabor especial. A sobremesa, torta de limão, também deu para três, o que levou a Preta a acreditar que o dono do restaurante é de Itu e não do Ceará.

O atendimento, como é regra no Nordeste, mas que deve sempre ser aplaudido, muito bom, com atendentes e garçons simpáticos.

Outro considerado como o melhor restaurante variado pela mesma revista, é o Oui Bistrô (Av. Santos Dumont, 2391, esquina com Nunes Valente, Aldeota). Ambiente sofisticado com simpáticos garçons. Os pratos se explicam por si só: Eu, Badejo com crosta de rapadura e queijo coalho e risoto de banana da terra, a Preta, cauda de lagosta grelhada com risoto de camarão. O meu, fantástico, o carro chefe da casa, o da Preta, meiote, mesmo sendo lagosta (A Preta está reclamando do pedido até hoje). O vinho, branco, não vale a pena lembrar e não me lembro mesmo. Mas, não se engane, o restaurante é bom e agradável e vale a pena a visita.

É isso, Fortaleza é sempre um agradável passeio e me traz grandes recordações, de um povo batalhador e simpático, de belezas naturais e de momentos que vivi por aqui.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Autorretrato (um plágio declarado do de Pablo Neruda)


Sei que sou ou penso que sou,
protuberante no abdômen,
de pele amarelo-escritório,
olhos pequenos e nariz grande,
precoce em pêlos prateados,
covarde para armas e violência,
corajoso para defender a paz,
companheiro dos livros, das novelas e dos romances,
das películas de qualquer gênero,
fiscal da natureza,
amante das florestas e dos mares,
meditador nas praias,
preocupado, com o que devo me preocupar,
despreocupado, com o que sobejar,
viajante audaz e inconsequente,
sedento para conhecer lugares,
hedonista por brincadeira,
apaixonado pelo que faço,
workaholic por necessidade,
preguiçoso para o que não é urgente,
descrente das atividades físicas,
tímido,
algumas vezes melancólico,
passional ao fundo do poço,
alegre por convencimento,
entregue aos amigos,
não conheço os inimigos,
rancoroso,
perseguidor da arte de escrever,
de ler,
de se comunicar,
mesmo sabendo que o satisfatório não consigo alcançar,
admirador das mulheres,
apaixonado pela minha,
protetor das outras três de toda a vida,
descobridor do amor incondicional pela cria,
sonhador incorrigível,
sem limite,
amante da liberdade,
notívago por herança,
boêmio por natureza,
embriagado pelo vinho, pelo uísque e pela vida,
sempre.

Da base, Belém, Pará.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mais uma tragédia anunciada no Rio - O Bondinho de Santa Tereza

Fico triste de confirmar neste blog mais uma tragédia anunciada no Rio de Janeiro. Aliás, a terceira postagem, que me lembro, que confirmo neste blog.

No final de semana passado decidimos ir comemorar o aniversário da minha amiga Carla Melém. Além do seu marido, mano velho, Alex, estavam outros grandes amigos, Alexandre e Léa Benchimol, Gustavo e Roberta Salgado, meu compadre e comadre Marcus e Bárbara Lobato, irmã Karime e, óbvio, a Preta, companheira de viagens e da vida. No sábado, por minha insistência, comer feijoada em Santa Tereza, por indicação da minha irmã.

Após pelo menos uma hora e meia na fila, aguardando o bonde, com muitas brincadeiras nossas, chegou a primeira notícia da tragédia anunciada, que há quatro meses havia caído um francês, de cima dos Arcos da Lapa, pela abertura do bonde.

No bonde antes do nosso, ouvi umas palavras mais altas indecifráveis, com várias pessoas correndo para o bonde ainda na estação. Era simplesmente um dos maquinistas anunciando que quem quisesse ir em pé no bonde podia passar na frente, descobri depois.

Embarcamos. O bonde era bonito, bem pintado. Como se deu no anterior, também houve a via franca para o embarque em pé, um grupo de franceses na frente, quatro, e um casal brasileiro atrás. A nossa galhofa continuava. A minha, aliás. Como não consegui ficar do lado da Preta e estava na ponta da cadeira do bonde. Antes mesmo de sentar a Companheira, incisiva, logo largou: "Não levanta, aquieta!"

Não obedeci. Ficava brincando e, logo na primeira curva, o bonde parou. O Maquinista, insistiu e ele andou, como se este procedimento para ele andar fosse comum e usual. E foi assim durante todo o trajeto.

O que mais me marcou foi sobre os Arcos da Lapa, onde o tal francês teria caído. O bondinho todo aberto, sem qualquer contenção, encima de muitos metros de construção, com um alambrado torto, sempre parecendo que segurou algo e ficou deformado. A Preta falando para eu sentar e eu na brincadeira. Falei para o meu compadre, virando para trás: este bonde é muito tosco!

Enfim, paramos no restaurante, no alto do morro, saindo do bondinho e ele seguindo o seu percurso e, dez minutos depois, ouvíamos as sirenes dos bombeiro. O garçom disse que não havia uma notícia "muito boa" para nos dar, que um bondinho havia descarrilhado, batido em um poste.

Hoje, no Jornal Nacional, descobri que houve cinco mortos, cinquenta e dois feridos, alguns ainda no hospital, em decorrência de falta de manutenção no bonde. Aquele, logo antes do nosso, que as pessoas corriam freneticamente para buscar um lugar em pé e eu, corri para saber o que havia acontecido, se estavam tentando passar a nossa frente.

Mais uma tragédia anunciada. Não por mim, que somente constatei, mas pela Administração Pública carioca.

domingo, 21 de agosto de 2011

Café da Manhã no Rio de Janeiro

O meu amigo Alexandre Benchimol, paulista de coração, me perguntou onde se toma um bom café da manhã no Rio de Janeiro. Alexandre, os mais famosos do Rio são o Talho Capixaba (www.talhocapixaba.com.br), que é uma espécie de padaria, com venda de patês, frios e pães, que o cliente monta o seu sanduíche segundo o seu gosto, além de espaço para outros itens e venda de produtos finos, e o Restaurante Garcia e Rodrigues (www.garciaerodrigues.com.br), uma delicatesse sofisticada, com espaço voltado para restaurante, aliás um dos melhores do Rio, ficando ambos no Leblon, na Av. Ataulfo de Paiva, o primeiro no número 1022, e o segundo no 1251, este no Baixo Leblon. O Garcia Rodrigues também possui filiais na Barra da Tijuca e em São Paulo.

Não tão conhecido e bem mais simples que os dois, servindo um bom almoço, principalmente saladas, o que eu sempre vou é um bistrô chamado Santa Satisfação (www.santasatisfacao.com), que tem um ótimo omelete, com duas casas, uma na Santa Clara 36-c, em Copacabana, no Posto 6, e também ao lado do Garcia e Rodriguez, na Ataulfo de Paiva, nº 1335-A.


Da Base, Belém, Pará.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Chá com Mussolini, 1999 (Tea with Mussolini)

De Franco Zeffirelli, Chá com Mussolini é um filme marcante, que conta a história de um grupo de senhoras inglesas que adotam Florença como lar, na época do regime fascista, à beira e durante a Segunda Guerra Mundial.

Além da excelente película, três atuações dignas do Oscar, Cher, como uma colecionadora de artes americana, Judi Dench, como uma amante da arte e pintora e, a minha preferida no filme, Maggie Smith, como a viúva de um embaixador inglês.

Um filme emocionante.


Da Base, Belém, Pará.

domingo, 31 de julho de 2011

Picanha & Cia

Voltando aos restaurantes de Belém (mais do que justo, pois moro aqui), há muito que frequento o primeiro Picanha & Cia, na esquina da Rua Bernal do Couto com a Almirante Wandenkolk, comendo os mais variados pratos de churrascos e carnes na brasa, e sempre gostei muito.

Hoje decidi me aventurar com a Preta e com o Pedro pela não tão recente casa de churrasco a rodízio do Picanha & Cia, na Avenida Pedro Álvares Cabral, entre a Dom Romualdo Coelho e Almirante Wandenkolk, também no bairro do Umarizal.

Grata surpresa! O lugar é amplo, existe um buffet de frios que inclui queijos diversos e presuntos, um buffet de saladas e mais um de comidas diversas, com caldo de lagosta, paella, camarão e outros.

O atendimento é excelente e as carnes, mesmo em um domingo de grande movimento, estavam ótimas, suculentas, incluindo cortes argentinos, como bife de tira e bife ancho, cortes norte americanos (ou  Australiano), como a costela premiun, e muitas outras opções, picanhas, bacalhau na brasa, salmão ao molho de maracujá, etc. As cervejas, as mais variadas, e dos melhores rótulos, incluindo Eisenbah, devassa, Baden Baden, e outras.

Na saída, descobri que o Picanha possui um serviço de condução para os que desejam ir sem carro e os que se permitem bebemorar sem preocupação.

O preço? Bom, o preço é salgado (R$ 61,90, por pessoa), comparáveis a churrascarias como o Porcão e o Vento Aragano, mas vale a pena em uma cidade que possui poucas opções de churrascarias de qualidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Benigni, Cinema Paradiso, Malena e Giusepe Tornatore

Não sou nenhum conhecedor de cinema, acho que sequer posso ser considerado um cinéfilo. O fato é que gosto de assistir filmes, sem qualquer critério, apenas assisto a maior quantidade possível e com grande diversificação, hoje, dentro do gosto que adquiri com assistir todas as películas da forma mais eclética possível.

Com essa sede, adquiri com A Vida é Bela, de Benigni, a atração pelo cinema italiano. Este filme, considerado o algoz do nosso Central do Brasil no Oscar de 1998, talvez o nosso mais competitivo filme, foi justamente derrotado pelo italiano na categoria melhor filme estrangeiro. Até hoje recordo o Roberto Benigni, subindo na cadeira da platéia quando anunciaram a premiação, um filme estrangeiro que falava sobre o holocausto, meio comédia, meio drama, que demonstrava o amor de um pai por seu filho, arrasando Hollywood.


Foi daí que eu, contornando a minha geração Star Wars, passei a ter olhos para o cinema italiano. Aliás, dizer aqui que sempre fui fã das películas itálicas soaria uma grande demagogia. Afinal, quem cresceu com Steven Spielberg e James Cameron, não poderia gostar de Giuseppe Tornatore. Mas gosto. Será que tem alguém que não Gosta?

Criei um carinho especial pelo cineasta quando vi a estória daquele garoto, aprendiz de operador  de projetor no pequeno cinema da cidade no interior da Itália, que se torna um grande diretor em Cinema Paradiso (1988), criando um laço de amizade com o velho operador. O filme conquista todos que o assistem, com o inevitável soluço entalado na garganta no fim. 

A música, inesquecível, do gênio Ennio Morricone, está na cabeça de todos, mesmo aqueles que nunca viram o filme, ao ponto de que, tendo comprado um CD com canções de cinema para bebês, para o Pedro, está ao lado da consagrada Moon River, da trilha sonora de Bonequinha de Luxo.


Mas o meu preferido é Malena (2000), também com a trilha de Ennio Morricone, que conta a história de uma mulher, moradora de uma cidade do interior da Itália tomada pelo nazismo, em que o marido foi declarado morto em batalha durante a Segunda Grande Guerra.


A sedução é a tônica do filme, estando Monica Belucci perfeita no papel e mais linda do que em todos os filmes que vi dela, como a verdadeira musa do cinema italiano que é, ao lado de Claudia Cardinalle, Gina Lollobrigida, Sophia Loren , Isabella Rossellini, dentre outras.


Aliás, este comentário, uma vez, gerou uma pontada de ciúme na Preta, sendo esta pontada transferida para mim em forma de beliscão, não sem confessar a vaidade que senti.

Da base, Belém, Pa.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Butch Cassidy

Hoje faz um mês que o Arimathéa faleceu. Tento homenageá-lo da forma que ele mais gostava, celebrando a vida, como muito bem disse o meu amigo Saboya no dia do seu velório.

Abri um vinho suave e, neste momento, estou vendo Butch Cassidy, com Paul Newman e Robert Redford, com a inesquecível canção Raindrops Keep Fallin' on My Head.

Lembro quando, em uma madrugada da minha infância, o Arimathéa esperava para ver o faroeste eleito como o sétimo melhor faroeste de todos os tempos e ainda hoje está entre as 100 maiores bilheterias da história do cinema, em uma época em que não existiam locadoras de vídeo ou de DVD's, Videocassetes, muito menos TV a cabo.

Estou recordando uma das cenas mais bonitas do cinema, na qual Butch Cassidy anda de bicicleta pelo campo, com a professora, ao som da música que marcou uma década.

Menos pelo filme, fiquei acordado para acompanha-lo e desfrutar um pouco de sua companhia, sem me dar ao certo de que esse filme seria inesquecível na minha vida e me abriria para o mundo do cinema.

Da base, Belém.




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quarta-feira, 15 de junho de 2011

A reinvenção da Fox Vídeo

Lugar genuinamente paraense, tanto quanto a Estação das Docas e a Casa das Onze Janelas, é a Fox Vídeo. Locadora de filmes e documentários, onde se pode encontrar não apenas lançamentos de sucessos, como em muitas locadoras, mas também títulos clássicos e raros, o que a torna uma locadora que não deve a nenhuma outra do  Brasil.

Com a recente crise das locadoras, decorrente da venda maciça de filmes piratas, muitos estabelecimentos foram fechados, inclusive as pequenas locadoras de bairros, que não existem mais em Belém, como foi o caso da locadora de meu tio e da que ficava na esquina de casa, a Premiere, que eu compareci diariamente durante toda a sua existência. Aliás, digno de memória foi o fechamento de uma filial da gigante multinacional Blockbuster, que ficava na esquina das ruas Alcindo Cacela com a Conselheiro Furtado, em decorrência dessa prática criminosa.

A Fox Vídeo sobreviveu, não incólume, pois fechou as portas da sua filial da rua João Balbi, mas ainda assim sobreviveu.  A receita foi se reinventar, passando a abrigar, também, a venda de títulos, usados e novos, e uma livraria, tão rara  nestas terras paraoaras depois da escassez da livraria Jinkings. Aliás, quanto à livraria, possui bons e diversificados títulos, que vale a pena uma visita.

Na Fox da rua Doutor Moraes, há também o café Fox, excelente, que serve desde lanches sofisticados, com  sanduíches, salgados, bebidas variadas e doces, até alguns poucos pratos. Na mesma filial da Doutor Moraes há também uma pequena loja, que vende camisetas, almofadas, caixas e os mais variados produtos com temas ligados ao cinema, além de CD's de música, com títulos que não são facilmente encontrados, inclusive uma das melhores diversidades de cantores paraenses que já vi. 

Gosto de passar no local para tomar um chocolate gelado, feito em uma máquina com gelo, com bastante calda de chocolate, que faz a alegria de qualquer criança, pequena ou grande, como o escritor.

Que a Fox seja para sempre.

Da Base, Belém, Pará.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bardalo

Descobri domingo, com tristeza, que fechou o Bardalo. Para os que não conhecem, Bardalo é a contração do nome "Bar do Seu Bordalo", que ficava localizado na Avenida Bernal do Couto, entre as Don's Romualdo's, de Seixas e Coelho, comandado pelo português legítimo, tunante e sócio do Grêmio Literário Português, Teófilo Bordalo de Souza.

Primeiro a figura, que veio para o Brasil na adolescência, tentar a vida, passando por todos os tipos de profissão que o lusitano passa: feirante, padeiro, vindo a culminar como dono de bar. O mais famoso que teve ficava na João Balbi com a Generalíssimo, depois mudando de endereço para onde funcionava atualmente, o único que eu conheci.

Muito simpático e alegre, possui uma memória invejável, mesmo do alto de seus oitenta e cinco anos, contando passagens da vida política e social, de épocas remotas, que não vi ninguém se lembrar. Possui conhecimento de todas as pessoas de Belém, conta detalhes dos acontecimentos e de suas vidas íntimas. A alegria é peculiar, nunca o vi irritado ou zangado, sempre fazendo uma brincadeira, geralmente de duplo sentido, com os frequentadores do bar.

Me lembro sempre de sua figura tomando cerveja com os clientes, chorando como um garoto quando ouvia o refrão "... bandeira branca amor, não posso mais...." e, quando chegava nove e meia da noite , olhava para os clientes e dizia, com o sotaque português: "vamos, está na hora de eu ir dormir...".

Aliás, chamar de clientes os frequentadores é injusto, pois são todos amigos. A mim, creio que tem um carinho especial. Eu tenho por ele.

Durante muito tempo o bar e o seu Bordalo fizeram parte da minha vida. Quando queria me divertir era para lá que ia, mesmo em dias da semana. Quando algo me chateava, ía no fim da tarde ao Bardalo, ouvir as histórias da política baratista ou do começo da vida pública do Jáder Barbalho, sempre entremeadas com brincadeiras e uma cerveja, as vezes com um  queijo cuia. Não gostava do sábado antes do almoço, que era o dia de todos frequentarem. Gostava da semana, com poucos, quando podia ouvir o Teófilo, como alguns o chamavam.

O inusitado foi quando descobri que o seu Bordalo se lembrava do dia em que eu nasci. Mesmo que por coincidência tenha passado a frequentar o bar, apenas por ser perto da casa da minha mãe, descobri, não sei porque, que no dia em que nasci o papai passou pelo bar, ainda na João Balbi, viu uma cerveja antártica e perguntou se tinha no local, pois na época em poucos lugares de Belém vendia a marca de cerveja preferida do papai. "Tem tanta que está até vendendo!", deve ter respondido o Teófilo, uma de suas brincadeiras preferidas. Foi aí que teve o meu primeiro "mijo".

Contavam, seu Bordalo e Papai, que neste dia se conheceram e, muitos anos depois, se reencontraram, já no bar novo, quando o papai tinha saído para comprar jornal e passou pela frente do bar. Não tenho certeza, mas acho que me lembro desse dia, quando moleque desci do apartamento que morava com o papai e mamãe  para ver porque a compra do jornal estava demorando e encontrei os dois conversando. Eu, por coincidência do destino ou por simplesmente meus pais terem comprado um apartamento próximo, conheci, anos depois, o seu Bordalo.

Parei há algum tempo de frequentar o Bardalo, em busca de locais mais sofisticados, o que hoje me arrependo, pois não abrirá mais e, mesmo que ainda continue ouvindo as estórias contadas pelo Seu Bordalo, quando eventualmente encontrá-lo, não será acompanhado pela cerveja mais ou menos gelada, no balcão, onde sempre via a máquina registradora da década de quarenta ou cinquenta, capenga, mas ainda funcionando e, certamente, não terá a mesma alegria que possuía.

As estórias do Bar do Seu Bordalo são tantas que outras vezes trarei para complementar as minhas memórias. O Bardalo é um dos últimos da geração de bares comandados por portugueses por aqui, restando, pelo que me lembro, somente o Paladino, com o tradicional queijo cuia, na esquina da Oliveira Belo com a Generalíssimo Deodoro.

Da base, Belém, Pará.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte - parte 1, Em Orlando e a Cerveja

Acabei de ver Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1. Fantástico, a altura dos filmes dos fãs do Harry Potter e, creio, um dos melhores da série.

Neste filme, Valdemort toma conta do Ministério da Magia e Harry, Hermione e Ronny passam a ser perseguidos como inimigos. O filme, como seus fãs, está mais adulto, inclusive vivendo dramas de adolescentes, como a insegurança de Ronny quanto ao seu namoro com Hermione. A película, mesmo com mais de duas horas, deixa um gosto de quero mais, com a impaciência para ver a segunda parte.

E, por falar em Harry Potter, também está à sua altura o Parque do Harry Potter, que fica dentro do parque dos estúdios Universal, em Orlando, na Flórida, EUA.

Confesso, quando decidi ir aos Isteites, não me saía da cabeça conhecer o Parque do Harry Potter. Tanto que, quando cheguei no Parque dos Estúdios Universal, me dirigi logo à réplica de Hogworts, enfrentando, claro, ainda mais na época do réveillon, mais de duas horas de fila

Mas, ainda com a fila, descrever a sensação de entrar no Parque é impossível, ante a fidelidade com os filmes da série. Lá estavam a Loja do Olivares, vendendo as varinhas mágicas do Harry e de outros, ou mesmo a sua, que lhe vai escolher, o castelo de Hogworts, a montanha russa do Hipogriffo e a taberna, entre outros. Vende-se ainda, nas ruas, a cerveja amanteigada, que é um frozen de chocolate muito bom, sem álcool. E tudo de uma forma mágica.


Falando em cerveja, a taberna nada mais é que uma lanchonete, estilo fast-food sofisticado, em que as comidas são boas. Somente boas.

Mas não se desestimule, coma na taberna, não perca esta oportunidade, inclusive se tiver dentes fortes e força de vontade, peça uma daquelas coxas gigantes de peru, que é tradição norte-americana, comendo como homem das cavernas, que possuem um gosto único e peculiar.


Mas o que não se deve deixar de fazer é tomar a cerveja de Hogworts na taberna. Na saída da taberna tem um bar, com uma grande cabeça de javali pendurada na parede, que se move como se estivesse vivo. No local existem várias espécies de cerveja, como a heinekken, budwaiser, budlight, etc. Não peça nenhuma delas, peça a artesanal, aquela que no manche da chopeira que sai a cerveja tenha a esfinge do javali.


Impossível não gostar do filme, do parque e da cerveja.

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terça-feira, 10 de maio de 2011

Caim, de José Saramago.

Após algum tempo sem postagens, por falta de tempo e mesmo de inspiração, retorno para indicar o livro do título, do Nobel de Literatura de 1998.

José Saramago, escritor português que passou seus últimos dias na Ilha de Lanzarote, no Arquipélago das Canárias, lançou este livro no ano de 2009, que chegou ao Brasil pela Companhia das Letras, sendo mantido em sua escrita original, pelo menos até a quinta reimpressão da primeira edição, a que eu li, que torna o livro ainda mais interessante.

O livro conta a estória de Caim que, após ter matado Abel e ter sido castigado por deus a vagar pelo mundo com uma cicatriz na testa, passa a transitar entre presentes e futuros paralelos, como é o caso dos episódios bíblicos da destruição de Sodoma e Gomorra, da adoração do bezerro de ouro aos pés do Monte Sinai, da expulsão de Adão e Eva do Paraíso, da própria morte de Abel e, mesmo, da Arca de Noé.

Nestas passagens, com uma narrativa singular, em que se predominam as vírgulas, minimizando a importância dos pontos, parágrafos ou não, sempre grifando "deus" com "d" minúsculo, Caim se torna, antes de um vilão, uma vítima da ira celestial, o que o faz contestador dos desígnios divinos, com argumentações e reflexões sobre os atos de deus.

É um Saramago, rebelde e argumentativo, como me parecia ser quando via as suas entrevistas, bem apropriado para o meu momento.

Da base, Belém, PA.



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terça-feira, 5 de abril de 2011

O Super-homem e a Kryptonita

No sofá curto, olho para o super-homem deitado na cama alta ao meu lado. Há um ano, o super-herói chegou com a notícia de uma dor forte no ouvido, um pouco depois do ano novo, um pouco depois de passar o Natal com a gente, como não ocorria em muitos anos. Um natal divertido, como era o herói, que hoje parece uma despedida.

Descoberta, era a kryptonita, que foi dominando o seu corpo traiçoeiramente. Primeiro, depois de seis meses, havia sido banida. Três meses após, tinha voltado.

E agora, mais quatro meses, o super-homem não possui mais qualquer sombra daquele atleta que fazia musculação quando poucos falavam neste esporte. Pedalava uma caloi barraforte todo dia às cinco horas da manhã. Dieta de segunda a sexta, com peixes e salada, para manter a saúde e a beleza.

Vaidoso, alto e atlético, se apresentava como boêmio aos que não sabiam este lado de cuidados com a estética e bem estar, o que conquistava todos, principalmente as mulheres, muitas, durante os finais de semana exagerados e noitadas sem fim, como um Dorian Gray.

Vindo para dormir com ele hoje, arrumando a mochila, coloco o uísque no copo, pensando que não era este o que ele gostava e os que, na minha infância, via na caixa constante na biblioteca.

Os dois Cavaleiros da Esperança que vinham salvá-lo, o abandonaram. Um pela distância, alienígena, talvez onde o super-homem deveria estar, com a possibilidade da salvação. O outro, próximo, conhecido, do meu convívio, com o argumento que era terminal, não atende o telefone, também o abandonou. Esperamos amanhã uma amazonas, para o milagre. Sem muitas esperanças.

Vou no banheiro, volto e ele está de olhos abertos. Parece que está apenas adoentado, como há um ano atrás. Falo com ele em vão. Não responde, mas parece que sabe o que está passando em volta.

O super-homem não é mais sombra do que foi. Quando acorda, apenas o olhar no vazio e eu, nesta madrugada, coloco o basquete na tv tentando alguma atenção dele, com saudades do neto de doze dias que o herói não vai conhecer.

Sinto os olhos molhados e um soluço preso na garganta e tento pensar que o super-homem ainda é o mesmo, quando ouço, repentinamente, o mesmo ronco forte e sonoro, sua característica, que ouvia quando era criança e dormia no quarto dele junto com minha mãe e minhas irmãs, com o sentimento de segurança que somente este aparente super-homem podia proporcionar.

Da base, Belém, Pará.


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Madrid, Plaza Mayor e Presunto

Assisti agora o programa "Comidas Exóticas", no canal Discovery T&L, sobre comidas Madrilenhas. Em artigo anterior já havia escrito que Madrid era uma das minhas cidades prediletas. Digo mais agora, me encanta, como dizem os espanhóis, a Plaza Mayor e os seus arredores, e por isso cito o programa, pois mais da metade passou neste lugar.

A Plaza Mayor, atração imperdível em Madrid, cuja origem remonta ao Século XV, nasceu como um mercado e foi palco de guerras, queimas de bruxas e até mesmo das primeiras touradas. Situa-se no centro da Capital e hoje é palco de restaurantes e de bares de tapas, dentre algumas pequenas lojas e até mesmo poucos hotéis. No programa, houve a referência de alguns lugares que visitei e que aconselho a visita, além, obviamente, da própria Plaza como passeio e centro turístico.

Merece referência neste blog, o Restaurante do Botín, que é o restaurante mais antigo do mundo, com mais de trezentos anos de existência. Contudo, nas duas vezes que tentei ir, o restaurante necessitava de reservas, que demandaria algum tempo de preparação e eu não sabia. Por este motivo, fui no restaurante ao lado, também na Plaza Mayor, o Las Cuevas de Luíz Candelas (www.lascuevasdeluiscandelas.com), que possui uma aparência, e é, de restaurante de época, com garçons vestidos à caráter e comida típica espanhola. Não recordo o que comi, mas recordo que o ponto alto foi um grupo de jovens que apareceu no local, com trajes típicos de trovadores medievais, tocando tambor, violão e algo como um pequeno bandolim com aspecto antigo, cantando e tocando músicas flamencas com ares da idade média e, quando descobriu que nós éramos brasileiros, ensaiou uma desajeitada "garota de Ipanema" em espanhol. Muito bom, com gorjeta, é claro.


Também é ponto alto da Plaza Mayor e de seus arredores os restaurantes de Tapas. Tapas, para a cultura culinária espanhola, é tão importante quanto a feijoada para o brasileiro. Nada mais são que os nossos famosos tira-gostos ou os acepipes portugueses, que podem ser consumidos a qualquer hora e mesmo sem bebida alcoólica mas, a melhor forma de curtí-los é do horário 17h às 21h. (os espanhóis almoçam cedo e jantam tarde), acompanhados do vinho, do brandy ou da cerveja de sua preferência. Na Plaza, e em toda a Espanha, se encontram vários bares e restaurantes servindo estes petiscos, que variam de frutos do mar, tortillas de batatas, pintxos e até iguarias como presuntos das mais variadas formas. Os restaurantes e bares de dentro da Plaza Mayor são bons e pitorescos, ainda mais para observar o movimento, mas se quiser apreciar o sabor e o ambiente de um bar de tapas, tente se embrenhar nas vielas das cercanias, que possuem iguarias incríveis e maior diversificação.

E por falar em iguaria e diversificação, dentro da Plaza Mayor possui o Museo del Jamón, que é uma cadeia de lanchonetes cuja atração principal é o jamón, que nada mais é que presunto, não este que conhecemos no Brasil, mas algo no formato e apresentação do presunto de Parma. Esta rede possui em toda Madrid e, inclusive, vi uma franquia na Argentina uma vez, mas nada comparável ao espanhol. A Preta, quando acordávamos, ia logo correndo ao Museo e pedia o chiquito de jamón, que é um pãozinho que aqui chamávamos de salário mínimo, com o presunto, acompanhado de café-com-leite. Mas gosto mesmo do jamón como tapa, acompanhado do vinho, da cerveja ou do brandi, o cognac espanhol.  Por toda a loja ficam pendurados os jamóns, e com as patas, que indicam a procedência e a qualidade do presunto. Os mais famosos e apreciados são os jamóns ibéricos, cujo pata negra é considerado o melhor, e mais caro também. Provem, é gastronomicamente e culturalmente imperdível.

Estas são algumas atrações da Plaza Mayor.

Da base, Belém, Pará, Brasil.

domingo, 27 de março de 2011

Pedro de Nóvoa Cavalcanti ou, o nascimento de um Bebê

Achei perdida esta crônica de mais de dois anos atrás que, agora relato como escrevi na época, com algumas correções necessárias:

Este blog não foi feito para registrar acontecimentos da minha vida, mas para passar experiências aos que estiverem na mesma situação possam usá-las e tirar as suas próprias conclusões. Por este motivo, pretendo descrever o nascimento do meu filho, Pedro de Nóvoa Cavalcanti, apenas como uma experiência a orientar um pai como eu, de primeira viagem, sem qualquer referência subjetiva e ilações de cunho pessoal.

A criança mais linda deste mundo, a mais amada e esperada, nasceu às 7:12h, com 3,2kg e 56cm de altura. Melhor, de comprimento. Os preparativos para a sua chegada começaram três dias antes, da forma mais consistente. Digo isto porque, como todos sabem, na hora que o "casal" sabe que "está grávido", os preparativos se iniciam, mas, o que conta mesmo são os três últimos dias ou a partir da última consulta neonatal, quando se marca a data do parto, se for cesariano.

Eu sabia tudo de gravidez e parto. Me inscrevi em três sites de bebês e recebia emails diários, um deles bastente extenso, que me deixava informado de tudo sobre a gravidez. Meu primeiro conselho: não saiba tudo de gravidez e parto, pois a pessoa fica paranóica, pensando nas doenças que a criança pode ter, o que pode acontecer com a mãe, etc. Tente fazer uma leitura superficial da gravidez, aprendendo somente o necessário e, principalmente, segundo conselho, quando qualquer pessoa vier falar sobre alguma desgraça relacionado à criança ou à gravidez, diga que você não quer saber ou, simplesmente, não a escute, pois você vai certamente relacionar o comentário à sua criança ou à sua companheira. E você vai ver que a quantidade destas pessoas é muito maior do que você imagina. Se possível, exclua a amarga do seu convívio, até nascer o rebento, ou para sempre, se possível.

Voltando ao assunto, mesmo que as malinhas da mãe e do bebê estivessem prontas há quinze dias, você somente começa a pensar no parto com a data marcada. No meu caso foi segunda-feira, que por um motivo irrisório, a Preta brigou com ela mesma. Digo isso porque não se pode retrucar em nenhum momento, pois, mesmo que se esboce uma reação, o primeiro pensamento que vem é a antecipação do parto e a preocupação que eventual clima pesado pode trazer ao nascimento da criança. Então fique calado, deixando a outra falar e, mesmo calado, não espere que a briga vá ser menor do que outras que você teve. Certamente vai ser pior e, pior ainda, sem você ter qualquer direito de ficar chateado, pois a prioridade sempre é o filho e, mais, nunca vi uma grávida perder a razão, mesmo que você esteja calado. Usando o dito popular, nestes casos, calado já está errado.

Três dias trabalhando e três longas noites sem dormir depois, chego, estraçalhado e nervoso, às vésperas do nascimento do bebê. Precisava dormir bem, afinal, o dia seguinte era o grande dia. Jantamos cedo, pois a médica havia marcado o parto para as seis horas da madrugada, horário esse que somente conhecia quando amanhecia nos bares em outras épocas. Não se pode comer muito, pois a Preta ia passar por uma cirurgia e eu ia, e fui, assistir o parto e tinha que me precaver contra os efeitos do excesso de comida.

Aliás, a decisão de assistir o parto é muito complexa e, como se verá abaixo, tem que ser muito bem pensada para pais, como eu, que são de primeira viagem, pois as cenas são fortes e requerem um organismo muito bem equilibrado. No meu caso, a decisão foi simples e rápida: a Preta decidiu! Na primeira consulta do prénatal, a médica me perguntou: Tu vais ver o parto? A Preta, imediatamente e com a singelesa das decisões ditatoriais, respondeu: Vai. 

Pronto, estava decidido. E não podia falar nada, pois, se "estávamos grávidos" e ela iria passar por uma cirurgia, porque eu não poderia simplesmente assistir o parto? A lógica é irrefutável, e a decisão foi menos dolorida quando a Preta bateu o martelo por mim. 

No que pese a minha atitude tragicômica, não me arrependi em nenhum momento em ter assistido e, conta a minha moral imaginária e ilusória, fui essencial no parto do Pedro!

Depois de chegarmos por volta das 6h da manhã na Maternidade Saúde da Criança, com horário militar ou de insones, como estávamos, fomos para o quarto e logo chegaram a minha mãe e os pais da Preta. Todos nervosos e apreensivos. Recebemos a visita pouco depois das médicas do parto, Dras. Janete e Lia, uma prima e outra ginecologista que cuidou da Preta durante toda a sua vida e deixou de se aposentar dos partos somente para ter no nosso rebento na mão. Benza Deus, em uma linguagem popular.

Levaram a Preta de maca, com uma feição de pânico e pedindo que eu a acompanhasse. O Dr. Altino foi atrás e eu correndo sem saber o que fazer.

Entramos, eu e o meu sogro, em um closet - sei lá como era o nome do local e também não vou me preocupar em relatar agora, pois estou escrevendo sentindo a aflição da época -, que estavam as roupas verdes para entrar na sala de cirurgia. O meu sogro, médico pediatra, logo se vestiu, sem se preocupar com nada, tirando a sua roupa e colocando aqueles macacões, toucas e umas pantufas rudimentares parecidas com as toucas próprias para os pés. Enfim, equipado com toda a indumentária verde com cara de seriado americano ao estilo de Plantão Médico.

Olhou para mim e disse: - cuidado que existe muito furto aqui. Ele levam tudo que tu deixas.

Quando baixei para olhar alguma coisa ou esconder algum pertence, o velho Altino desapareceu! Não sabia sequer por onde tinha saído! Pelo pouco de lucidez que me restava saí, resoluto, com minha armadura de lona verde e meu capacete para chuveiros, a ajudar minha amada no resgate do meu rebento, pela porta oposta a que tinha entrado! Mas absolutamente apavorado! Menos, porém, que o meu sogro!

Saí procurando, no centro cirúrgico, de porta em porta, e perguntando. Sorte que era antes das 7h da manhã, mas ainda encontrei alguém, com a mesma armadura, que me disse para sair e que não dei muita conversa e continuei procurando, sem mais perguntar. 

Encontrei o velho Altino barrado em uma porta pela pediatra da equipe da Dra. Janete e presenciei, com orgulho, a própria Dra. Janete dizendo com firmeza: - Pode deixar ele entrar! Ele já segurou mais crianças em parto que nunca vais pensar em segurar!

Entrei no vácuo do pediatra! Renovado e confiante! Confiança esta que em poucos segundo terminou quando a prima Lia olhou para mim e disse "cuidado com a bandeja", que era a de bisturis que estava ao meu largo, mesmo tendo a certeza que ela estava longe quando eu passei e que não havia qualquer descuido meu! Óbvio que mesmo assim, colei as nádegas na parede, com a câmera de fotografia até então inútil e esquecida que a Preta também me obrigou a entrar com ela.

Pediram para eu sair na hora da anestesia. Me chamaram quando passou o efeito inicial. Dei um breve cafuné no cabelo da Preta e colei de novo as costas na parede e deixei o Pediatra Altino, fora do serviço, fazer a quádrupla função de pediatra assistente, marido, avô e pai.

Estávamos na cabeça da Camila, quando a pediatra, Dra. Mariana, me olhou esquecido no fim da sala de parto, e me disse quase sussurrando: "venha aqui deste lado", chamando para ir aos pés da Preta.

Parti para o lado oposto, tentando que ninguém notasse a minha presença. E ninguém notou. Quando cheguei do lado da doutora, sempre encostado na parede, ela fez um sinal para a máquina de fotografias e comecei a fotografar freneticamente!

E saíu o moleque! Comprido, magro e lindo, mesmo envolto no sangue e no esbranquiçado da placenta! Não chorou logo, mas chorou depois... Contido... Mas que aplacou a aflição de todos da necessidade de chorar!

Doutora Lia, enquanto a Dra. Janete se preocupava com o fim do parto, levou o Pedro, bíblico, na cabeça da mãe para o primeiro beijo e a Preta, em um misto de alegria e preocupação, olhava e chorava com a criança.

De repente a pediatra Mariana recolhe o rebento e sai com pressa e o Pediatra visitante, Altino, sai correndo atrás! 

Bom, tinham dois, um deles avô e médico parteiro. Fiquei com a minha mulher! Ouvi taxativa uma voz de baixo: - "vai com o meu filho!" Ainda argumentei: - Teu pai está lá e vou ficar com você! Ela diz: - "vai agora ver o Pedro!"

Claro que fui! O Pedro estava ótimo! Tudo procedimento normal! Moleque lindo e saudável! Aliás, nunca vi o meu sogro tão feliz, segurando a criança com aquela máscara cirúrgica mal tirada do rosto e fazendo pose para a máquina fotográfica!

E, como disse no primeiro parágrafo, esta crônica é absolutamente impessoal e somente para o aprendizado dos demais pais de primeira viagem... mas meu filho é a criança mais linda do mundo!